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25/08/2022 - 08:12

IPCA-15 é de deflação: - 0,73% em agosto


Economista da Fundação Getúlio Vargas aposta em -1% até o final do mês. O resultado apresentado foi a menor taxa da série histórica, iniciada em novembro de 1991.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foi de - 0,73% em agosto, ante 0,13% de julho. Foi a menor taxa da série histórica, iniciada em novembro de 1991. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 5,02% e, em 12 meses, de 9,60%, abaixo dos 11,39% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em agosto de 2021, a taxa foi de 0,89%, segundo dados divulgados no dia 24 de agosto (quarta-feira), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Transportes, Habitação, Comunicação foi destaque — Houve variações positivas em seis dos nove grupos pesquisados. O resultado de agosto foi influenciado principalmente pela queda no grupo dos Transportes (-5,24%), que contribuiu com -1,15 ponto percentual (p.p.) no índice do mês. Além disso, também houve recuo nos preços dos grupos Habitação (-0,37%) e Comunicação (-0,30%). No lado das altas, a maior variação e o maior impacto vieram de Alimentação e bebidas (1,12% e 0,24 p.p.). Destacam-se, ainda, os grupos Saúde e cuidados pessoais e Despesas pessoais. Ambos subiram 0,81% e contribuíram conjuntamente com 0,18 p.p. para o IPCA-15 de agosto. Os demais grupos ficaram entre o 0,08% de Artigos de residência e o 0,76% de Vestuário.

Deflação — A deflação no grupo dos Transportes (-5,24%) deve-se, principalmente, à queda no preço dos combustíveis (-15,33%). A gasolina caiu 16,80% e deu a maior contribuição negativa ao índice do mês (-1,07 p.p.). Também foram registradas quedas no etanol (-10,78%), gás veicular (-5,40%) e óleo diesel (-0,56%). O subitem passagem aérea (-12,22%) também recuou, após subir quatro meses consecutivos. No lado das altas, os veículos próprios (0,83%) continuaram subindo: motocicleta (0,61%), automóvel novo (0,30%) e automóvel usado (0,17%).

No grupo Habitação (-0,37%), a queda está relacionada ao recuo nos preços da energia elétrica residencial (-3,29%). Após a sanção da Lei Complementar 194/22, vários estados reduziram a alíquota de ICMS cobrada sobre os serviços de energia elétrica. Além disso, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aprovou as Revisões Tarifárias Extraordinárias de diversas distribuidoras que operam em áreas de abrangência do índice, reduzindo as tarifas a partir de 13 de julho. As variações foram desde -16,18% em Recife, onde o ICMS foi reduzido de 25% para 18% e houve retirada da incidência sobre os serviços de transmissão e distribuição, até 2,96% em São Paulo, onde foi aplicado um reajuste de 10,43% nas tarifas de uma das concessionárias pesquisadas, em vigor desde 4 de julho.

Cabe ressaltar que, em São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro, o reajuste ocorreu em apenas uma das concessionárias pesquisadas em cada área. No Rio de Janeiro, a Revisão Tarifária Extraordinária foi suspensa a partir de 02 de agosto.

Ainda em Habitação, destaca-se a alta da taxa de água e esgoto (0,52%), que decorre do reajuste de 18,16% em uma das concessionárias de Porto Alegre (4,66%), a partir de 1º de julho. A alta de 0,07% em gás encanado se dá por conta dos reajustes de 0,20% nas tarifas no Rio de Janeiro (0,08%), a partir de 1º de agosto, e de 2,26% em Curitiba (0,30%), a partir de 09 de agosto.

Em Comunicação (-0,30%), o destaque ficou com os planos de telefonia fixa e de telefonia móvel, cujos preços caíram 2,29% e 1,04%, respectivamente, em agosto. Por sua vez, os aparelhos telefônicos registraram alta de 0,57%, após queda de 0,52% em julho.

Alimentação e bebidas ainda em alta22 — O resultado do grupo Alimentação e bebidas (1,12%) foi influenciado principalmente pelo aumento nos preços do leite longa vida (14,21%), maior impacto individual positivo no índice do mês (0,14 p.p.). No ano, a variação acumulada do produto chega a 79,79%. Outros destaques no grupo foram as frutas (2,99%), que também haviam subido em julho (4,03%), o queijo (4,18%) e o frango em pedaços (3,08%). Com isso, a alimentação no domicílio variou 1,24% em agosto.

A alimentação fora do domicílio teve alta de 0,80% em agosto, desacelerando em relação ao mês anterior (1,27%). Tanto o lanche (0,97%) quanto a refeição (0,72%) tiveram variações inferiores às de julho (2,18% e 0,92%, respectivamente).

A alta registrada em Saúde e cuidados pessoais (0,81%) foi influenciada pelos planos de saúde (1,22%), correspondente à fração mensal do reajuste de 15,50% autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 26 de maio para os planos novos. Cabe ressaltar que, em Porto Alegre (2,23%), também foi incorporada a fração mensal de julho, que não havia sido incorporada no índice anterior. Além disso, os itens de higiene pessoal aceleraram de 0,67% em julho para 1,03% em agosto.

O resultado do grupo Despesas pessoais (0,81% e 0,08 p.p.) apresentou variação próxima à do mês anterior (0,79%). Os principais destaques foram os subitens empregado doméstico (0,80%) e cigarro (3,32%), este último por conta de reajustes nos preços dos produtos comercializados por duas empresas pesquisadas (uma entre 4,44% e 8,70%, a partir de 3 de julho, e outra entre 4,44% e 5,13%, a partir de 1º de agosto).

Por fim, cabe comentar a alta do grupo Educação (0,61%). Os cursos regulares subiram 0,52% principalmente por conta dos subitens creche (1,47%), ensino fundamental (0,71%) e ensino superior (0,44%). Os cursos diversos registraram alta de 1,18%, cuja influência veio dos cursos de idiomas (2,15%) e cursos preparatórios (2,04%).

No que diz respeito aos índices regionais, todas as 11 áreas pesquisadas no IPCA-15 tiveram variações negativas em agosto. A menor variação ocorreu em Belo Horizonte (-1,58%), especialmente por conta da gasolina (-20,50%) e da energia elétrica (-13,11%). A maior variação, por sua vez, foi em São Paulo (-0,11%), cujo resultado foi influenciado pelas altas de 11,31% no leite longa vida e de 2,96% na energia elétrica.

— Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados entre 14 de julho e 12 de agosto de 2022 (referência) e comparados aos vigentes entre 14 de junho e 13 de julho de 2022 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica— conclui o IBGE.

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