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03/06/2008 - 09:12

Sustentabilidade é oportunidade de negócios

Repensar o papel da educação para os negócios, com foco na sustentabilidade, é o objetivo do Global Forum América Latina, que acontece de 18 a 20 de junho, no Cietep, em Curitiba.

“Sustentabilidade é oportunidade”. A opinião é do presidente da Associação Nacional dos Cursos de Graduação e Administração (Angrad), Antonio Freitas, um dos especialistas que participará do Global Forum América Latina, encontro que acontece de 18 a 20 de junho, em Curitiba, reunindo universidades, empresas, poder público e sociedade civil para repensar o papel da educação para os negócios, com foco na sustentabilidade.

“A idéia de sustentabilidade remete a negócios que, além de visar lucro, devem ter como foco a preservação do meio ambiente e a responsabilidade social”, diz Freitas, para quem este novo cenário exige novos profissionais, com uma formação mais ampla. Esta será a grande discussão do Global Fórum América Latina. O encontro é uma promoção da Unindus – universidade corporativa do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), com o apoio do Serviço Social da Indústria (Sesi). As inscrições podem ser feitas no site www.globalforum.com.br.

“O objetivo do Global Fórum América Latina é o de promover uma reflexão compartilhada quanto a formas de proporcionar aos estudantes valores e instrumentos que os tornem aptos a agir de acordo com os requisitos da sustentabilidade”, afirma o presidente do Sistema Fiep, Rodrigo da Rocha Loures. “Negócios sustentáveis são aqueles em que estão presentes e atuantes competências capazes de no mínimo criar valor econômico-financeiro sem causar danos seja ao meio ambiente seja a terceiros”, completa, ressaltando que o grande desafio é instalar um processo consistente e contínuo de aprendizagem compartilhada voltada para o aprimoramento da educação em gestão para a sustentabilidade.

Na avaliação de Freitas, que também é conselheiro do Conselho Nacional de Educação, existem projetos pontuais em instituições de ensino que tratam da questão da sustentabilidade, mas não há um esforço continuado para tratar a sustentabilidade como oportunidade de negócios. “Estamos em processo de mudança intensa. O que você ensina hoje pode estar obsoleto em dez anos. O que uma escola deve fazer é preparar a pessoa para o futuro, ensinando sobre globalização, meio ambiente, responsabilidade social, entre outros assuntos, que ajudarão a formar o cidadão”, diz.

Segundo o decano do Centro de Ciências Sociais Aplicadas - Escola de Negócios da PUC/PR, Eduardo Damião da Silva, a discussão em torno da sustentabilidade nos negócios é uma tendência mundial. “Participo de conferências mundiais na área de negócios e todas elas têm feito encontros específicos de sustentabilidade e impacto ambiental. No Brasil, entretanto, são poucas as instituições que se dedicam a fazer esses encontros. O Global Forum será a primeira iniciativa que realmente vai trabalhar a necessidade de mudar a forma de ensinar os alunos da área de negócios e administração”, diz, ressaltando que na universidade já existe a preocupação de discutir e refletir sobre aspectos socioambientais nas disciplinas.

Atualização na academia – Na avaliação do presidente da Angrad, as universidades privadas terão mais facilidade em incorporar a questão da sustentabilidade nos currículos em relação às públicas. “O Conselho Nacional de Educação pode colocar nas diretrizes curriculares a necessidade de se trabalhar o assunto da sutentabilidade. Cada universidade tem autonomia de verificar a melhor aplicabilidade”, diz

Ele acredita, entretanto, que a maioria dos professores não possui capacitação necessária. “Devemos começar treinando os professores no assunto sustentabilidade. É mais fácil sensibilizar e repassar as idéias às pessoas mais jovens, mas deveremos realizar um esforço para treinar e educar os professores mais antigos nesses assuntos.”

Alguns professores estão preparados, principalmente os que lecionam filosofia, sociologia e disciplinas da área ambiental e fizeram mestrado e doutorado na instituição. Os outros terão que passar por uma capacitação, mas não é nada muito complicado”, afirma Silva, da PUC.

A academia tem um efeito multiplicador por formar professores e profissionais. “Como a sustentabilidade já é assunto do nosso dia a dia, o futuro professor e profissional deve sair da universidade com outra visão. É uma necessidade absoluta porque as empresas demandam profissionais que, além de dominar o uso da tecnologia, conheçam sobre sustentabilidade, meio ambiente, responsabilidade social e globalização”, acredita Freitas.

Sustentabilidade nos negócios – O jornalista e consultor em Terceiro Setor, responsabilidade social empresarial e sustentabilidade, Ricardo Voltolini, também relaciona sustentabilidade a oportunidade. “Hoje, as empresas não buscam a sustentabilidade para evitar perdas, mas para inovar e obter lucros. As empresas ditas sustentáveis possuem quatro pontos em comum: todas possuem um líder que acredita no conceito e enxergam o tema sob a ótica da oportunidade e não do risco, inseriram os valores sustentáveis nas estratégias de negócio, e educam para inovar”, afirma.

Segundo Voltolini, as discussões acerca da sustentabilidade no Brasil tiveram início há dez anos. Hoje, questão da sustentabilidade e desenvolvimento sustentável está presente em todas as discussões, desde a instância escolar até governamental. “Isso se deve ao senso de urgência criado ao redor do tema. Vivemos em um mundo com escassez de recursos e crescente desigualdade social. Se não tomarmos uma atitude de mudança, não sei como será o mundo para as próximas gerações”, diz. | www.fiepr.org.br

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