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17/03/2022 - 08:31

Ministra defende que sanções não incidam sobre fertilizantes


Tereza Cristina aponta riscos à segurança alimentar mundial.

A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento(Mapa), Tereza Cristina, propôs, no dia 16 de março (quarta-feira), ao participar de um evento virtual, que as recentes sanções comerciais e econômicas que as principais economias ocidentais impuseram à Rússia e a Bielorrússia não se apliquem às negociações de fertilizantes.

—Creio que deveríamos excluir os fertilizantes dos regimes de sanções, a exemplo do que ocorre com os alimentos— propôs a ministra aos demais participantes da mesa redonda sobre insumos para sistemas agroalimentares sustentáveis — entre eles, ministros da Agricultura de outros países e dirigentes da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).

Para a ministra, as restrições à compra e venda de fertilizantes provenientes da Rússia e da Bielorrússia como forma de pressionar politicamente os dois países desestabilizará a oferta dos insumos agrícolas, já que as duas nações são importantes fornecedores mundiais. Segundo Tereza , a consequência disso será uma menor oferta global dos produtos, o que encarecerá seus preços, afetando a produção mundial de alimentos, reforçando a tendência inflacionária e ameaçando a segurança alimentar.

— Devido ao fornecimento altamente concentrado em poucos países, o mercado mundial de fertilizantes é muito sensível a choques de oferta. E o potencial de desestruturação do comércio destes produtos com a atual crise global é significativo— acrescentou a ministra, lembrando que a disponibilidade dos insumos impacta os preços das principais commodities agrícolas.

Para Tereza, além de defender que as sanções econômicas não incidam sobre a negociação de fertilizantes, os países deveriam atuar conjuntamente para ampliar o intercâmbio de informações sobre os mercados agrícolas globais e intensificar a pesquisa científica em busca de inovações tecnológicas que permitam fortalecer a eficiência e a sustentabilidade da agropecuária.

— Temos que encontrar meios de evitar que medidas destinadas a punir comportamentos específicos, aplicadas por um grupo de países, acabem por afetar as cadeias alimentares mundiais. Não podemos, sob o pretexto de solucionar um problema, criar um outro ainda maior, agravando a situação da fome que, segundo a FAO, já afeta a mais de 800 milhões de pessoas em todo o mundo —acrescentou a ministra após mencionar que a pandemia da covid-19 já tinha posto à prova a capacidade do sistema alimentar global, que ainda enfrenta um “ cenário de cadeias logísticas desestruturadas, níveis elevados de desemprego, muitas incertezas sobre o futuro” e uma consequente onda inflacionária “que atinge a um número crescente de países”. | ABr

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