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04/06/2022 - 05:48

Indústria segue com dificuldades diante de cenário adverso, diz Firjan

A produção industrial apresentou relativa estabilidade no mês de abril de 2022 — variação de 0,1% na comparação com o mês anterior. Apesar de ser o terceiro resultado positivo consecutivo, de acordo com os dados divulgados nesta sexta-feira, dia 3, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Firjan considera que o ritmo de crescimento tem se mostrado bastante lento. No acumulado do ano, inclusive, houve perda de 3,4% frente ao mesmo período de 2021. Para efeitos de ilustração, considerando que o nível da produção permanecerá o mesmo até o final do ano, a produção industrial do acumulado de 2022 será 0,5% menor do que o registrado no ano passado. Esses dados mostram que os efeitos perversos dos problemas relacionados à cadeia logística, que seguem desde a crise sanitária, estão longe de serem revertidos.

A paralisação do porto de Xangai, na China, em função de um surto de covid-19, aliada à guerra na Ucrânia, vem contribuindo para a perspectiva de manutenção de um quadro adverso para a indústria, dadas as incertezas em relação à aquisição de insumos e à elevação dos custos. Nesse sentido, diversos segmentos industriais já vêm sendo impactados por essa escassez, como o setor automobilístico, um dos mais afetados, que apresentou expressivo recuo em abril (-4,2%), com o conflito no Leste Europeu. Além disso, a expectativa de um novo aumento na Selic ainda neste mês é mais um fator relevante para os custos de produção da indústria. Ademais, no ano passado, o boom do preço de commodities, como petróleo e minério de ferro, representou um incentivo ao aumento da produção de alguns segmentos industriais. No entanto, apesar das recentes altas dos preços desses insumos, a expectativa é de que o estímulo à produção não se perpetue, pois espera-se forte desaceleração da economia mundial no segundo semestre do ano e a redução da demanda.

Portanto, embora a indústria tenha apresentado resultados ligeiramente positivos desde fevereiro, a Firjan ressalta que o cenário segue bastante nebuloso. Os efeitos danosos da guerra na Ucrânia, com o comprometimento da eficiência da cadeia global de insumos, devem continuar representando relevantes desafios no curto prazo. Logo, é imperativo avançar na agenda de políticas industriais, mitigando os gargalos estruturais enfrentados há anos pela economia brasileira. Só assim será possível garantir um crescimento sólido de longo prazo à indústria brasileira.

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