Iphan e Unesco fecham acordo de criação do Centro de Formação em Patrimônio

O Palácio Gustavo Capanema, prédio modernista do centro do Rio de Janeiro, vai abrigar o Centro de Formação em Patrimônio da América Latina. A proposta foi discutida semana passada, em Paris, França, entre o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Luiz Fernando de Almeida, e o diretor do Centro de Patrimônio Mundial da Unesco, Francesco Bandarín. O Centro vai começar a funcionar em 2009.

Segundo entendimentos entre Iphan e Unesco, o local deverá se tornar um núcleo de referência nesse campo de conhecimento, tanto para atender aos países da América Latina, como da África lusófona. Serão oferecidas formações de pós-graduação na área de patrimônio e especializações em gestão cultural, além de outros cursos, como capacitação em restauro.

Centros internacionais - Nos últimos anos, a Unesco apoiou a implantação de centros de patrimônio na China, África e no Oriente Médio. A instituição pretende intensificar os estudos nesse campo de conhecimento, com olhar regional. Além de servir como um espaço de reflexão a respeito de políticas de preservação, os centros se propõem a formar especialistas de vários países de uma mesma região.

No ano passado, o Brasil foi eleito para uma cadeira no Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco, que delibera sobre o reconhecimento dos Patrimônios da Humanidade. O país atua, hoje, como porta-voz da América Latina nesse Comitê, que irá se reunir entre 2 e 10 de julho, em Quebec, Canadá.

A proposta de implentação desse núcleo acadêmico já foi discutida na Reunião da Comissão de Patrimônio do Mercosul Cultural, ocorrida no próprio Palácio Gustavo Capanema, em maio deste ano. Todos os presentes - representantes de instituições de patrimônio da Argentina, Chile, Venezuela, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Equador – apoiaram a idéia.

História de vanguarda - O Palácio Gustavo Capanema, construído em 1943 e assim chamado em homenagem ao ministro da cultura que o idealizou, é conhecido como marco fundador da arquitetura moderna. O prédio foi projetado por um time de seis arquitetos, entre eles Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, com a consultoria do francês Le Corbusier e projeto paisagístico de Burle Marx.

O local abriga uma biblioteca, uma livraria, sala de espetáculos, auditórios, salão de exposições, arquivos digitais e sonoros e estruturas administrativas do Ministério da Cultura e de suas instituições vinculadas. Lá funcionou a primeira sede do Iphan, agora transferida para Brasília. Grande parte do acervo dessa instituição pioneira na América Latina, acumulado ao longo dos mais de 70 anos desde a sua criação, ainda se encontra no prédio. Esse rico acervo servirá de base para a construção do novo Centro. || www.iphan.gov.br