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11/12/2021 - 06:53

Os não presidentes


Por aqui, a leniência se confunde com perfil conciliador, sendo que ambas não têm qualquer ponto ético de aderência.

Já parou para pensar que no Brasil, o país do presidencialismo de coalizão, conforme termo criado pelo jornalista Sérgio Abranches, a figura de um presidente forte pode ser indesejável?

Há uma razão para isso: o trilionário orçamento brasileiro que é fatiado no Congresso Nacional, posições em ministérios e demais cargos que são distribuídos para os inúmeros partidos existentes no Brasil.

Um presidente com personalidade forte e muito conhecimento pode ser tudo o que os políticos e aqueles que orbitam em torno do poder desejam ver bem longe do Palácio do Planalto.

Daí a dificuldade real em se desmontar a teia de poder e atraso que se entranha em Brasília há décadas.

Prometa mudanças e não mude muita coisa. O primeiro é o mantra repetido para o eleitor, o segundo, o que o eleitor recebe ao final.

A decepção com os resultados da Operação Lava Jato, combinada com a volta da carestia, desemprego monstruoso e manobras dos congressistas no trato do dinheiro do contribuinte, desanimam o brasileiro em relação ao futuro e a política.

Se até aqueles que estavam combatendo a corrupção corromperam os processos com inúmeras nulidades - diga-se, bem exploradas pelos advogados dos réus, como poderíamos acreditar que farão melhor como políticos? Na verdade, resultará apenas mais descrédito e desalento.

O que temos acompanhado até o momento é a repetição de 2018: os candidatos que lideram claudicantes pesquisas são os mais despreparados para presidente, e já pululam aventureiros midiáticos se apresentando para o Legislativo.

No Brasil, um presidente com características exigidas para o presidencialismo e candidatos de qualidade parecem não desejáveis. Por aqui, a leniência se confunde com perfil conciliador, sendo que ambas não têm qualquer ponto ético de aderência.

Continuando neste quadro não haverá muito o que se esperar para o futuro do povo brasileiro.

. Por: Cássio Faeddo. Advogado. Mestre em Direito. Ciências Políticas – USCS. MBA em Relações Internacionais – FGV/SP.

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