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28/09/2021 - 08:35

A tecnologia como aliada na vida das pessoas com deficiência


Setembro é um mês de extrema importância para a comunidade surda. É nele em que acontece a campanha de conscientização chamada de Setembro Azul, que busca trazer visibilidade para essa causa, celebrar a cultura e conquistas das pessoas surdas, e promover discussões sobre acessibilidade e inclusão.

Porém, muitas vezes, a discussão fica restrita às datas comemorativas, em campanhas e conscientizações que não continuam na agenda anual. Pensando nisso, venho propor uma reflexão: quanto o mundo atual está preparado para lidar e apoiar as pessoas com deficiência? A acessibilidade para mais de 1 bilhão de pessoas no mundo com deficiência está em falta até em pequenas situações do cotidiano, como uma calçada sem acesso para cadeirantes, um cardápio sem tradução disponível para Braille, ou falta de atendimento em Libras em serviços presenciais. Felizmente, hoje existem tecnologias incríveis que se tornaram importantes aliadas das pessoas com deficiência.

Mas o quão significativo é o impacto da tecnologia? É impossível imaginarmos o mundo e a sociedade de hoje sem o acesso constante que temos a diferentes tecnologias. Quando falo em tecnologia, não quero dizer apenas dispositivos eletrônicos ou inteligências artificiais, mas também outras ferramentas que deixam nossa vida mais fácil e prática.

Quando juntamos a inovação e a demanda de um mundo mais acessível, encontramos as tecnologias assistivas. Elas consistem em diversos produtos, dispositivos, técnicas ou recursos projetados para melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência. Muitas vezes, é por meio dessas ferramentas que essas pessoas adquirem mais independência e autonomia para viverem seu dia a dia.

As tecnologias assistivas em ação — É bem provável que você interaja ou use várias delas no seu dia a dia sem nem se dar conta de que são tecnologias assistivas. Os semáforos sonoros para os pedestres e os elevadores nos ônibus são alguns exemplos, ou até mesmo as rampas de acesso. Existem também, é claro, as alternativas mais high tech, como softwares para acessibilidade, e funcionalidades próprias que algumas empresas vêm desenvolvendo.

Um bom exemplo é o pessoal do Guiaderodas, plataforma dedicada à informações sobre acessibilidade e inclusão, onde os usuários conseguem avaliar e consultar a acessibilidade física de inúmeros lugares, além de terem acesso a informações e notícias diárias sobre essa temática tão importante. Outra tecnologia muito interessante é a Livox, um app de comunicação alternativa que dá voz a pessoas com deficiência, através do apoio da Inteligência Artificial.

Ainda vale ressaltar ações de incentivo à acessibilidade digital por parte de algumas empresas de tecnologia, que vêm elaborando funcionalidades próprias em suas plataformas, e por sua vez se tornam um apoio aos usuários com deficiência. Organizações como Google, Microsoft, e Zoom se mostram preocupadas com a questão da acessibilidade, resultando no desenvolvimento de recursos como o controle de dispositivos por voz que pode ser usado por pessoas com pouca mobilidade, a possibilidade de fixar a tela de outra pessoa durante uma videochamada, como a de um intérprete de Libras, e leitores de tela para pessoas com baixa visão, para citar alguns exemplos.

Existem também movimentos e campanhas que surgiram no ambiente online em prol da causa da acessibilidade. Os mais conhecidos são as hashtags #pracegover ou #pratodosverem, que além de essenciais para tornar a web mais acessível, também contribuem trazendo maior visibilidade para o tema, e inclusive educando uma parte da população que antes não tinha contato nenhum com o universo da pessoa com deficiência.

Acredito no poder que as organizações possuem na transformação da sociedade, e com isso, na responsabilidade que carregam consigo frente a temas tão relevantes quanto à pauta de Setembro Azul. A conscientização e o uso de tecnologias assistivas no dia a dia se tornam indispensáveis quando se quer pensar em deixar sua marca no mundo. No fim do dia, elas também devem ser responsáveis pela promoção da acessibilidade, inclusão e independência das pessoas com deficiência.

. Por: Ronaldo Tenório, co-fundador e CEO da Hand Talk.

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