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07/06/2008 - 21:48

Arroz Moti: secretaria inicia produção comercial de sementes genuinamente brasileiras

O Departamento de Sementes, Mudas e Matrizes da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (DSMM/Cati/SAA) está iniciando a produção comercial de sementes da primeira variedade de arroz do tipo Moti totalmente desenvolvido no Brasil. O momento não poderia ser mais oportuno, já que o alimento é tradicionalmente apreciado pela comunidade nipônica, que comemora cem anos de imigração ao Brasil em 2008.

Registro, no Vale do Ribeira, é das regiões onde mais se cultiva o arroz desse tipo. Destinado à produção de pratos e doces tradicionais e comemorativos da cultura japonesa, o Moti tem cor branco leitosa, grãos mais curtos e mais largos do que o produto que se costuma encontrar, mas a grande diferença está no tipo especial de amido que possui.

O Brasil é importador do Moti e, pelo preço elevado que atinge, viabiliza economicamente a cultura irrigada de arroz em diversas regiões, em especial a do Vale do Ribeira, região carente em alternativas agrícolas. A região de Registro é uma das que mais produz o cereal, mas há em todo o Estado outras áreas ligadas às comunidades orientais que também o cultivam.

“Os problemas dos produtores paulistas de arroz Moti são a baixa produtividade das antigas variedades que utilizadas. A sua maior parte chegou ainda com os imigrantes”, diz o agrônomo Luiz Antonio de Campos Penteado, diretor do Escritório de Desenvolvimento Rural da Cati em Registro.

“Em um levantamento de prioridades, a região acusou a necessidade de ter uma variedade de arroz Moti mais produtiva e adaptada às nossas condições, visando ocupar cerca de dois mil hectares de várzeas úmidas com essa cultura”, acrescentou.

Levado o problema ao DSMM, este passou a buscar alternativas para o caso. “Encontramos a solução na Estação Experimental de Itajaí da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri): uma nova variedade de arroz Moti desenvolvida com a participação do pesquisador Richard Elias Bacha”, afirma Armando Portas, agrônomo e diretor do DSMM. A nova variedade, chamada SC 461, ainda não tinha sido multiplicada comercialmente.

Em um acerto institucional entre a Epagri e o DSMM, este último teve acesso a um lote de sementes genéticas para iniciar a multiplicação em parceria com a Epagri.

O engenheiro agrônomo Glênio de Campos, do Núcleo de Produção de Sementes do DSMM em Taubaté, vem conduzindo a introdução desse arroz em São Paulo. Unidades de produção e observação da nova cultivar foram instaladas em Registro, Pindamonhangaba, São José dos Campos, Taubaté e no Núcleo de Produção de Mudas do DSMM em São Bento do Sapucaí.

Agricultores - Os agricultores das áreas em que estão plantados os campos de observação acreditam no potencial produtivo do material. Segundo Roberto Kamiguchi, do Bairro dos Remédios, em Taubaté, cujo ensaio já foi colhido, a produtividade é bastante semelhante à das variedades comerciais de arroz branco tradicional (longo fino). “A relação de um saco de arroz colhido (60 quilos) para cada quilo de semente plantada foi superada, com grãos limpos”, afirmou. O resultado na Fazenda Palmeiras, em Taubaté, deve ser superior a oito mil quilos por hectare, sem problemas fitossanitários que possam comprometer a qualidade dos grãos.

Já Luiz Shimada, produtor no bairro São João, em São José dos Campos, com larga experiência em arroz Moti, se disse satisfeito com o perfilhamento “excelente” do material. “Também o porte reduzido deve solucionar de vez o problema do acamamento, presente nos materiais tradicionalmente plantados”, comentou.

Francisco Ruzene, produtor de variedades de arroz especiais no bairro Mombaça, em Pindamonhangaba, disse que o material se mostra promissor em relação à produtividade, mesmo com incidência de frio durante o desenvolvimento da cultura, face ao plantio em janeiro.

Vantagens - O novo arroz Moti, totalmente brasileiro, tem diversas vantagens agronômicas. Uma é o porte baixo, contra a elevada altura das variedades tradicionais, e possui produtividade cerca de três vezes maior que os cultivares comuns. “Pelo seu porte, poderá ser bem adubado sem o perigo de tombamento”, explica o agrônomo Glênio de Campos.

“Daqui por diante, se poderá no início de cada ano, quando os velhos imigrantes se reunirem de forma simbólica em torno do pilão de pedra para prepararem o oshogatsu não mais utilizar as velhas variedades ou o arroz importado. Poderão fazê-lo com um arroz Moti brasileiro, de tecnologia nacional desde a pesquisa à produção de grãos, passando pela tecnologia de produção de sementes e da extensão rural. Com certeza, todos ficarão mais orgulhosos com a nova dádiva da terra que escolheram e os novos costumes que ajudaram a cultivar”, finaliza Armando Portas. (Fonte: DSMM) || Site: www.agricultura.sp.gov.br

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