Rio de Janeiro inaugura 1ª escola russo-brasileira do país

Com 35% de disciplinas especializadas.

Brasil e Rússia deram mais um passo para fortalecer seus laços no dia 15 de fevereiro (terça-feira). Não em Moscou, onde os presidentes Jair Bolsonaro e Vladimir Putin ainda vão se reunir em evento diplomático nesta semana, mas em Belford Roxo, na região metropolitana do Rio de Janeiro.

Isso porque a secretaria estadual de Educação inaugurou, na Baixada Fluminense, a Escola Intercultural Brasil Rússia, a primeira russo-brasileira do país, em cerimônia na manhã do dia 15 de fevereiro (terça-feira).

Escolhido para o projeto, o Colégio Estadual Tenente Otavio Pinheiro, que conta com alunos do primeiro ao terceiro ano do Ensino Médio, terá mudanças importantes em sua grade curricular.

A escola passa a funcionar em tempo integral e terá não só aulas do idioma russo, como disciplinas que perpassam a história e a cultura do país euroasiático.

O currículo mantém disciplinas obrigatórias do ensino geral, como biologia, física, química, matemática, filosofia, geografia, história, sociologia, artes, educação física, língua e literatura portuguesas, religião e duas línguas estrangeiras: inglês e russo - claro. Estas ocuparão cerca de 65% de toda a carga.

Já os outros 35% do currículo será composto por disciplinas especializadas, planejadas para serem ministradas em russo: geopolítica, literatura russa, história da arte, história russa e fundamentos da cultura russa.

Alunos da Escola Intercultural Brasil Rússia, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, em sala de aula no dia 15 de fevereiro .

Além disso, o colégio promoverá a prática de intercâmbios culturais e abrirá a possibilidade de futuras oportunidades de emprego no país euroasiático para os graduados.

O projeto nasceu a partir de uma parceria da secretaria estadual de Educação do Rio de Janeiro com a Universidade Russa da Amizade dos Povos (RUDN Universidade) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que possui o curso de graduação em Letras: Português-Russo.

—É uma honra imensa estar presente nesse momento histórico. Agradeço à secretaria estadual pela grande iniciativa e empenho no projeto maravilhoso. Estou muito orgulhoso de dizer que é uma escola com participação direta da Rússia— afirmou o cônsul-geral da Rússia no Rio de Janeiro, Vladimir Tokmakov.

Segundo o diplomata, o projeto é essencial para explorar as "culturas riquíssimas e séculos de conhecimentos" que ambas as nações possuem.

— A escola intercultural promoverá uma verdadeira janela entre os países. Começamos a trilhar um novo caminho rumo ao sucesso para ambos os lados — destacou Tokmakov.

Esta é a primeira escola russa do projeto, mas há mais 11 no mesmo formato relacionadas a outros países, sendo cinco inauguradas neste ano. Além do novo colégio russo, a China, em Niterói, e o Japão, em Itaguaí, também foram contemplados com parcerias em escolas fluminenses. França e Alemanha ganharam uma segunda escola, em São João de Meriti e Váz Lobo, respectivamente.

—As demais parcerias são com EUA, Itália, Espanha, México e Turquia.

Estamos celebrando essa aula inaugural de mais uma escola intercultural da nossa rede. Tínhamos apenas sete e hoje já temos 12 interculturais— destacou o secretário estadual de Educação, Alexandre Valle.

Ele ressaltou que as escolas do modelo são as que possuem a menor taxa de infrequência por parte dos alunos da rede.

—Por isso, tenho certeza de que é um projeto grandioso, não apenas para aprender o idioma, mas para conhecer a cultura e costumes do país, promovendo ainda o intercâmbio entre estudantes brasileiros e russos — frisou.

A secretaria informou que, durante os anos letivos de 2022 e 2023, a educação na escola intercultural ocorrerá em duas turmas, com um total de 70 alunos. Em 2024, o número de matrículas se estenderá a todos os grupos das classes seniores da escola. | Sputnik Brasil.