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24/03/2022 - 08:38

Criatividade, curiosidade e ousadia


Diferenciais competitivos em um mercado dominado por profissionais da “Geração Tablet”.

Os profissionais estão em constante formação e precisam se reinventar o tempo todo. Praticamente todos os dias, encontro e conheço novos especialistas que estão atuando em diversas áreas. Alguns com o perfil mais técnico e com experiência consolidada na área, outros com atitudes mais conservadoras. Também tem aqueles com ideias mais arrojadas. Sobretudo, o que venho percebendo, há tempos, é que em todos, independentemente do estilo de trabalho, existe a falta de uma característica fundamental para o sucesso.

E qual seria? Na verdade, é um conjunto de algumas características que ajudam a despertar o poder da pesquisa e de provocar, na sequência, impulsos que o fazem arriscar e tentar, mais fortemente, resolver os problemas ou as demandas em que atua. É algo que gira em torno da curiosidade, criatividade, imediatismo e, enfim, da ousadia, mas sem deixar de ser flexível ao mesmo tempo.

Por aqui, penso em interagir e quero estar envolvido com profissionais que tenham essa característica diferenciada, mas no dia a dia, o cenário é outro e muda muito. Dependendo da geração, encontro profissionais que estão acomodados ou, até mesmo, conformados. Esses, estão na busca por respostas rápidas que encerram logo a atividade ou a sua participação. A percepção é de que trabalham com preguiça e com a simples vontade de que o dia termine logo. Apenas cumprindo seu horário. Esse comportamento, em muitos momentos, além de me deixar irritado, acima de tudo, me deixa preocupado e em dúvida sobre o nosso futuro.

Os profissionais estão buscando cada vez mais capacitar as máquinas para que façam tudo e que sejam capazes de substituir não só as atividades rotineiras, como também as atividades estratégicas. Transferindo conhecimento e inteligência, e se tornando, em paralelo, em profissionais vazios e apáticos.

Às vezes me questiono se estou equivocado, mas recordo que, em meus estudos, quando ia para a biblioteca para fazer algum trabalho de escola, havia um esforço real, uma busca ávida por conhecimento, muito mais árdua, em livros, revistas e todo o material impresso que auxiliasse profundamente em conhecer o tema. Por isso, sempre buscava analisar o tempo e o gasto de energia que precisava para alcançar o resultado que esperava.

Hoje, com um mundo totalmente disponível via internet e que pode ser acessado apenas com alguns cliques, o profissional usa e abusa do Google para localizar rapidamente, de maneira básica e mediana, todo o conteúdo que precisa para formatar o seu conhecimento. Você pode estar se perguntando agora: “Poxa Caio, mas e daí, por que não pode ser assim? O que tem de errado nisso? ”. Vejam, o ponto é que, até para fazer a busca no Google, alguns profissionais demonstram dificuldade. Presencio isso diariamente.

Quando não há a busca simplificada na internet, fazem perguntas sem profundidade, aguardando que alguém dê as respostas de que precisa, algo já mastigado ou, de preferência, preparado para o despache. E esse comportamento é uma tristeza, para quem assiste ou está em contato com este tipo de profissional. A minha teoria é que estamos convivendo com uma geração de profissionais que foi inundada, desde a infância, por uma grande quantidade de informações oferecidas facilmente, através do acesso aos recursos de tecnologia.

Tantos estímulos, provocados pela fácil interação com seus tablets, celulares, computadores e todos os demais recursos, que trazem um superficial e rápido conhecimento sobre qualquer assunto, vem transformando as novas gerações de profissionais do mercado. Já está acontecendo agora e vai mudar, cada vez mais, o nosso amanhã. Sim, você entendeu! Nossos filhos serão também profissionais assim. Serão profissionais da geração tablet, populando o nosso futuro.

Acostumados, desde muito cedo, a conseguirem tudo com a facilidade em um deslizar de dedos, estarão treinados a empregar este mesmo esforço em tudo o que atuarem. Sem profundidade, sem necessidade de descobrir o detalhe por trás dos detalhes para oferecer diferenciação ou aquele “toque a mais” em suas atividades.

A reflexão que quero provocar é sobre o futuro desta geração e também de todos que estarão em interações com estes. Será que teremos novos profissionais vazios, dementes (literalmente, sem mente), quando poderíamos ter cabeças pensantes brilhantes por todos os lados e em todas as áreas?

Fique atento! Reveja não só o seu comportamento profissional e como você se recicla constantemente. Mas, coloque atenção também em como lida com as atividades de seus filhos e nos estímulos que oferece a estes. Nem tudo está perdido, refletindo podemos mudar este cenário. Consigo ainda ver, em pessoas bem novas, uma grande capacidade e uma enorme vontade de crescer, entregar resultados diferentes e o desejo de encontrar um mundo de oportunidades. A geração tablet é um abismo, que precisamos entender e tentar evitar.

. Por: Caio Amante, fundador e CEO da Dataside | Perfil — A Dataside é especialista em inteligência de dados, além de Parceira Gold Partner da Microsoft em mais de 10 especialidades. O objetivo principal da empresa é tratar, monitorar e aplicar inteligência nos dados dos negócios de pequenas, médias e grandes empresas, de forma personalizada, entregando insights para uma tomada de decisão mais ágil. Mais informações no site.

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