Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

02/08/2022 - 09:36

Uma análise do sistema imune (ou imunológico) pode apontar roteiros

Para resolver a asma.

Apesar dos poucos dias mais frios e com algumas aberturas de sol, estamos no inverno. É exatamente nesta época do ano que as pessoas susceptíveis sofrem com mais severos e frequentes episódios de asma.

A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas caracterizada por episódios recorrentes de sibilâncias, falta de ar (dispneia), constrição torácica e tosse, decorrentes de hiper responsividade brônquica, que leva a obstrução intermitente das vias aéreas, mesma que é reversível de maneira espontânea ou com tratamento.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), A carga global foi relatada como sendo de 339 milhões de pessoas em 2018, com aumento potencial para 400 milhões até 2025. 180 mil pacientes morrem por ano em consequência de asma e suas complicações.

No Brasil, estima-se que 7% a 15% da população adulta sofrem com o problema, que também atinge 20% das crianças.

A asma está associada a um processo alérgico ou a uma pré-disposição genética, que acomete os brônquios e os sintomas são provocados pela inflamação das vias aéreas e obstrução da passagem do ar, devido ao inchaço das paredes do brônquio e pela produção excessiva de muco.

Atualmente, o diagnóstico da asma é feito por meio da análise das condições clínicas e funcionais do paciente, entre elas, a tosse crônica, falta de ar e desconforto torácico.

As diretrizes internacionais da Global Initiative for Asthma (GINA) estabelecem que a gravidade da asma é avaliada de maneira retrospectiva, depois que o paciente estiver fazendo um tratamento de controle por vários meses e, se adequado, depois de uma tentativa de redução do tratamento. Podendo ser classificada, então, como asma leve, asma moderada ou asma grave.

Se define então Asma grave como a asma que permanece não controlada apesar de tratamento otimizado com corticosteroide inalatório e broncodilatador de longa duração em doses altas, ou que requer dito medicamentos em doses altas para deixar de ser “não controlada”.

Apesar da melhora na compreensão da fisiopatologia e métodos de tratamento, sabemos que, pelo menos na asma grave, a maioria dos pacientes permanece sub-tratados. Desde que o tratamento é focado no controle dos sintomas, fazendo uso de inaladores a base de corticosteroides, associados com broncodilatadores de longa duração o que não é suficiente para evitar totalmente as crises.

Hoje, sabemos que essa inflamação recorrente poderia ser mais bem evitada se os pacientes passassem por uma avaliação imunológica e fizessem uso de um tratamento orientado ao mecanismo da inflamação que leva às crises.

A análise do sistema imunológico na procura de uma falha que explique a inflamação para então controlar ela, pode orientar o tratamento para resultados mais definitivos, evitando a geração intermitente dos altos custos com internações, idas e vindas ao pronto-socorro, faltas ao trabalho e principalmente, prejuízo à qualidade de vida.

Com a avaliação racional do sistema imunológico é possível, em muitos casos, descobrir erros no sistema imune que condicionam a inflamação e, a partir daí, fazer um tratamento mais específico, para o qual atualmente contamos com o uso de medicamentos biológicos (Imunoglobulina, anticorpos monoclonais).

Pacientes com Erros Inatos do Sistema Imune (Imunodeficiências Primárias) podem evoluir com infecções e ou alergias severas, que condicionam inflamação crônica. Alguns desses pacientes podem se beneficiar da reposição de anticorpos com Imunoglobulina e outros com o bloqueio específico da inflamação mediante a aplicação de anticorpos monoclonais (biológicos), que bloqueiam pontos chaves da ativação da inflamação e tem-se mostrado muito eficientes no controle mais definitivo da asma grave.

Portanto, é importante considerar que atualmente é possível muitas vezes determinar o mecanismo inflamatório que leva à hiper responsividade brônquica, que pode ser diferente entre um paciente e outro, na hora de escolher o medicamento biológico ideal para cada paciente. Para isso é preciso avaliar o sistema imunológico do paciente.

. Por: Dr. Javier Ricardo Carbajal Lizárraga, alergista e imunologista - RQE 21798 e CRM-SP 92607. É formado pela USP e Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia. Diretor da Clínica de Imunologia – Dr. Javier Carbajal; Membro da Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia ASBAI; Membro da Academia Americana de Alergia Asma e Imunologia AAAA&I; Membro da European Academy of Allergy and Clinical Immunology (EAACI)I; Membro da Sociedad Latinoamericana de Immunodeficiencias LASID; Membro da Clinical Immunology Society CIS; Membro da Sociedade Europeia de Imunodeficiências Primárias ESID. - A Clínica de Alergia e Imunologia Dr. Javier Carbajal é referência em São Paulo por sua orientação voltada ao diagnóstico e tratamento de Doenças Imunológicas Complexas, como Imunodeficiências Primárias, Alergias de difícil controle, Dermatite Atópica Severa, Urticária e Angioedema, Reações Adversas a Fármacos, Doenças Autoimunes e Auto inflamatórias. | Os conceitos expostos neste artigo obedecem exclusivamente ao conhecimento, experiencia e opinião do autor, por tanto, não pretendem constituir uma revisão académica e muito menos pautas para tratamento de pacientes sem acompanhamento médico.

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira