Exportação de Santa Catarina acelera expansão puxada pela carne de frango

Florianópolis− As exportações catarinenses aceleraram o ritmo de crescimento em maio. Segundo levantamento divulgado pela Federação das Indústrias (FIESC), no dia 10 de junho (terça-feira), no mês de maio o estado vendeu ao exterior US$ 848 milhões, avanço de 32,05% em relação a abril e de 31,93% sobre maio de 2007. No acumulado dos cinco primeiros meses do ano as exportações somaram US$ 3,29 bilhões, 19,59% a mais que no mesmo período do ano passado.

O bom desempenho, no entanto, está fortemente ligado a um único setor. Nos cinco primeiros meses de 2008 os embarques de carnes e miudezas de frango somaram US$ 673,5 milhões, 58,5% a mais que os US$ 424,9 milhões do mesmo período de 2007. Esse incremento, de US$ 248,6 milhões, representa 46,1% do aumento total das exportações catarinenses do período, que foi de US$ 538,8 milhões. Se excluídas as carnes de frango da estatística, o crescimento das vendas externas catarinenses de janeiro a maio cai de 19,59% para 12,48%.

Outros dois produtos da agropecuária tiveram bom desempenho no ano. De janeiro a maio, as exportações de fumo aumentaram 50,67% e as de carne suína, 34%. Os motores e geradores elétricos e os motocompressores herméticos, dois grupos de produtos industriais tradicionais do estado, também apresentaram crescimento no ano, embora com ritmo inferior: altas de 16,4% e 12,72%, respectivamente. Entre os produtos mais exportados por SC, registraram queda nos cinco primeiros meses do ano os grãos de soja (-20,15%), móveis de madeira (-12,72%) e produtos cerâmicos (-8,32%).

Como vinha ocorrendo nos últimos meses, os Estados Unidos é o único entre os principais destinos dos produtos catarinenses que teve queda nas exportações este ano. Mesmo assim, a maior economia do planeta continua sendo a maior cliente de Santa Catarina, com valor de US$ 471,8 milhões no acumulado até o mês passado, redução de 11,71% em relação ao mesmo período de 2007.

Um dos destaques entre os compradores de SC foi a Rússia, país onde a FIESC encerrou, nesta terça-feira, o segundo dia de visitas a empresas e entidades, dentro da programação da missão brasileira ao Leste Europeu. Depois de dois anos consecutivos de queda (de US$ 541 milhões em 2005 para US$ 190 milhões em 2007), em função do embargo à carne suína catarinense, as exportações para os russos estão se recuperando, e acumulam alta de 49,34% no acumulado de 2008. O país voltou a ser o sétimo principal destino dos produtos catarinenses, com US$ 106,4 milhões de janeiro a maio.

Nas importações, o estado continua com forte crescimento, com as indústrias aproveitando o dólar barato para importar matérias-primas. De janeiro a maio, as compras provenientes de outros países chegaram a US$ 3,01 bilhões, uma alta de 65,36% sobre o mesmo período do ano passado. Catodos de cobre (alta de 60,30%), fios de fibras de poliéster e artificiais (aumento de 59,45%), polímeros de etileno (mais 34,29%), trigo (mais 50,13%) e pneus novos para veículos (alta de 260%) foram os produtos mais importados.

A China ampliou as vendas para SC este ano para US$ 592,9 milhões, alta de 103,24% sobre os cinco primeiros meses de 2007. O Chile, com US$ 381,6 milhões e aumento de 76,97% na mesma comparação, passou a ser o segundo maior fornecedor do estado, ultrapassando a Argentina, que ficou com US$ 365,5 milhões.

A balança comercial do estado acumula saldo positivo de US$ 277,4 milhões este ano. O resultado representa uma redução de 70,14% sobre os US$ 928,7 milhões registrados no mesmo período de 2007.