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26/11/2021 - 09:31

Inclusão de negros na PM


Aproveitando o mês no qual se comemora o dia da consciência negra, 20 de novembro, trago aqui um tema que pode passar despercebido pelos cidadãos e formadores de opinião, mas que entendo ser de grande relevância para a sociedade: a postura de inclusão social que a polícia militar de todo o país, especialmente a do Rio de Janeiro, promove desde sua fundação no que diz respeito à raça, cor, classe social etc.

A corporação se apresenta como uma das mais democráticas do país. Em estudo divulgado na década passada intitulado “O negro na Polícia Militar: crime, cor e carreira no Rio de Janeiro”, o primeiro focando o policial afrodescendente no Estado, foi constatado, já naquela época, que a instituição era a que mais emprega negros no Rio. O levantamento apontou ainda que 60% da tropa, considerando oficiais e praças, são afrodescendentes, percentual que sobe para 66% se for considerado somente os praças.

E mesmo sem estatísticas atuais podemos arriscar que essa realidade permanece. Se na ocasião os negros na PM chegavam a 42% dos oficiais da corporação, hoje a estimativa é que esse percentual gire em torno dos 50%, algo que não se vê em nenhuma outra instituição pública e nem privada do país.

Vale ressaltar que a carreira militar se dá com base na meritocracia, ou seja, todos de forma igualitária buscam crescer na corporação, que prioriza os critérios de qualificação e capacitação. Cada candidato compõe a sua história, galgando cada degrau de sua carreira, com estudo, disciplina e dedicação, independente de quem seja.

E o que internamente é reconhecido, pois no estudo 75% dos entrevistados acreditavam que na PM não existe racismo, infelizmente não chega a opinião pública, ou seja, uma informação importante e que não é de conhecimento da sociedade.

Numa realidade na qual a violência urbana alcançou índices extremos nas últimas décadas, quando se fala que a polícia do Rio é a que mais mata, também se deve lembrar que ela também é a que mais tem baixa. E dessas mortes de policiais a maioria são de negros. Segundo o Anuário 2020 do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), 65,1% dos 172 policiais assassinados no Brasil como um todo em 2019, de folga ou em serviço, era negro, ou seja, significando que 2 em cada 3 policiais mortos.

Com todo esse cenário, fica nesse mês da consciência negra o desejo de que haja por parte de todos um reconhecimento à uma corporação centenária quanto a sua capacidade inclusiva, de responsabilidade social e de igualdade.

. Por: Marcos Espínola, Advogado criminalista e especialista em segurança pública;

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