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18/09/2021 - 08:05

Governo federal lança obra da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste


Linha férrea receberá investimentos de R$ 2,7 bilhões. Com previsão de abrir 4,6 mil postos de trabalho, Governo federal começa por Goiás a construção da Fico com implantação de 383 quilômetros de novos trilhos, entre Mara Rosa (GO) e Água Boa (MT). Linha férrea possibilitará escoamento da safra produzida no Centro-Oeste até portos das regiões Sudeste e Nordeste.

O presidente Jair Bolsonaro participou no dia 17 de setembro (sexta-feira) do lançamento da obra de construção da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico), em evento ocorrido em Mara Rosa, no norte de Goiás. Com investimentos de R$ 2,7 bilhões, e previsão de gerar 4,6 mil empregos, a nova linha férrea terá 383 quilômetros (km) de extensão e ligará Mara Rosa a Água Boa, em Mato Grosso.

O projeto da Fico foi viabilizado com base no mecanismo de investimento cruzado, que permite que empresas detentoras de outorgas ferroviárias do governo federal possam renovar o contrato fazendo outros investimentos. Nesse caso, a mineradora Vale vai desembolsar integralmente os recursos para construir a nova ferrovia, em troca da renovação da concessão da Estrada de Ferro Vitória-Minas, operada pela empresa.

A nova ferrovia será importante para o agronegócio do Centro-Oeste, que praticamente não conta com modal ferroviário na logística de escoamento da produção. Em Mara Rosa (GO), a Fico se conectará à Ferrovia Norte-Sul, considerada a espinha dorsal do sistema ferroviário nacional, e que ligará o Porto de Itaqui, no Maranhão, ao Porto de Santos, numa extensão de mais de 4,5 mil km.

— O ressurgimento deste modal realmente era sonhado por muitos nesse Brasil. Mas ninguém faz nada sozinho, sempre temos que ter alguém do nosso lado. Nesse caso aqui, temos a iniciativa privada, a nossa Vale do Rio Doce. Uma empresa fantástica, que colabora conosco, em especial na infraestrutura pelo Brasil. A eles, o nosso reconhecimento, a nossa gratidão— disse Bolsonaro.

Para o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, o modelo de investimento cruzado foi determinante para a viabilização do empreendimento. E segundo ele, vai ajudar a impulsionar ainda mais a construção de mais ferrovias no país.

— Esse modelo é criativo. Estamos pegando a outorga da Vitória-Minas e estamos usando para fazer a ferrovia aqui. E quando a ferrovia estiver pronta, e a Vale vai construir a ferrovia pra nós, isso é sinônimo de qualidade, é certeza de sucesso, a ferrovia é do Estado. A gente vai fazer o leilão da operação, e aí nós vamos auferir uma nova outorga, e vamos investir esse dinheiro em mais ferrovia— disse.

O ministro lembrou que, a partir de Água Boa, a Fico será estendida até Lucas do Rio Verde (MT), importante polo produtor de grãos, também por meio de uma nova parceria privada. Nesse caso, serão mais 557 km de ferrovia e cerca de R$ 6,4 bilhões em investimentos.

— A Fico vai ligar o Vale do Araguaia à [Ferrovia] Norte-Sul e, futuramente, ao litoral da Bahia, por meio da Fiol [Ferrovia de Integração Oeste-Leste]. É o início de um corredor logístico que integrará o Brasil de leste a oeste. A gente vai ver a carga do Centro-Oeste saindo pelo Porto de Santos (SP), de Itaqui (MA) e, muito em breve, pelo de Ilhéus (BA). Aqui em Mara Rosa, estamos vendo surgir o futuro — ressaltou Tarcísio Freitas.

O ministro destacou a forma como o projeto foi viabilizado. — Serão investidos nesta obra R$ 2,7 bilhões da outorga da renovação antecipada do contrato com a Vale pela Estrada de Ferro Vitória-Minas. Ou seja, graças ao mecanismo de investimento cruzado, a contrapartida no contrato de uma ferrovia está viabilizando um novo projeto para a expansão da nossa malha ferroviária — explicou.

— E o mais importante: vai possibilitar a abertura de 4.600 novos postos de trabalho, na obra e em serviços relacionados a ela, em sua área de influência. E é isso que queremos, gerar emprego e renda a partir da expansão do transporte por trilhos, o que garantirá o escoamento de nossa produção, com frete mais baixo, aumentando a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional — completou.

Sustentabilidade e expansão — A Valec é a empresa pública que detém a concessão da futura ferrovia e conduzirá a obra, cujos primeiros 383 quilômetros devem ser implantados em até cinco anos, conforme prevê o contrato. Coube à estatal elaborar os estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental (EVTEA); o projeto básico, que indica o traçado que a linha férrea deverá percorrer; e obter a licença de instalação junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que permitiu a execução da obra.

Conforme a empresa, os projetos da Fico foram adequados para garantir a sustentabilidade do empreendimento. Houve a redução da quantidade de aterros previstos nos quilômetros iniciais da ferrovia com altura superior a 20 metros, o que permitirá a travessia de animais de um lado a outro da linha férrea e minimizará possíveis acidentes. Deve-se destacar ainda os benefícios do empreendimento para o agronegócio da região Centro-Oeste, onde há uma demanda reprimida por transporte ferroviário de cargas. A alta produção agrícola regional terá vasão e o alto custo do frete será remediado, tendo em vista que a linha férrea abrirá várias opções para o escoamento da safra.

Devido à relevância da Ferrovia de Integração Centro-Oeste, ao dar início à construção dos primeiros 383 quilômetros da Fico, o ministro da Infraestrutura informou que já estão em andamento tratativas para expandir a linha até Lucas do Rio Verde (MT). Projeto neste sentido, por meio do novo instrumento da autorização ferroviária, é avaliado pelo MInfra.

Na abertura do Setembro Ferroviário, a VLI Logística apresentou proposta para investir R$ 6,4 bilhões na construção e operação de trecho com 557 km de extensão, a ser criado entre Lucas do Rio Verde e Água Boa. Segundo a proposta, esse segmento da Fico vai oferecer uma nova opção logística para o escoamento de cargas, principalmente de grãos, pelo Arco Norte do país. O traçado tem sinergia operacional junto à FNS.

Nos primeiros sete dias de vigência do novo instrumento das autorizações ferroviárias, o MInfra recebeu 11 pedidos de investidores privados interessados em operar ferrovias em 10 unidades da Federação A pasta aguarda novas solicitações serem protocoladas nos próximos dias. — São investimentos que, juntos, vão superar os R$ 60 bilhões — concluiu.

. Vídeo completo do evento no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=1DPqOJUc2Zo&t=2025s

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