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22/01/2022 - 08:24

Patrulha Maria da Penha


O feminicídio está aí e merece total atenção da sociedade, através da ampliação de campanhas de conscientização para conter esse crime contra as mulheres que representam 50% da população. Embora haja uma mobilização maior nos últimos anos quanto a esclarecer as famílias sobre a violência doméstica, o índice ainda é alto e elas continuam sendo espancadas e mortas. E esse cenário precisa mudar com iniciativas de todos os setores da sociedade civil, essencialmente do Poder Público, como já acontece no Rio de Janeiro com a Patrulha Maria da Penha.

Liderada pela Tenente-Coronel Claudia Moraes, a inciativa não foi pioneira no Brasil, mas a primeira a abranger um Estado inteiro. A premissa do projeto é o atendimento e monitoramento das mulheres com medidas protetivas decretadas pela justiça. Os PMs são treinados e capacitados para prestar, de maneira acolhedora e dentro da lei, o primeiro atendimento às vítimas.

Desde sua criação, já foram realizados mais de 90 mil atendimentos, grande parte fiscalizações de medidas protetivas. Mais de 30 mil mulheres foram atendidas em todo o estado e foram feitas mais de 400 prisões. Realmente um modelo a ser seguido para que possamos mudar essa realidade, na qual a cada seis horas morre uma mulher. Somente no primeiro semestre de 2021, quatro mulheres por dia (quase mil óbitos) foram vítimas de feminicídio no Brasil, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Iniciativas como essa demonstram que é possível mudar esse quadro da violência doméstica. Dois fatores, um sociocultural e outro de saúde pública, podem ser considerados agravantes dessa prática: o machismo e as drogas, dentre elas o álcool.

Somos uma sociedade machista e muitos homens veem a mulher como objeto, alguém inferior. Com essa certeza, as tratam da pior forma possível, tirando toda a sua dignidade. Somado a isso, grande percentual dos casos tem o ingrediente droga e alcoolismo, que desestabiliza qualquer família e leva muitos homens a atos de extrema violência.

Assim, fica claro para todos que a sociedade está doente e faz tempo. Para tratar isso todos os serviços sociais devem caminhar juntos. É preciso educar as crianças para desde cedo terem a consciência de que todos são iguais e que a mulher não é um ser inferior. E isso se estende aos negros, gays etc. Crianças intolerantes com a diversidade serão adultos machistas, preconceituosos e violentos no futuro.

. Por: Marcos Espínola, Advogado criminalista e especialista em segurança pública.

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