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28/01/2022 - 07:02

Demanda interna de químicos alcança melhor nível histórico em 2021, diz Abiquim


Crescimento de 20,5% em dois anos comprova a essencialidade do setor para a economia do país; mas recorde de importações e déficit de US$ 46 bilhões na balança comercial ainda minam a indústria nacional.

O ano de 2021 ficará marcado pelos excepcionais volumes demandados de produtos químicos de uso industrial no mercado brasileiro. A demanda interna, medida pelo consumo aparente nacional (CAN) — produção mais importação menos exportação —, cresceu 20,5% entre 2020 e 2021, alcançando o melhor resultado na série histórica desde 1990.

Porém, oportunidades que poderiam ter sido convertidas em investimento, gerando valor e renda para o Brasil, não foram aproveitadas, e as importações acabaram por se beneficiar dessa alta, passando a ocupar 46% de todo o mercado interno no ano passado, contra 7% no início dos anos 1990. Nesse período, o déficit cresceu de cerca de US$ 1,5 bilhão em 1990 para o recorde de US$ 46 bilhões em 2021.

Segundo Fátima Giovanna Coviello Ferreira, diretora de Economia e Estatística da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), a falta de competitividade e a consequente descontinuidade de diversas linhas de produção nos últimos anos justificam o nível elevado de penetração das importações sobre a demanda e o desempenho atípico da produção e do uso da capacidade instalada.

O índice de vendas internas recuou 0,47% em 2021, se ressentindo das fortes pressões de custos internos do ano passado, associadas as matérias-primas básicas do setor, como o gás natural, que alcançou níveis muito altos no segundo semestre de 2021, e a energia elétrica, além dos custos mais elevados da logística nacional e internacional. O índice de produção subiu 5,04%, e a capacidade instalada encerrou 2021 com média de 72%, mesmo patamar registrado no ano anterior, mantendo a ociosidade em um nível elevado e preocupante para os padrões de operação em processo contínuo do setor químico. O índice de preços no mercado interno subiu 62,25% acompanhando as oscilações no mercado internacional.

Tabela abaixo os principais indicadores do Relatório de Acompanhamento Conjuntural (RAC), da Abiquim:

Para a diretora da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), a química possui papel relevante na indústria nacional, sendo geradora de empregos de qualidade e bem remunerados e propulsora de uma longa cadeia na economia. —Olhando para o futuro, com o aumento da produção de óleo e gás no Brasil, a indústria química tem o potencial de se tornar ainda mais importante, especialmente pelo seu papel fundamental e estratégico também para a cadeia de refino. Muitos países desenvolvidos, com disponibilidade de óleo e de gás, buscam a química para agregar valor aos seus recursos naturais, mitigando riscos inerentes às modificações no mercado de combustíveis —afirma Coviello.

Ela lembra que o pré-sal tem um potencial de produção enorme, e parte dessa riqueza é da União. —Cabe uma decisão muito importante ao governo brasileiro que é a de definir entre ser exportador de commodities ou de bens acabados, que trazem muito mais valor ao País. Não só isso, também são urgentes a reforma tributária, a reforma administrativa, a solução de deficiências logísticas e outras, que tem como objetivo a redução do custo Brasil e a eliminação das distorções que impõem custos ao país que não são compatíveis com os que se praticam no mercado internacional — alerta a executiva.

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