Nei Lopes recebe título de Doutor Honoris Causa da Uerj

O compositor, cantor, escritor e estudioso das culturas africanas e da história daquele continente Nei Braz Lopes receberá o título de Doutor Honoris Causa da Uerj, no dia 28 de março (segunda-feira). A cerimônia será às 14 horas, na Capela Ecumênica da Universidade – entrada de pedestres pelo portão 1 do campus Maracanã, na Av. Radial Oeste.

Compositor profissional desde 1972, Nei Lopes destacou-se como sambista, principalmente por sua parceria com Wilson Moreira. Na escola de samba Salgueiro, foi compositor e membro da Velha-guarda, e na Vila Isabel participou da diretoria.

Bacharel em Direito e Ciências Sociais pela Faculdade Nacional de Direito da então Universidade do Brasil, atual UFRJ, Lopes já publicou mais de 30 livros sobre a temática africana e afro-originada.

Em 2001, seu Dicionário Banto do Brasil — a 1ª edição foi lançada em 1996 – subsidiou verbetes sobre bantuísmos do Dicionário Houaiss da língua portuguesa. No mesmo ano, Lopes participou do projeto musical “Ouro Negro”, que homenageava o maestro Moacir Santos, ao escrever letras de canções que foram gravadas por Gilberto Gil, Milton Nascimento, Djavan, João Bosco e Ed Motta. Quatro anos depois, seu CD “Partido ao Cubo” foi escolhido pelo Prêmio da Música Brasileira como o melhor disco de samba.

Em maio de 2010, apresentou na Academia Brasileira de Letras a conferência “O negro na literatura brasileira: autor e personagem”. No ano seguinte, participou da Bienal do Livro do Rio de Janeiro, na seção Café Literário, em conversa com o escritor angolano Pepetela. Em 2012, foi a vez de Lopes e José Eduardo Agualusa, também de Angola, conversarem na Tarrafa Literária, em Santos (SP).

Ainda em 2012, Nei Lopes deixou um depoimento gravado no Museu da Imagem e do Som (RJ). No final daquele ano, recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

No ano seguinte, convidado pela embaixada do Brasil no Peru, Lopes apresentou-se na 18ª Feira Internacional do Livro, em Lima, capital daquele país, quando interpretou canções de sua autoria, em tributo ao poeta e músico afro-peruano Nicomedes Santacruz.

Honrarias não são novidade para ele. Ainda em 1998, foi agraciado com a Medalha Pedro Ernesto, da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Em 2005, foi a vez do Governo Federal entregar-lhe a Ordem do Mérito Cultural, no grau de comendador. No ano seguinte, a revista O Globo incluiu-o na reportagem “100 brasileiros geniais”. Em 2007, foi agraciado pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro com a medalha Tiradentes. Além de ser eleito, em 2009, como “Homem de Ideias”, pelo Jornal do Brasil, Nei Lopes também recebeu homenagens das câmaras municipais de Niterói, Seropédica (RJ) e Belo Horizonte.

A concessão do título Doutor Honoris Causa a Nei Lopes foi proposta em julho de 2021 pelo reitor da Uerj, Ricardo Lodi Ribeiro, e aprovada pelo Conselho Universitário, em 02 de dezembro do mesmo ano.

A mais alta honraria da Universidade foi criada em 1965 e já agraciou mais de 40 personalidades de destaque, brasileiras e estrangeiras, por suas contribuições à cultura, à educação ou à humanidade.

O evento que vai homenagear Nei Lopes é aberto ao público e gratuito. Para ter acesso às dependências da Uerj é necessário apresentar comprovante de vacinação contra covid-19 e usar máscara.