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24/09/2022 - 07:47

Setor de cachaça avança: mas não recupera nível pré-pandemia, diz ibrac


Um processo lento de recuperação movida pela reabertura dos bares e restaurantes, cheios de idas e vindas ditadas pelas curvas de contágio da pandemia. Mas mostras de janeiro a agosto tem uma previa animadora para o ano no quesito exportação, o crescimento já está na casa dos 62,49 % em valor em valor, e 26,84% em volume comparados a 2021. O fim da ST impactaria positivamente no setor, vê Ibrac.

De acordo com o relatório anual sobre bebidas alcoólicas da consultoria Euromonitor International, líder global em pesquisas de mercado, no comparativo entre 2021 e 2020, o crescimento do setor de cachaça foi robusto: 30% em valor e 18% em volume.

Os números, divulgados pelo Instituto Brasileiro da Cachaça( Ibrac), mostram uma recuperação movida pela reabertura dos bares e restaurantes, ainda que em processos cheios de idas e vindas ditadas pelas curvas de contágio da pandemia.

A Euromonitor — que fez uma leitura bastante pessimista do setor nos dados referentes a 2020 — calcula o tamanho do mercado de cachaça ao final de 2021 em R$ 15,5 bilhões.

Com isso, o valor nominal já está acima do número de 2019 — R$ 15,1 bilhões —, mas, se levarmos em conta a inflação de 2020 (4,5%) e 2021 (10%), seria necessário um volume de R$ 17,8 bilhões apenas para que a conta de crescimento ficasse zerada.

A medição por volume deixa mais claro o pé em que está o setor no momento. Em 2019, a Euromonitor calculou as vendas de cachaça em 523 milhões de litros. Em 2020, um recuo de 23% levou ao fechamento em 398 milhões.

Já em 2021, a consultoria calculou um volume de vendas de 469 milhões de litros. Recuperamos, portanto, o patamar dos 400 milhões, mas não o dos 500 milhões que era o padrão da década passada — o que era de se esperar, tendo em vista a queda expressiva no rendimento médio do brasileiro no ano passado -6,9%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Carlos Lima, diretor executivo do Ibrac, comemorou os dados do setor de cachaça constantes do relatório com a devida cautela.

— Os números precisam ser comemorados e a perspectiva do setor, tanto no mercado interno, quanto externo, é positiva. Mas é importante alertar que as perdas enfrentadas durante a pandemia foram significativas— comentou o executivo.

— O fechamento de bares e restaurantes, principais canais de venda da cachaça, e outras restrições ao consumo de bebidas alcoólicas afetaram diretamente o mercado. Mas temos a perspectiva de que o cenário continue positivo — disse.

Rodrigo Mattos, analista de Alcoholic Drinks da Euromonitor International e responsável pelo estudo, também vê o cenário com viés positivo “se for bem trabalhado”.

— O momento pós-pandemia pode oferecer grandes oportunidades, à medida que os consumidores se sintam mais confortáveis para voltar a consumir em bares e restaurantes— diz o analista. —Teremos ainda um verão ímpar, com a Copa do Mundo e a volta do Carnaval, criando um cenário que, se for bem trabalhado, pode alavancar a Cachaça como um dos destilados de melhor performance do mercado nacional—.

Exportações — O Ibrac também divulgou uma prévia dos números de exportação de 2022, com resultados animadores.

De janeiro a agosto de 2022, houve um crescimento de 62,49 % em valor —US$ 13,1 milhões, ante US$ 8,06 milhões em igual período de 2021— e de 26,84% em volume —5,9 milhões de litros, ante 4,7 milhões de litros—.

Atualmente, a Cachaça é exportada para 66 países, com Estados Unidos, Alemanha, Portugal e Itália ocupando as primeiras posições entre os principais compradores.

Os dados foram compilados pelo Ibrac a partir dos registros do Comex Stat , do Ministério da Economia.

Lima enfatiza que, apesar do avanço recente, o setor de Cachaça ainda enfrenta obstáculos para deslanchar.

Tributação — Um dos principais entraves para a categoria é a tributação, principalmente nos estados que praticam a substituição tributária (ST) relacionada ao ICMS. O fim dessa prática impactaria positivamente uma parcela considerável da categoria, principalmente os micro e pequenos produtores. Alguns estados já acabaram com a ST para algumas bebidas e é importante que o mesmo aconteça para a Cachaça e em escala nacional — diz. | Dirley Fernandes

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