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24/03/2022 - 07:58

O 2º dia do ciclo "Encontro com os CEOs" foi realizado no âmbito da AOG Expo


Referentes das principais empresas do setor de Petróleo e Gás analisaram a situação que surge do novo contexto geopolítico global e as possibilidades da Argentina passar de importadora a exportadora de hidrocarbonetos.

O segundo dia do ciclo "Encontro com os CEOs", uma série de conferências que reúne os líderes e impulsionadores das empresas líderes do mercado no âmbito da AOG Expo 2022, foi moderado pelo presidente do IAPG, Ernesto López Anadón, que perguntou aos participantes como a indústria argentina de óleo e gás pode responder à nova situação geopolítica global.

Para Marcos Bulgheroni, CEO do Grupo Pan American Energy, para avaliar o cenário atual, o efeito da invasão russa da Ucrânia, é preciso ampliar a visão e analisar em que contexto isso ocorre. —O contexto já era complicado desde antes. Agora a Europa tem que substituir o gás natural da Rússia porque as políticas de segurança nacional têm precedência sobre o mercado, mas aí o problema é o GNL porque não há quantidades adicionais de oferta para cobrir essa demanda— alertou o gerente. —Viemos de um quadro complicado em que as empresas ficam restritas financeiramente para fazer investimentos e aumentar a produção. Portanto, embora seja uma oportunidade para o país, não se sabe quem vai atender a demanda que surge após o conflito —acrescentou.

Por outro lado, Bulgheroni salientou que os preços elevados “são más notícias para a balança comercial do país” e embora a incerteza não nos permita antecipar como a tendência vai continuar, disse que não consegue imaginar um 2022 com preços em queda. —O problema são as importações e esses preços agora nos obrigam a rever a estratégia original. O positivo é que essas situações levam você a reorganizar prioridades e encontrar um equilíbrio, por isso temos que pegar Vaca Muerta: as reservas que temos são suficientes para cobrir seis vezes o consumo da Argentina nos próximos 30 anos —afirmou .

No painel seguinte, Anadón levantou como tema o potencial da Argentina se posicionar como país exportador de hidrocarbonetos. Nesse sentido, o presidente da Shell Argentina, Sean Rooney, destacou a qualidade dos serviços e recursos humanos que o país dispõe para que esse processo ocorra. “Eles são excelentes e isso me emociona, há a indústria, os recursos e também a demanda. O complicado para a Argentina é ser competitivo em nível global, mas se as condições estiverem certas, é possível”, resumiu o executivo.

Por sua vez, o diretor- geral da Total Austral e diretor-geral do Cone Sul da TotalEnergies, Javier Rielo, destacou que é muito difícil para a Argentina exportar e que "primeiro temos que garantir o próximo inverno, não este ano porque este ano já está perdido. Definitivamente, antes de exportar temos que garantir o local”, indicou e acrescentou: —Temos tudo para continuar crescendo. Vaca Muerta complementa perfeitamente tudo o que temos a ver com offshore, e nisso temos potencial e um histórico que nos permite demonstrar que pode ser produzido e realizado sem risco. Não há razão para que esse desenvolvimento não aconteça na Argentina—.

Por fim, no último painel, Manfred Böckmann, CEO da Wintershall Dea Argentina, afirmou que a Argentina continua sendo um pilar importante em termos de gás natural. —Embora as circunstâncias tenham mudado — não só por causa da guerra, mas também por causa das mudanças climáticas, entre outros fatores — certamente há uma oportunidade para a Argentina, mas acho que essa oportunidade sempre existiu —observou e destacou que o A estratégia da empresa é focar no gás como motor da transição energética e desenvolver o hidrogênio. —O país também tem um grande potencial com o hidrogênio acrescentou.

Por sua vez, Teófilo Lacroze, presidente da Raízen Argentina, disse que, no downstream, o grande desafio é a trajetória de preços. —Hoje temos preços muito mais baixos do que qualquer outro país, com a provável exceção da Venezuela. Mas, a médio e longo prazo, temos de ter regras claras sobre como essa trajetória de preços se vai movimentar para podermos fazer investimentos— afirmou, referindo ainda a necessidade de ter acesso a divisas e mais petróleo bruto disponível "porque algumas refinarias hoje estão ociosos. —acrescentou.

Enquanto isso, o diretor- executivo de Exploração e Produção da Pampa Energía, Horacio Turri, disse que “é interessante ver Vaca Muerta de uma perspectiva mais macro. A escassez do que abunda. Aconteceu com o campo no final do século XIX: tínhamos um país com um recurso gigantesco para sua demanda interna que não era aproveitado. Com as ferrovias foi possível ativar a exportação. É o que nos acontece neste século com os gasodutos, para isso precisamos deles”. —Se pensarmos que a transição energética vai durar 50 anos, seria necessário multiplicar por 10 o que precisamos para esgotar os recursos de Vaca Muerta. Por isso, temos que pensar em mais transporte para poder industrializar esse gás e exportá-lo— concluiu o gerente.

A Argentina Oil & Gas Expo 2022, a Exposição Internacional de Petróleo e Gás, acontece de 20 a 23 de março no La Rural Predio Ferial em Buenos Aires, Argentina.

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