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11/10/2022 - 09:39

Como o crédito estudantil pode elevar o patamar econômico brasileiro


Gerando emprego, renda e impacto social na educação.

Ao longo dos últimos três anos, diversos relatórios governamentais, acadêmicos e empresariais procuraram mensurar os impactos da pandemia de covid-19 em diversos setores da economia e da sociedade, incluindo o amplo setor da educação. Nesse emaranhado de informações, a OCDE - Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, conseguiu apresentar uma análise em 2020 alertando sobre os riscos e cenários de investimento na área.

Por meio da pesquisa anual, o "Panorama para Educação", que mensura os diversos nichos da educação no mundo, a OCDE avaliou dados do ensino técnico e profissionalizante, trazendo insights valiosos que servem para olharmos como esse tipo de ensino impacta diretamente na geração de emprego e poder de renda de estudantes, famílias e, consequentemente, dos países.

Em comparação com as 38 nações que integram a OCDE, como a Alemanha, Japão, França, Coreia do Sul, entre outras, o Brasil tem um percentual muito abaixo quando o assunto é o número de matrículas em cursos profissionalizantes de nível médio e superior. O País tem apenas 8% de seus estudantes matriculados em cursos tecnológicos profissionalizantes de nível superior, enquanto a média de alunos matriculados nos países da OCDE para esse grau de formação é de 32%.

Essa disparidade também é encontrada em cursos técnicos profissionalizantes de nível médio. No Brasil, o número de estudantes matriculados chega a 8% e nos países da OCDE a média é de 42%.

Impactos diretos: trabalho e renda — Levando em consideração o ensino médio e superior, os efeitos de tamanha diferença podem ser verificados no número de empregos e de renda dos brasileiros em comparação com as pessoas que vivem em países da OCDE.

Já em relação à geração de empregos, os números de 2019 colocam o Brasil numa pequena, mas nada otimista, vantagem em comparação aos países da OCDE: 73% dos jovens de 25 a 34 anos, com ensino médio ou superior completo, estavam empregados, diante de 62% de jovens sem emprego que não completaram o ensino médio.

Nas nações que compõem a OCDE, os percentuais são respectivamente de 61% e 78%. De emprego para renda, no Brasil, o percentual de estudantes de ensino médio, ou superior, que trabalharam em período integral, durante todo o ano de 2019, foi de 144% maior em comparação aos alunos que têm ensino médio e trabalham nas mesmas condições. Entre os países da OCDE, a diferença entre esses dois perfis é de 54%.

Crédito estudantil e o investimento sustentável — É comprovadamente reconhecido que o modelo de financiamento centrado na formação rápida e gradual de estudantes oferece, ao Brasil - um país ainda tão desigual e contrastante -, a oportunidade de diminuir disparidades históricas de educação, empregabilidade e renda frente aos países da OCDE.

Não há uma solução mágica para resolver os enormes desafios que, tanto o Brasil quanto os países da OCDE, têm no crescimento de matrículas, na retenção de estudantes no ensino superior, principalmente técnico, e, assim, na criação de empregos e no fomento de renda ativa.

É preciso estabelecer condutas para atender demandas ainda reprimidas, de alunos até mercados (escolas de ensino superior e técnico), que necessitam de linhas de crédito estudantil que sejam compatíveis com a realidade da maior parte dos brasileiros. Em outras palavras, os estudantes não podem comprometer toda a sua renda mensal, anual ou bianual, por exemplo, entregando de 70% a 90% do seu salário ou da renda familiar, ao pagar um curso.

Essa lógica ocorre principalmente com estudantes que ingressaram em formações de até dois ou três anos. Para ilustrar melhor essa posição, tomemos como exemplos os setores de tecnologia, saúde e design digital: os cursos de programação, data science, UX, product manager, enfermagem, ou até de logística, turismo, meio ambiente, entre outros, possibilitam aos estudantes a formação de curta e média duração com grandes oportunidades de emprego no momento e renda.

Aliás, é um fato que o mercado de trabalho atual entrou numa dinâmica de formação rápida e sempre atualizada, em contrapartida aos cursos de longa duração, de 5 a 8 anos que, por mais que sejam importantes, não necessariamente garantem emprego imediato ou num curto espaço de tempo.

Desse modo, o crédito estudantil com baixa taxa de juros e adequado à realidade socioeconômica de alunos e famílias é comprovadamente viável no Brasil, pois ajuda a aumentar as taxas de matrícula, traz alívio financeiro ante às linhas de financiamento mais cara, auxilia no equilíbrio de despesas e investimento ao longo dos meses e, o mais importante, possibilita aos estudantes a chance de serem inseridos no mercado de trabalho, conquistando renda.

O mais interessante é que, esse modelo sustentável de financiamento serve tanto para os 38 países da OCDE quanto para o Brasil, possibilitando a inserção da maioria das nações no mesmo nível de oportunidade. É chegada a hora de repensar antigos modelos, arcaicos e pouco desenvolvidos, para uma alternativa sustentável e que mire o impacto social e educacional dos nossos jovens, promessas para um futuro bem melhor e inclusivo.

. Por: André Dratovsky, CEO e fundador da Elleve, fintech educacional de fomento e impulsionamento de carreiras. É formado em Administração de empresas pela ESPM.

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