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29/05/2008 - 10:22

Somente empresas éticas e sustentáveis sobreviverão

Primeiro Painel da Conferência Ethos defende associação da lucratividade à sustentabilidade no meio empresarial.

São Paulo – Agir - e promover ações - de forma a proteger a vida, a manter o ser humano em pé, digno, pronto a construir seu futuro. Na opinião de Mário Sérgio Cortella, palestrante do painel “Ética da Sustentabilidade”, o primeiro debate do segundo dia da Conferência Internacional 2008 do Instituto Ethos, essa é a única fórmula para a sobrevivência das empresas no mundo contemporâneo. O filósofo defendeu a “Ética da Sustentabilidade” como o conjunto de idéias e iniciativas a serem necessariamente adotadas pelas empresas e pela sociedade para a defesa da vida. “A Ética da Sustentabilidade é a que protege efetivamente a vida, que não é só de fachada, não é cínica, é totalmente coerent e entre preceitos e ações”, definiu.

Lucratividade, competitividade e produtividade não podem estar dissociadas da sustentabilidade, mesmo no meio empresarial. Até porque não haverá outra alternativa para as empresas que pretendem sobreviver. “A empresa que não estiver atenta à combinação dessas quatro forças estará sofrendo de falta de inteligência competitiva e, portanto, fadada ao fracasso”, sentenciou Portella. Na sua análise, o consumidor está cada vez mais atento e progressivamente consciente e começará a condenar produtos que sejam resultado de uma empresa anti-ética em seus processos e práticas.

Para acertar o rumo, Cortella recomenda às empresas a distinção entre ambição e ganância. A ambição, o desejo de crescer e querer mais por parte das empresas, será tolerado e até apreciado pelos consumidores. Mas a ganância, o querer tudo para si a qualquer custo, não terá espaço na sociedade e poderá ser a sentença de morte para as empresas. As pessoas estão atentas, mais interessadas no que interfere na melhor qualidade de vida do planeta, no bem comum. Como exemplo, disse que, informado, o consumidor tende a rejeitar um sapato produzido a partir do trabalho infantil ou selecionar um automóvel que não tenha sido pintado com tinta cuja produção ocasionou danos à saúde ou falta de água potável numa determinada comunidade. E endossou o pensamento do Barão de Itararé como um senso c rescente entre os indivíduos: ”A única coisa que se leva da vida é a vida que a gente leva”.

A organização da sociedade, do mercado, para destruir o que ameaça a sua sobrevivência é tendência natural, decorrente da evolução do pensamento crítico do ser humano e da sua maior conscientização enquanto consumidor. “Não podemos apenas subsistir, o ser humano quer dignidade, e ele é dotado de compaixão e senso de preservação para rejeitar tudo o que ameaça sua espécie”, avisa.

O nível de conscientização atual, concluiu o painel da Conferência Ethos, é crescente, felizmente. Hoje, podemos estimar que 10% dos brasileiros pertencem a organizações ou se mobilizam de alguma forma por causas relativas ao aumento da qualidade de vida do planeta. Mas esse percentual está aumentando, na análise de Cortella - que ressaltou ainda o importante papel da mídia nesse processo. “A própria Conferência do Ethos, em sua 10ª edição, mostra que é possível fazer, debater, reunir-se, trabalhar pela construção desse mundo melhor”.

Essa seleção e mobilização da sociedade moderna é o primeiro passo para a preservação do futuro. “Estamos fazendo um saque antecipado do futuro, com um consumo acelerado a qualquer custo, nunca feito antes por outras gerações, e temos de resgatar isso, fazer depósitos de recursos para a preservação do planeta, da vida. É nosso papel, é da nossa natureza construir o porvir e já está mais do que na hora de fazermos isso”, afirmou Cortella.

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