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30/11/2021 - 08:34

Produção e vendas de químicos voltam a subir em outubro 2021, diz Abiquim


Demanda cresce e alcança o melhor patamar dos últimos 30 anos; por outro lado, custos internos, em especial do gás, pressionam fortemente o setor.

Os principais índices de volume do segmento de produtos químicos de uso industrial registraram resultados positivos em outubro de 2021, na comparação com o mês anterior. O índice de produção subiu 5,51%, enquanto o de vendas internas teve elevação de 4,97%. A demanda local, medida pela variável consumo aparente nacional (CAN), teve alta de 0,4% e o índice de utilização da capacidade instalada registrou o patamar de 73% de taxa de ocupação das instalações. No que se refere ao índice de preços, a variável teve a terceira elevação consecutiva, com resultado de +4,93% em outubro, pressionada pelo mercado internacional e por altas de custos de matérias-primas e insumos básicos.

. Tabela abaixo as demais comparações temporais:

De acordo com a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, os resultados do segmento de produtos químicos de uso industrial nos últimos 30 anos revelam a existência de diversas oportunidades criadas pelo mercado e pelo crescimento da demanda. —Essas oportunidades poderiam ter sido convertidas em investimento e em crescimento, gerando valor e renda para o Brasil, mas, infelizmente, quem se beneficiou dessa alta foram as importações, que cresceram expressivamente e, neste ano, o setor deve registrar o recorde histórico de déficit na balança comercial, superior a US$ 40 bilhões —afirma.

A demanda da química teve crescimento médio anual de 3% entre 1990 e 2020, enquanto a produção interna subiu 1,5% a.a., metade do crescimento anual do CAN, e as importações cresceram 9,5% a.a. Nos últimos dois anos de observação, a taxa de crescimento do CAN ficou três vezes acima da taxa média histórica.

—A pandemia tem mostrado ao mundo quão importante é ser autossuficiente na produção de produtos estratégicos, básicos e essenciais, como os utilizados na área de saúde e alimentação, sem depender de outros países. Inclusive, o Brasil é competitivo na produção agrícola, mas depende de insumos químicos importados e acaba correndo riscos por conta dessa elevada dependência, como a que vem sendo observada atualmente com a China e com a Rússia, que ameaçam reduzir as vendas de fertilizantes para o mundo, podendo afetar a agricultura brasileira —alerta Coviello.

A executiva da Abiquim explica que os segmentos mais expostos ao mercado internacional como o químico, não têm conseguido competir. —Em momentos como o atual, com desvalorização do Real e mudanças estruturais no comportamento da demanda mundial, fica reforçada a necessidade de se acelerar as medidas da agenda positiva junto ao governo federal. Também são urgentes a reforma tributária, a solução de deficiências logísticas e outras, que tem como objetivo a redução do custo Brasil e a eliminação das distorções que impõem custos ao país que não são compatíveis com os que se praticam no mercado internacional. Esses custos locais são tão severos que, muitas vezes, nem mesmo a elevada depreciação do Real compensa— finaliza Coviello.

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