Brasil e Cingapura buscam negócios em setor de alimentos

Apex-Brasil, em parceria com a IE Singapure (Agência de Promoção do país), realiza Projeto Comprador com a vinda de cerca de 30 empresários de Cingapura ao Brasil. Foram três dias de encontros que incluíram rodadas de negócio, palestras, showroom de produtos brasileiros e visitas técnicas a empresas destes setores.

Diretor da Apex-Brasil, Maurício Borges, fala aos empresários asiáticosEmpresários de Brasil e Cingapura participaram no dia 2 de junho, em São Paulo, da abertura do Seminário “Oportunidade de Negócios em Cingapura”. Representantes brasileiros dos setores de carnes de frango, bovina e suína, além de frutas e café, mostraram aos asiáticos o dinamismo destes segmentos e as possibilidades de parceria entre as empresas dos dois paises. “Esse evento mostrou o interesse de Brasil e Cingapura em aumentar o intercâmbio comercial e as possibilidades de negócios”, ressaltou o diretor de negócios da Apex-Brasil, Maurício Borges.

Segundo Borges, os setores brasileiros ainda estão começando a explorar o mercado consumidor de Cingapura. Ele destacou que apenas o setor de frango apresentou um crescimento nas exportações para o país asiático. “Somos considerados um grande exportador mundial de alimentos e devemos aproveitar a qualidade destes produtos para conquistar novos mercados, como o de Cingapura”, ressaltou.

O mesmo pensa o presidente da I.E. Singapura, Ted Tan, que elogiou a iniciativa das duas instituições em realizar o evento. Ted disse ainda que o encontro servirá para que tanto brasileiros como os empresários asiáticos aprendam sobre os dois países e aumentem os investimentos.

Já o representante da IE Singapure para a América Latina, Clarence Hol, mostrou aos participantes os números que tornam o investimento do empresário brasileiro em Cingapura um bom negócio. Hol apresentou, por exemplo, que o país asiático já é considerado um dos mais atraentes para negócios da região. Segundo ele, além de custos competitivos, boa infra-estrutura e desenvolvimento econômico e social, Cingapura pode ser utilizado como um “hub” para outros países como Índia, China e Austrália.

Ainda na abertura, os representantes das Associações Brasileiras dos Produtores e Exportadores de Frangos (ABEF), das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), das Indústrias Produtora e Exportadora de Carne Suína (ABIPECS), da Indústria de Café (ABIC), e do Instituto Brasileiro de Frutas (IBRAF) fizeram apresentações sobre seus produtos aos participantes do Projeto Comprador.

Com esta iniciativa, a Apex-Brasil busca aumentar a venda de produtos alimentícios, setor de grande competitividade para os brasileiros, e mostrar o dinamismo desse segmento aos asiáticos.

Dados do Ministério da Agricultura mostram que a balança comercial do agronegócio fechou o ano de 2007 com um saldo recorde: US$ 49,7 bilhões. Este valor foi alcançado graças ao desempenho das exportações do setor que atingiram a cifra de US$ 58,4 bilhões - 18,2% superior ao ano de 2006, contra US$ 8,7 bilhões das importações - resultado tanto do aumento dos volumes (5,6%) quanto dos preços (12%).

Ainda de acordo com o MAPA, entre os principais fatores responsáveis pelo desempenho positivo do agronegócio brasileiro, destaca-se o elevado crescimento da economia mundial registrado nos últimos cinco anos, que implicou em maior demanda por alimentos, e o aumento dos preços de importantes commodities. No setor de carnes, por exemplo, o resultado em 2007 deve-se a forte demanda pelos países da Ásia e do Oriente Médio. Esse aquecimento da procura fez aumentar em 15,5% a quantidade exportada de carne, bem como os preços da carne bovina in natura (6%), do frango in natura (24%) e da carne suína (2,9%).

No caso das frutas, em 2007, o Brasil exportou 918 mil toneladas de frutas frescas, totalizando US$ 643 milhões, 34% a mais que em 2006, quando foram exportados US$ 477 milhões. Uvas, melões, mangas, maçãs e bananas estão entre os principais produtos exportados, principalmente para países europeus, através do porto de Roterdã, na Holanda. Para o Japão foram vendidas apenas 401 toneladas de manga , no valor de US$ 901 mil.

As frutas processadas tiveram um aumento ainda maior nas exportações brasileiras, que cresceram 48% em 2007, totalizando US$ 2,7 bilhões contra US$ 1,8 bilhão em 2006. Foram 2 milhões de toneladas de produtos como castanhas, frutas secas e em conserva, doces, geléias e sucos. Para o Japão foram exportadas 101 mil toneladas de frutas processadas, totalizando US$ 167 milhões, valor 66% maior que em 2006.| Por: Apex-Brasil