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12/05/2022 - 08:45

Os impactos da inteligência artificial no diagnóstico precoce de doenças


Na pesquisa médica e em saúde pública.

Desde o momento que acordamos, algoritmos da IA ditam nossas escolhas até o final do dia. Isso é tão natural que quase nem se percebe mais. As fotos visualizadas nas redes sociais, as sugestões de músicas, rotas em aplicativos de trânsito, comida sugeridas nos aplicativos de delivery, todo o conjunto de informações recebidas foi especialmente direcionado para o padrão estabelecido. Neste contexto, a saúde, que é tão complexa em suas necessidades, também se abre para a entrada da tecnologia de dados em suas lacunas mais peculiares.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) descreve inteligência artificial (IA) como todo o mecanismo tecnológico que, após a coleta de dados com informações e objetivos pautados por humanos, consegue prever situações, fazer recomendações e ainda tomar decisões de forma autônoma, a partir da detecção de padrões que possam influenciar espaços virtuais e reais.

O aprendizado de máquina está transformando a medicina, a pesquisa médica e a saúde pública. O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Manuel de Oliveira, afirmou a que a implantação segura de novas tecnologias, como a IA, pode ajudar o mundo a alcançar as Metas e Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, tornando uma aposta para o cumprimento dos compromissos globais como alcançar a cobertura universal de saúde.

É bem verdade que o aperfeiçoamento da ciência da computação em saúde, fomentada pelo avanço tecnológico (dados), foi responsável pelo aumento expressivo de novas aplicações no campo da saúde. A incorporação da inteligência artificial nos mais diversos segmentos da saúde, alimentam grandes expectativas na melhora da predição de doenças, diagnósticos, tratamentos, pesquisas, desenvolvimento de medicamentos, acesso ao cuidado qualificado, além de aliado no desenvolvimento da saúde nutricional.

Uma consulta automatizada, assim como a personalização nos cuidados com saúde, já são realidades. Com o avanço da inteligência artificial, uma pessoa que procura por uma alimentação equilibrada, administração de vitaminas, fitoterápicos e suplementos, por exemplo, consegue personalizar e receber prescrições assertivas de acordo com predições de suas deficiências.

Hoje, o usuário pode responder perguntas rápidas e objetivas via chatbot, e plataformas captam dados referentes ao usuário: hábitos alimentares, exercícios físicos e até checar possíveis interações medicamentosas e nutricionais. Com o advento da tecnologia em saúde, é possível desenvolver prescrições exclusivas, e orientações em saúde aprimoradas, claro que contando com todo respaldo rigoroso da literatura científica. O setor de suplementação foi um dos que mais cresceu durante a pandemia.

Dados do Euromonitor apontam que o mercado mundial de vitaminas e suplementos alimentares, representa quase 110 bilhões de dólares. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (Abiad), o consumo de suplementos alimentares no Brasil aumentou 10% em cinco anos. Em 2020, 59% dos lares brasileiros têm, ao menos, uma pessoa consumindo suplementos alimentares. A necessidade de intervenções e maior direcionamento sobre reais necessidades e utilização desses produtos baseado em critérios rígidos e científicos se torna cada vez mais essencial.

Os reflexos positivos na saúde como um todo — A utilização de IA se faz útil em modelos sistêmicos que facilita a detecção de problemas a partir da melhor compreensão de áreas enigmáticas. O campo da saúde é, de fato, uma das áreas mais complexas que nos circundam. A intersecção e sinergia entre fatores genéticos, demográficos, ambientais, socioeconômicos e comportamentais levam a produção de múltiplas possibilidades de desfechos e níveis de gravidade.

Os algoritmos de Inteligência Artificial são capazes de identificar e entender como esses fatores interagem entre si, criando padrões, e de forma autodidática desenvolvem regras complexas para auxiliar, por exemplo, no diagnóstico precoce de uma doença, ou na tomada de decisão de tratamento baseado na detecção de um prognóstico grave. Nesta perspectiva podemos citar o desenvolvimento do sistema de inteligência criado pela IBM - International Business Machines Corporation – IBM, capaz de prever o aparecimento do câncer de mama, com uma capacidade de previsão de 87% dos casos de surgimento de câncer, além de analisar e interpretar corretamente 77% dos casos em que foram identificados tumores benignos.

Podemos comentar também sobre o projeto de pesquisa realizado pelo Centro de Inteligência Artificial, Mercados e Análise da Unifal-MG o qual recebeu aclamações pela Sociedade Brasileira de Computação, durante a 8ª Escola Regional de Computação Aplicada à Saúde (ERCAS) 2021 pela realização de um trabalho envolvendo a produção de um algoritmo revolucionário. Este, é capaz de detectar melanoma, câncer de pele, a partir de imagens obtidas por dermatoscópio, aparelho médico utilizado para visualizar lesões de pele.

A tecnologia criada destaca- se pela possibilidade de detecção precoce da doença, possibilitando maiores probabilidades de cura, tratamentos assertivos e acesso ao cuidado em saúde qualificado. A responsabilidade na adoção de Inteligência Artificial nos sistemas de cuidado deve ser uma realidade vigiada e regulamentada pelos setores públicos. Ao futuro, cabe o desenvolvimento paralelo da saúde e tecnologia, trazendo um novo caminho de cuidado preditivo, preciso e equitativo.

. Por: Fabiana Ribeiro Ferraz, nutricionista da SetYou, plataforma de personalização de vitaminas, minerais, fitoterápicos e suplementos, membro da equipe de pesquisa do Laboratório de Avaliação Nutricional de População (LANPOP) da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Mestranda em Saúde Pública no Programa de Pós-graduação da Faculdade de Saúde Pública da USP.

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