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01/06/2022 - 07:02

Os efeitos devastadores do tabaco para o coração


É necessário desmistificar alguns mitos envolvendo o tabaco e os impactos na saúde como um todo. O que vem à mente na maioria das vezes, é a associação direta dos efeitos devastadores do tabagismo apenas ligado às doenças pulmonares e aparecimento de cânceres, porém, o que se sabe é que, o tabagismo, é um dos piores inimigos para a saúde cardiovascular.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde há o apontamento que, o tabaco ceifa mais de 8 milhões de pessoas por ano. E o mais estarrecedor é que, mais de 7 milhões dessas mortes são resultado do uso direto desse produto. No Brasil, é estimado que aproximadamente 443 pessoas venham a óbito diariamente por causa do tabagismo. Mesmo com a pandemia, ao que parece, muitas pessoas ainda mantém o vício ativo.

Com relação às mortes anuais oriundas do ato de fumar, cerca de 37.686 mil correspondem à Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), 33.179 às doenças cardíacas, 25.683 a cânceres não-pulmonares, 24.443 ao câncer de pulmão, 18.620 ao tabagismo passivo e outras causas, 12.201 à pneumonia e 10.041 ao acidente vascular cerebral (AVC), de acordo com dados do INCA – Instituto Nacional do Câncer.

A nicotina, substância encontrada no produto, principal causadora da dependência química, bastante nociva para a saúde, mas o problema é bem mais grave: pois apesar do cigarro parecer diminuto, carrega outras mais de 4.700 substâncias tóxicas, sendo muitas delas carcinogênicas. São um dos maiores agressores e vilões para a parede celular que recobre os vasos sanguíneos, chamado de endotélio. O que acontece é que, ao danificar essa estrutura, há um desiquilíbrio grande na produção de óxido nítrico e, com isso, as artérias ficam mais suscetíveis e pouco resistentes ao acúmulo de gordura.

Quem tem o hábito de fumar, mesmo não sabendo, pode reduzir em até 20 anos a expetativa de vida. Outras doenças ainda estão relacionadas a esse vício específico como angina, aneurismas, acidente vascular encefálico, tromboses e outras. Por essas e outras razões, é fundamental relembrar os malefícios que este “tubinho inofensivo” causa, principalmente, ao coração e à qualidade de vida.

Triste realidade — Dados publicados pelo HCor (Hospital do Coração de São Paulo) em 2021, mostram que, o cigarro esteve relacionado diretamente a mortes causadas por câncer em cerca de 30% dos casos, seguida por infarto agudo do miocárdio – IAM em 25% dos pacientes. Já acidente vascular encefálico-AVE relacionou-se a 50% dos óbitos registrados.

E esses dados são particularmente alarmantes, pois segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabagismo é a principal causa de morte evitável em todo o mundo.

No coração, os efeitos são diversos, causados pelas substâncias tóxicas e pró-inflamatórias contidas na palha que forma o cigarro. As toxinas levam a inflamação do já comentado endotélio contribuindo para o rápido crescimento de placas de aterosclerose (inflamação) que levam ao infarto, ou mesmo, causando efeitos nos vasos periféricos, alterando a pressão arterial, que por sua vez contribui diretamente para o IAM e AVE.

Para que não haja dúvida da gravidade do tabagismo no sistema cardiovascular, foi publicado em novembro de 2021, no Journal of the American Heart Association (JAHA), estudo com quase dois milhões de indivíduos, e que mostrou relação direta na antecipação de eventos cardiovasculares fatais e, não-fatais, em fumantes. O mesmo estudo mostrou, além disso, haver cerca de 1.8 mais chances de ocorrer um evento cardíaco grave nessa população.

Em resumo, para quem possui amor pela própria vida, o tabagismo torna-se proibitivo, e como notícia motivacional, os trabalhos mostram que, após 10 a 15 anos que o indivíduo parou de fumar, o risco de doenças cardíacas e, também de cânceres, se iguala ao da população que nunca fumou. Não perca mais tempo, uma nova vida começa agora!

. Por: Dr. Leonardo Jorge Cordeiro de Paula, cardiologista, diretor acadêmico da Escola Brasileira de Medicina (Ebramed). É especialista em Gestão de Saúde e Educação, e atualmente é médico clínico pelo Incor – Instituto do Coração.

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