Investidores de Venture Capital s?o de Marte

E investidores de GreenTech de Vênus.

Nāo é novo, todos nós sabemos através de relatórios da NASA, IPCC, Nações Unidas, COP, Banco Mundial, TCFD, G7, G20, Blackrock, Bill Gates, Jeff Bezos, Elon Musk, Google, entre outras fontes respeitáveis. Diversos artigos e publicações mostram que a mudança do clima é uma ameaça.

Todos nós recebemos os avisos da ciência e vimos as marcas que estamos alcançando de número de emissões: 350 partes por milhāo em 2008, 471 partes por milhāo em 2021, 1.000 partes por milhāo em 2021 (dados de auditoria independente). O caminho para 1,5 grau nāo é mais atingível.

Apesar das dificuldades, muitas pessoas acreditam e veem a possibilidade de mudança. Nesse contexto, nasceu e cresceu a GreenTech América Latina, programa concebido para acelerar as soluções sustentáveis, expandir seu alcance e gerar impacto positivo para todos.

Alguns dos grandes fundos de investimento dirigiram esforços para investir em tecnologias sustentáveis, outro nomes estāo investindo na possibilidade de se viver em Marte. Em um primeiro momento pensamos que habitar o planeta vermelho seria uma boa ideia, mas depois percebemos que nāo é um plano B viável para a nossa sociedade, tampouco ajuda a solucionar os problemas que temos hoje.

Vamos enviar 1.000 pessoas para Marte para salvar a espécie humana? Certamente podemos fazer melhor aqui na Terra, nosso planeta A.

Com a expansão do ecossistema GreenTech América Latina, surgiram diversas pequenas e médias empresas com tecnologias sustentáveis na regiāo, que sāo capazes de resolver grandes problemas, mas nāo sāo muito atraentes ao olhar dos atuais investidores, antigos “dinossauros” das fintechs.

A escolha por trilhar um caminho que faça algo melhor para o ecossistema, e traga benefícios para todos os envolvidos, passa pelos criadores das tecnologias - as chamados startups ou scale-ups, que usualmente nāo estāo bem preparados para explicitar o impacto que as tecnologias deles realmente exercem.

Além disso, quase todas as grandes plataformas de investimento em venture capital, globalmente, nāo perguntam às scale ups sobre impacto. Investidores dessa indústria usualmente nāo sāo bem treinados para falar essa língua, nem tem o incentivo correto para tal.

Investidores de Venture Capital e a maioria dos Private Equities têm um incentivo. Eles precisam fazer bons negócios e entregar altos múltiplos de saída, e, claro, altas taxas de retorno, IRR (métrica de retorno). Unicórnios podem ser um bom caminho para isso, entāo o que ouvimos é que o rápido, digital é escalável é o bom.

Nesse raciocínio, parece até que o melhor negócio seria ir para Marte…e alguns dos Unicórnios podem ir.

Mas para aqueles que preferem respirar o ar puro do verde terrestre e contemplar oceanos azuis, está disponível a primeira plataforma digital aberta, desenhada para tornar mais fácil a conexāo de tecnologias sustentáveis com companhias, indivíduos ou governos que precisem implementar soluções para resolver problemas de sustentabilidade que afetam 7.8 bilhões de pessoas.

Provedores de soluções tecnológicas devem considerar qual o título curto da sua soluçāo; qual o impacto da sua tecnologia; qual o percentual de ganho para o planeta Terra e qual ODS melhor descreve a sua ideia.

É difīcil ser preciso. Por vezes os criadores, focados na tecnologia, nāo conseguem mensurar seu impacto. Estamos trabalhando para dar-lhes suporte, inserindo os números para avançar nos objetivos.

A plataforma digital GreenTech Business terá fácil acesso e busca para implementaçāo de tecnologias sustentáveis. Será um recurso válido para ajudar a mudar a dinâmica e inserir a língua de impacto nos dois lados das decisões de investimento. O sistema ajudará a aumentar as conexões, usá-las e mobilizar investimentos em tecnologias sustentáveis.

Assim, ficará mais simples para investidores e empreendedores decidirem por impacto antes. Investidores de Venture Capital e Greentechs devem jogar juntos para preservar a vida em nosso lar, doce lar, a Terra.

. Por: Tiago Brasil Rocha, fundador e CEO da Build from Scratch e GreenTech América Latina, Tiago Brasil Rocha é representante do Green Innovation Group A/S para América Latina e membro do Conselho Fiscal Suplente da Klabin S/A e do Banco do Brasil S/A. Formado em Administração de Empresas pela Universidade Mackenzie, Tiago fez pós-graduação em Economia de Negócios na Universidade de São Paulo – USP, mestrado em Administração na Fundação Getúlio Vargas – FGV e MBA Executivo na Universidade de Oxford, Inglaterra.

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