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07/10/2022 - 09:00

Custo da cesta básica diminui em 12 capitais, diz Dieese


O valor do conjunto dos alimentos básicos diminuiu em 12 das 17 capitais onde o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, e foi divulgado no dia 06 de outubro (quinta-feira). Entre agosto e setembro, as reduções mais importantes ocorreram nas capitais do Norte e Nordeste: Aracaju (-3,87%), Recife (-3,03%), Salvador (-2,88%) e Belém (-1,95%). Os aumentos foram registrados em Belo Horizonte (1,88%), Campo Grande (1,83%), Natal (0,14%), São Paulo (0,13%) e Florianópolis (0,05%).

São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 750,74), seguida por Florianópolis (R$ 746,55), Porto Alegre (R$ 743,94) e Rio de Janeiro (R$ 714,14). Nas cidades do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 518,68), Salvador (R$ 560,31), João Pessoa (R$ 562,32) e Recife (R$ 580,01). A comparação dos valores da cesta, entre setembro de 2022 e setembro de 2021, mostrou que todas as capitais tiveram alta de preço, com variações que oscilaram entre 8,41%, em Vitória, e 18,51%, em Recife.

Em 2022, o custo da cesta básica apresentou elevação em todas as cidades pesquisadas pelo Dieese, com destaque para as variações de Belém (11,78%), Campo Grande (10,87%), Brasília (10,56%), Goiânia (10,29%) e João Pessoa (10,08%). Com base na cesta mais cara, que, em setembro, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em setembro de 2022, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.306,97, ou 5,20 vezes o mínimo de R$ 1.212,00. Em agosto, o valor necessário era de R$ 6.298,91 e também correspondeu a 5,20 vezes o piso mínimo. Em setembro de 2021, o valor do mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 5.657,66 ou 5,14 vezes o valor vigente na época, de R$ 1.100,00.

Cesta x salário mínimo — Em setembro de 2022, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 118 horas e 14 minutos, menor do que o registrado em agosto, de 119 horas e 08 minutos. Em setembro de 2021, a jornada necessária era de 115 horas e 02 minutos.

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5%, referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em setembro de 2022, 58,10% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos, pouco menos do que em agosto, quando precisou usar 58,54%. Em setembro de 2021, quando o salário mínimo era de R$ 1.100,00, o percentual ficou em 56,53%.

Comportamento dos preços dos produtos da cesta— O preço do óleo de soja diminuiu em todas as cidades, mesmo comportamento verificado em agosto. As quedas oscilaram entre -10,51%, em João Pessoa, e -0,86%, em Belo Horizonte. Em 12 meses, o valor do produto subiu em todas as capitais, com destaque para São Paulo (16,21%) e Florianópolis (15,25%). As cotações do grão caíram no Brasil e nos Estados Unidos. O maior volume de óleo de soja ofertado pela Argentina e a menor demanda interna pelo produto também propiciaram a queda nos preços.

O valor do quilo do feijão carioquinha teve queda em todas as cidades onde o item é pesquisado (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e em São Paulo), com taxas que variaram entre -8,20%, em Recife, e -1,76%, em Brasília. Em 12 meses, todas as capitais registraram altas, com destaque para Goiânia (30,15%) e Salvador (27,22%). O preço do feijão tipo preto, coletado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, também foi menor entre agosto e setembro em todas as cidades (Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis, Vitória e no Rio de Janeiro). As quedas oscilaram entre -5,04%, em Florianópolis, e -0,75%, em Curitiba. Em 12 meses, os valores recuaram em todas as cidades, com destaque para Vitória (-17,06%). As altas cotações do feijão e a menor demanda reduziram o valor no varejo.

O preço do leite integral diminuiu em 16 capitais, e a única alta, entre agosto e setembro, ocorreu em Recife (3,60%). As reduções oscilaram entre -16,39%, em Belo Horizonte, e -1,56%, em Belém. Em 12 meses, o valor médio do leite acumulou altas entre 36,67%, em Campo Grande, e 74,77%, em Recife. O elevado patamar de preço do leite resultou em retração do consumo. Por outro lado, o menor volume de venda, o crescimento dos estoques e o aumento das importações de laticínios culminaram em queda no varejo.

O preço do açúcar diminuiu em 14 capitais, com destaque para os percentuais de Recife (-7,71%) e Brasília (-3,40%). A maior alta ocorreu em Belém (3,14%). Em 12 meses, o açúcar acumulou elevações em 16 capitais, com destaque para as variações de Belém (30,97%) e Salvador (23,01%). A maior oferta de cana e o aumento na moagem para produção de açúcar reduziram o preço no varejo.

