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06/11/2021 - 09:12

Cesta básica teve alta em 16 cidades em outubro , diz Dieese


O custo médio da cesta básica de alimentos aumentou em 16 cidades e diminuiu em Recife (-0,85%), de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos(Dieese) em 17 capitais., e divulgado no dia 05 de novembro (sexta-feira) As maiores altas foram registradas em Vitória (6,00%), Florianópolis (5,71%), Rio de Janeiro (4,79%), Curitiba (4,75%) e Brasília (4,28%). A cesta mais cara foi a de Florianópolis (R$ 700,69), seguida pelas de São Paulo (R$ 693,79), Porto Alegre (R$ 691,08) e Rio de Janeiro (R$ 673,85). Entre as capitais do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta tem algumas diferenças em relação às demais cidades, Aracaju (R$ 464,17), Recife (R$ 485,26) e Salvador (R$ 487,59) registraram os menores custos.

Ao comparar outubro de 2020 e outubro de 2021, o preço do conjunto de alimentos básicos subiu em todas as capitais que fazem parte do levantamento. Os maiores percentuais foram observados em Brasília (31,65%), Campo Grande (25,62%), Curitiba (22,79%) e Vitória (21,37%). Entre janeiro e outubro, todas as capitais acumularam alta, com taxas entre 1,78%, em Salvador, e 18,42%, em Curitiba. A partir de agosto, a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos passou a ser realizada presencialmente em todas as 17 capitais. O retorno foi gradual ao longo de 2021, à medida que a vacinação foi avançando nas cidades. As feiras livres foram introduzidas novamente na pesquisa. As últimas cidades onde o levantamento voltou a campo foram Porto Alegre, Aracaju, Curitiba e Goiânia.

Com base na cesta mais cara que, em outubro, foi a de Florianópolis, o Dieese estima que o salário mínimo necessário deveria ser equivalente a R$ 5.886,50, o que corresponde a 5,35 vezes o piso nacional vigente, de R$ 1.100,00. O cálculo é feito levando em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças. Já em setembro, o valor do mínimo necessário deveria ter sido de R$ 5.657,66, ou 5,14 vezes o piso em vigor.

O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta, em outubro, ficou em 118 horas e 45 minutos (média entre as 17 capitais), maior do que em setembro, quando foi de 115 horas e 02 minutos. Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em outubro, 58,35% (média entre as 17 capitais) do salário mínimo líquido para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em setembro, o percentual foi de 56,53%.

Principais variações dos produtos: a batata, pesquisada nas capitais do Centro-Sul, apresentou alta nas dez cidades e as taxas oscilaram entre 15,51%, em Brasília, e 33,78%, em Florianópolis. A chuva causou dificuldade na colheita e reduziu a oferta, o que elevou o patamar de preços no varejo. O preço do quilo do café em pó subiu em 16 capitais, com destaque para as variações de Vitória (10,14%), Rio de Janeiro (10,06%), Campo Grande (9,81%) e Curitiba (9,78%). A geada do final de julho e a estiagem prolongada comprometeram a oferta do grão, o que levou à alta do preço no varejo. Houve ainda influência da baixa oferta global de café e das elevadas cotações externas. O quilo do tomate registrou aumento de preço em 16 capitais. As maiores altas foram observadas em Vitória (55,54%), João Pessoa (44,83%), Natal (42,16%), Brasília (40,16%) e Campo Grande (32,69%). A maturação lenta do fruto reduziu a oferta e os preços subiram.

O valor do açúcar aumentou em 15 capitais e as altas oscilaram entre 0,27%, em João Pessoa, e 7,02%, no Rio de Janeiro. Em Aracaju, o preço não variou e houve redução em Natal (-0,25%). Menor oferta e alto volume exportado explicaram as elevações dos preços.

O óleo de soja registrou alta em 13 das 17 capitais, entre setembro e outubro. Os maiores aumentos ocorreram em Vitória (3,22%), Brasília (2,40%), Campo Grande (2,16%), Rio de Janeiro (1,81%) e São Paulo (1,76%). As retrações mais importantes foram as de Natal (-0,90%) e Aracaju (-0,49%). O crescente volume exportado e a valorização do preço do petróleo, que elevou a procura pelo biodiesel (cujo insumo é o óleo de soja), reduziram a oferta e contribuíram para o aumento dos preços.

O leite e a manteiga apresentaram elevação de preço em 11 capitais. As altas mais expressivas da manteiga ocorreram em Vitória (5,18%) e em Salvador (2,72%). Para o leite, os maiores aumentos foram registrados em Campo Grande (2,98%) e Belém (1,78%). Os elevados custos de produção seguiram pressionando o valor do leite no campo, mesmo com maior oferta.

O preço do feijão recuou em 11 capitais — O tipo carioquinha, pesquisado no Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e São Paulo, registrou queda em nove capitais, de -2,73%, em Fortaleza, a -0,13%, em São Paulo. As altas ocorreram em Belém (1,46%), Campo Grande (0,83%) e Salvador (0,54%). Já o custo do feijão preto, pesquisado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, diminuiu em Porto Alegre (-1,33%) e Curitiba (-1,00%) e aumentou em Vitória (1,14%), Rio de Janeiro (0,73%) e Florianópolis (0,36%). Apesar do período de entressafra, a queda da demanda, devido aos altos patamares de preço, influenciou a redução de valores no varejo.

A carne bovina de primeira teve o preço reduzido em nove capitais — O motivo principal foi a queda na exportação, provocada pela sanção da China à carne brasileira. As capitais onde o preço do produto mais caiu foram Vitória (-1,17%) e Goiânia (-0,76%). As altas mais importantes ocorreram em Florianópolis (3,65%), Rio de Janeiro (2,28%) e Curitiba (1,32%).

. As fontes de consulta são: Cepea - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - Esalq/USP, Unifeijão, Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Embrapa, Agrolink, Globo Rural, artigos diversos em jornais e revistas.

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