“Um Brasil muito melhor num mundo muito pior”, diz economista

Os trabalhos do primeiro dia do 10º Encontro Nacional de RI e Mercado de Capitais, realizado no WTC Hotel, em São Paulo, por IBRI (Instituto Brasileiro de Relações com Investidores) e Abrasca (Associação Brasileira das Companhias Abertas), iniciaram com a exposição dos cenários econômicos. O economista e presidente da SR Rating, Paulo Rabello de Castro afirmou que o Brasil está em processo de contaminação por fatores críticos externos. Ele observa início de uma mudança na política de juros norte-americana que deve ser intensificada em 2009 com objetivo de fortalecimento do dólar. A transmissão para o Brasil deve ocorrer via inflação, mas Rabello de Castro defende que este risco é mitigado pelo impacto do Investment Grade e pelo impulso fiscal favorável.

O economista chefe do Banco Bradesco de Investimentos S/A, Dalton Gardiman afirma que vivemos “um Brasil muito melhor num mundo muito pior”, e questiona a diferença entre novos paradigmas e ventos favoráveis. Ele defende que a liquidez foi o motivo das melhorias no cenário nacional, mas que o Brasil só teve o aproveitamento verificado em função do trabalho realizado sobre os fatores críticos verificados em crises anteriores.

Para o diretor do Credit Suisse, José Olympio da Veiga Pereira, o mercado de capitais nacional já vivia um momento extremamente favorável antes de atingir o Investment Grade. Ele acrescenta que o mercado de dívida externa contraiu-se após o novo rating, principalmente porque empresas brasileiras resistem à captação em dólar. O diretor observa que o Brasil tem sido um emissor menos freqüente no mercado de dívida do que outros países emergentes, mas que o contrário acontece na emissão de ações. “Após a enxurrada de IPOs em 2007, o mercado tem batido recordes, mas está mais seletivo”, afirma.