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Copom cai para 13,0 por cento e Banco Central mostra independência

Brasília/São Paulo - O Banco Central desacelerou o ritmo de corte da Selic, dois dias após o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ter chamado atenção, em uma cerimônia pública, à expectativa de juros mais baixos.

O Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu o juro básico brasileiro no dia 14 de janeiro, pela 13ª vez seguida, mas em ritmo menor que nas últimas decisões e sem unanimidade. Na primeira reunião do ano, a taxa foi cortada em 0,25 ponto percentual, para 13,0 por cento.

"Diante das incertezas associadas ao mecanismo de transmissão da política monetária e considerando que os efeitos das reduções de juros desde setembro de 2005 ainda não se refletiram integralmente na economia, o Copom avalia que a decisão contribuirá para aumentar a magnitude do ajuste a ser implementado", afirmou o BC em comunicado.

O placar foi de cinco votos a três-a minoria dos diretores defendeu uma nova redução de 0,50 ponto percentual.

Pesquisa da Reuters na semana passada mostrou que 14 de 20 analistas projetavam redução de 0,25 ponto percentual, levando em conta os sinais anteriores de "parcimônia" emitidos pelo BC. Os demais projetavam corte de 0,50 ponto.

Ao anunciar dia 22 de janeiro (segunda-feira), no Palácio do Planalto, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o ministro da Fazenda afirmou: "Viu Meirelles? O mercado está esperando a queda do juro".

Mas dias depois, Mantega e Henrique Meirelles procuraram dissipar especulações de que o BC estaria sendo pressionado. O ministro afirmou que, ao falar sobre o corte, estava apenas fazendo um "comentário jocoso". Meirelles negou ter se incomodado com os comentários.

Mostra de independência? - Para o Sindicato das Financeiras dos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo (Secif-RJ), o BC mostrou "independência" com a decisão.

"O Copom precisa garantir o cumprimento da meta de inflação, fixada ano a ano pelo Ministério da Fazenda. Ou cumpre esse objetivo ou fracassa. Não existe uma meta de crescimento econômico que tenha que ser perseguida pelo Copom. A única meta é a de inflação", afirmou o presidente da entidade, José Arthur Assunção.

Outros analistas também consideram que a cautela do BC vem da preocupação em garantir que a inflação deste ano fique dentro da meta. Um dos motivos dessa preocupação vem da demanda do consumidor.

Arthur Carvalho, economista-chefe da Ativa Corretora, avalia que o cenário econômico ainda não está totalmente claro e que, em momentos de incerteza, o Copom opta pela cautela.

"Os indicadores de demanda interna estão mostrando sinais de aquecimento consistentes... Já os indicadores de oferta, como produção industrial, não mostram o mesmo ritmo, o que pode indicar que as importações estão desempenhando um papel importante suprindo o excesso de demanda interna", disse.

Neste ano, o crédito ao consumidor deve continuar aumentando e o consumo tende a ser estimulado pelos cortes anteriores do juro.

As expectativas do mercado apontam inflação abaixo do centro da meta, de 4,5 por cento, mas ligeiramente acima do patamar de 2006.

"Houve mudança importante no comportamento dos preços agrícolas no atacado, que desde setembro passaram a apresentar variação positiva nos valores acumulados em doze meses", comentou Elson Teles, economista-chefe da Concórdia Corretora.

A próxima reunião do Copom está agendada para os dias 6 e 7 de março. | Por Isabel Versiani e Vanessa Stelzer, e colaboração de Angela Bittencourt/Reuters

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