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04/11/2021 - 10:35

Bioinvestimentos do setor de árvores cultivadas chegam a R$57,2 bilhões, diz Ibá


Maior aporte privado do Brasil prioriza soluções e produtos com foco em sustentabilidade.

Priorizar um novo modelo tornou-se urgente, diante da realidade das mudanças climáticas. Na vanguarda de um crescimento verde, o setor de árvores cultivadas tem sido um dos exemplos na construção desta nova economia. Estão em andamento ou anunciados bioinvestimentos na ordem de R$ 57,2 bilhões até 2024, segundo levantamento exclusivo da Indústria Brasileira de Árvores(Ibá).

Esse montante bilionário tem como principal destinação florestas, novas fábricas, expansões, inovação e tecnologia. Pilar fundamental neste passo rumo a um crescimento ainda mais sustentável é o avanço em iniciativas que mitigam impactos ambientais, como utilização de energia limpa, menor emissão de CO2, gestão de resíduos, circularidade, entre outras frentes de atuação.

— Este é um setor que está do lado certo da equação na batalha contra as mudanças do clima. Planta 1 milhão de árvores por dia, possui nove milhões de hectares de plantios florestais com finalidade industrial, enquanto preserva outros 5,9 milhões de hectares em florestas nativas. Juntas, estas florestas removem e estocam 4,48 bilhões de toneladas de CO2. Mas o auxílio na mitigação dos GEEs não para por aí e os investimentos em curso, além dos que estarão sendo iniciados, almejam tornar o processo fabril ainda mais sustentável, acompanhando a evolução tecnológica e fazendo delas aliadas nesta urgente batalha de todos nós — comenta o diretor executivo da Ibá, embaixador José Carlos da Fonseca Jr.

A CMPC, em Guaíba (RS), iniciou investimento de R$2,75 bilhões, o maior da iniciativa privada no Estado Gaúcho. Chamado de BioCMPC, o projeto tem como principal objetivo promover modernizações em esforços de sustentabilidade e na operação, gerando um incremento na produção de celulose, insumo de fonte renovável e que dá origem a produtos recicláveis e biodegradáveis. Contudo, o diferencial deste projeto está nas 31 iniciativas desenhadas para minimizar possíveis impactos da produção industrial. A principal delas reside na construção de uma nova caldeira de recuperação para produção de energia 100% limpa.

Também o projeto Puma II, da Klabin, em Ortigueira, está levando ao Paraná R$12,9 bilhões. Na unidade, está sendo implantada tecnologia de gaseificação de biomassa para ser utilizada no processo fabril com substituição de óleo combustível no forno de cal, com reduções significativas de emissões de CO2. O produto final será o papel kraftliner feito à base de fibras de eucalipto, chamado de Eukaliner, com menor impacto ambiental. As embalagens de papel têm função fundamental, com o aumento de pedidos via e-commerce e delivery. São um exemplo de economia circular devido à alta taxa de reciclagem das embalagens de papel.

Um dos maiores investimentos privados do País, o Projeto Cerrado, em Ribas do Rio Pardo (MS), da Suzano, elevará em 20% a capacidade de produção de celulose da empresa, após aportados os R$14,7 bilhões previstos. A expansão da base florestal produtiva aumentará a remoção de CO2 da atmosfera; a nova unidade será autossuficiente em energia; terá como base fonte renovável; e pretende exportar, aproximadamente, 180 MW médios ao sistema elétrico nacional.

A Bracell, por sua vez, está dando andamento ao projeto Star, em Lençóis Paulista. Seguindo o que há de mais moderno em tecnologia, a expansão não utilizará combustíveis fósseis para geração de energia, o que evitará a emissão de milhões de toneladas de CO2 para a atmosfera. Além de autossuficiente, a unidade abastecerá o Sistema Interligado Nacional com energia de origem limpa e renovável. Juntamente à tradicional celulose, ali será produzida celulose solúvel, alternativa sustentável para uma série de segmentos como alimentício e automotivo, mas com foco principal na fabricação de viscose, uma opção ecológica para a indústria têxtil. Atualmente, o market share global do segmento de tecidos aponta que a viscose é responsável por 7%.

A LD Celulose, joint venture entre a Dexco e a austríaca Lenzing, também está levantando uma unidade no Triângulo Mineiro exclusivamente dedicada à produção de celulose solúvel com objetivo de fabricação também de tecido verde.

No segmento de papel os avanços vêm por parte, também, de avanços como os da Carta Fabril e da Oji Papéis. E vale mencionar investimentos da Berneck, em Lages (SC), em painéis de madeira, assim como a Guararapes, em Caçador (SC). Amata e Dexco realizaram aporte na Urbem (PR), empresa focada na fabricação de estruturas de madeira para construção civil a partir do pinus.

Todo este movimento resulta no aumento de oportunidades em todo o País. As obras de expansão devem gerar 35 mil vagas temporárias. Ao fim, serão mais 14 mil vagas fixas nessa cadeia, que soma hoje cerca de 1,4 milhão de empregos diretos.

— Todos estes bioinvestimentos visam a atender aos anseios da sociedade moderna, crescentemente preocupada com a sustentabilidade socioambiental. Em tendência universal é irreversível, agora acentuada no pós-pandemia, o consumidor, sobretudo nas novas gerações, terá o olhar muito mais atento à origem adequada, à rastreabilidade, às certificações e ao pós-uso que sejam corretos e verificáveis. Em seu processo produtivo, o que consumimos terá que passar no teste da sustentabilidade, da sanidade e do impacto positivo no planeta. Como nosso setor tem zona de influência que se espalha por mais de mil municípios brasileiros, não há exagero em afirmar que levamos desenvolvimento socioeconômico a regiões distantes dos grandes centros, dinamizando social e economicamente áreas antes deprimidas, movendo para cima o ponteiro de métricas fundamentais como IDH e IDEB — completa José Carlos da Fonseca Jr.

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