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01/12/2021 - 08:31

Pandemia aprofunda desigualdade de gênero entre empreendedores

Aponta Data Nubank em estudo inédito com BID e Sebrae. Segundo o levantamento, MEIs liderados por homens apresentam uma receita média 23% maior a dos negócios chefiados por mulheres. Lacuna entre os gêneros no País ainda é um dos desafios mais evidentes do empreendedorismo no Brasil.

A pandemia causada pelo coronavírus (Covid-19) atingiu, de maneira negativa e intensa, os pequenos negócios comandados por mulheres no Brasil. De acordo com um estudo do Data Nubank, em parceria inédita com o Sebrae e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a desigualdade de renda entre os gêneros de empreendedores aumentou em meio à crise.

Segundo o levantamento, em 2020, MEIs liderados por homens apresentaram uma receita média 10,8% superior à dos negócios chefiados por mulheres. Já nos primeiros sete meses de 2021, a diferença aumentou quase 13 pontos percentuais, passando para 23%.

—Em meio a pandemia, houve uma aceleração na diferença entre os rendimentos das mulheres empreendedoras e homens que também lideram seus próprios negócios. Isso confirma que a lacuna entre os gêneros no País ainda é um dos desafios mais evidentes do empreendedorismo por aqui e se reflete no quanto cada empreendedor ganha em seus negócios —comenta Rafaela Nogueira, Gerente de Relações Institucionais no Nubank, doutora e mestre em economia pela Fundação Getúlio Vargas, que coordenou o levantamento de dados do estudo.

Para Renata Malheiros, coordenadora do programa Sebrae Delas, os impactos da pandemia de Covid-19 foram mais intensos para as mulheres não só na diferença de renda, mas também em relação à vida pessoal, já que, ao avaliar os negócios liderados por mulheres, é preciso considerar a perspectiva sócio-econômica. Mesmo antes da crise sanitária, elas já dedicavam cerca de 10,4 horas a mais que homens por semana para atividades domésticas e de cuidado com a família, segundo o IBGE.

Segundo o BID, com o fechamento de creches e escolas, também foram elas as primeiras a sofrer com o acúmulo de jornadas de trabalho, o que acaba por impactar seus negócios também. Por isso, uma das primeiras áreas afetadas é a fonte de renda da mulher. Identificar esse fenômeno e trabalhar para superá-lo, para o BID, é essencial para promover crescimento econômico inclusivo.

Negócios fechados —Os dados compilados pelo estudo mostram que a crise da Covid-19 também foi mais intensa para o fechamento de micronegócios liderados por mulheres. De acordo com o levantamento, o número de mulheres empreendedoras caiu 50% a mais do que o número de homens que fecharam seus negócios.

Além disso, a crise também atingiu a capacidade de economizar dos empreendedores, com reflexos piores para as mulheres. Na função Guardar Dinheiro, do Nubank, por exemplo, a diferença entre os depósitos de mulheres e homens só tem crescido. Em 2019, elas conseguiram guardar 17,2% em volume financeiro a menos do que os homens. Em 2021, essa diferença entre o montante guardado entre eles e elas aumentou para 47,6%.

“São mulheres que precisaram fechar seu negócio e que, por outro lado, sem a renda oriunda desse trabalho, vêm os homens com uma capacidade de poupança muito superior ao delas. Por isso, é fundamental questionar o que podemos fazer enquanto sociedade para superar os desafios do empreendedorismo feminino, e batalhar para que as lacunas de gênero sejam, se não eliminadas, ao menos reduzidas”, disse Renata Malheiros.

O estudo, que marca um ano do Data Nubank, faz uma leitura sobre o perfil de microempreendedorismo feminino com base no comportamento de clientes Nubank e pautado em dados do Sebrae e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em uma parceria inédita entre as três instituições.

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