O preço do quilo da carne bovina de primeira diminuiu em 13 capitais, com destaque para as taxas de Aracaju (-6,27%), Salvador (-2,72%) e Rio de Janeiro (-2,37%). As altas mais expressivas foram registradas em Florianópolis (0,99%) e Campo Grande (0,82%). Em 12 meses, o preço médio da carne aumentou em 11 cidades. A maior variação ocorreu em Florianópolis (11,29%). Houve redução em outras seis capitais, com destaque para Aracaju (-2.75%). A exportação de carne bovina teve bom desempenho, em especial para a China. No entanto, a demanda interna permaneceu enfraquecida, devido ao menor poder de compra da população brasileira.

Em setembro, o preço da batata aumentou em todas as cidades da região Centro-Sul, onde o tubérculo é pesquisado. A diminuição da oferta ocorreu devido às chuvas e à redução do ritmo da colheita em algumas regiões. As altas mais expressivas foram registradas em Belo Horizonte (20,10%), Campo Grande (16,34%), Rio de Janeiro (16,02%) e Porto Alegre (11,91%). Em 12 meses, todas as cidades apresentaram taxas positivas, com destaque para São Paulo (39,77%) e Vitória (34,75%).

Houve aumento no valor médio do quilo da manteiga em 14 das 17 capitais. As taxas variaram entre 0,19%, em Brasília, e 5,44%, em Campo Grande. As diminuições foram registradas em João Pessoa (-2,88%), Florianópolis (-1,38%) e Belém (-1,10%). Em 12 meses, os preços subiram em todas as cidades, com taxas de até 34,60% (Salvador). A menor oferta de leite no campo, nos meses anteriores, elevou o preço no varejo.

Rio de Janeiro — Em setembro de 2022, o custo da cesta básica do município do Rio de Janeiro apresentou queda de 0,51% em relação a agosto. Foi a quarta mais cara entre as capitais pesquisadas e atingiu o valor de R$ 714,14. Em comparação com setembro de 2021, a cesta acumulou elevação de 11,05%. Na variação acumulada ao longo do ano, o aumento foi de 7,19%.

Entre os treze produtos que compõem a cesta básica, oito tiveram queda nos preços médios na comparação com agosto de 2022: o leite integral (-11,36%), o óleo de soja (-8,31%), o feijão preto (-3,94%), o açúcar refinado (-3,15%), o café em pó (-2,81%), a carne bovina de primeira (-2,37%), o arroz agulhinha (-1,10%) e o pão francês (-0,40%).

Os demais cinco produtos apresentaram alta nos preços médios: a batata (16,02%), a banana (11,34%), a manteiga (3,17%), a farinha de trigo (0,87%) e o tomate (0,19%). Na comparação com setembro de 2021, dez dos treze produtos apresentaram elevação nos preços. Os produtos com aumento de preços foram o leite integral (43,64%), a banana (40,00%), o café em pó (35,32%), a farinha de trigo (35,27%), a batata (21,94%), a manteiga (20,90%), o pão francês (17,24%), a carne bovina de primeira (4,37%), o açúcar refinado (4,12%) e o óleo de soja (0,12%). Registraram diminuição de preços o tomate (-19,20%), o feijão preto (-13,11%) e o arroz agulhinha (-9,12%).

No acumulado nos primeiros nove meses de 2022, quatro produtos apresentaram diminuição dos preços: o tomate (-32,22%), o feijão preto (-7,79%), o açúcar refinado (- 4,44%) e o óleo de soja (-4,06%). Nove produtos apresentaram alta: o leite integral (48,72%), a batata (34,27%), a farinha de trigo (31,08%), a manteiga (24,07%), a banana (23,82%), o pão francês (14,3%), a carne bovina de primeira (2,72%), o café em pó (1,54%) e o arroz agulhinha (0,75%).

O morador do Rio de Janeiro cuja remuneração equivale ao salário mínimo de R$1.212,00 precisou trabalhar durante 129 horas e 38 minutos para adquirir a cesta básica em setembro de 2022. Em agosto de 2022, o tempo de trabalho necessário havia sido de 130 horas 18 minutos e, em setembro de 2021, 128 de horas e 37 minutos.

Considerando o salário mínimo líquido (após o desconto de 7,5% da Previdência Social), este mesmo trabalhador precisou comprometer 63,70% de sua remuneração em setembro de 2022 para adquirir os produtos de uma cesta básica suficiente para alimentar uma pessoa durante um mês. Em agosto de 2022, havia comprometido 64,03% dessa remuneração e em setembro de 2021, 63,20%.

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