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22/10/2022 - 09:06

Menos de 20% das empresas logísticas no Brasil utilizam drones, diz ILOS

Quem saiu na frente e adotou a tecnologia priorizou o uso para inspeção e monitoramento de instalações e contagem de inventário. Mas o equipamento ainda é pouco explorado na movimentação de cargas e entrega de produtos, a chamada última milha.

Cada vez mais novas ferramentas, aplicativos e sistemas tornaram-se essenciais para garantir eficiência e agilidade em todo o processo de gerenciamento da cadeia logística. Este cenário foi acentuado pela ruptura gerada pela pandemia, que trouxe uma nova estruturação do supply chain, demandando avanço tecnológico suficiente para atender o alto nível de exigência dos novos consumidores. O resultado é a necessidade de adequação das atividades de transporte, armazenagem e distribuição dos produtos, conforme mostra pesquisa ‘Aplicação de tecnologias de Supply Chain no Brasil’ realizada pelo Instituto de Logística - ILOS. Inédita, foi apresentada no dia 18 de outubro (terça-feira), no 28º Fórum Internacional de Supply Chain.

Eleito na voz de especialistas como forte tendência para elevar a eficiência operacional no setor de logística, devido as suas diversas possibilidades de aplicação, como monitorar estoques ou até mesmo realizar entregas na casa de consumidores, o drone foi um dos itens mapeados pelo Instituto. Segundo a pesquisa, apenas 18% das empresas consultadas pelo ILOS usam drones atualmente.

Destas, 69% lançam mão do equipamento com a principal função de auxiliar a inspeção e monitoramento de instalações. 46% das companhias utilizam a tecnologia para a contagem de inventário. A movimentação de produtos dentro de uma mesma instalação representa apenas 8%, seguido de outros 8% quando se refere a entrega de produtos para o cliente final, a chamada última milha.

— O drone é uma tecnologia em desenvolvimento e que necessita de regulamentação para que possa ser usado com segurança no espaço aéreo das cidades. Então, é natural que a utilização desse equipamento no momento seja mais voltada à inspeção e segurança de instalações, no qual o ambiente é fechado e controlado. Além disso, os drones atuais ainda têm limitação de carga, enquanto que os modelos capazes de carregar mais peso são muito caros. Ou seja, o custo da tecnologia ainda é um impeditivo para as entregas — explica o sócio-executivo do ILOS e um dos responsáveis pela pesquisa, Leonardo Julianelli.

Análise -— Para compor a nova pesquisa do ILOS, 80 executivos seniors foram entrevistados sobre o uso de tecnologia e as funcionalidades que estão sendo desenvolvidas para suportarem aumento de nível de serviço e a sua complexidade. Os resultados do trabalho mostram que muitos sistemas e equipamentos estão em estado embrionário de implementação no Brasil, como os drones, ou são focados em certos tipos de empresa, enquanto outros já são bastante difundidos.

Uma das tecnologias que ganhou destaque nas respostas dos executivos é o chamado RFID (Identificação por Rádio Frequência) que já faz parte da rotina de quase metade (42%) das empresas, sendo direcionado, principalmente, para o rastreamento dos produtos nos armazéns. A pesquisa também revela que o uso de tecnologias como Realidade Virtual e veículos autônomos, ainda têm um baixo índice de adoção, sendo utilizados por 16% e 6% das empresas respondentes, respectivamente.

Além disso, foi mensurada a utilização de sistemas especializados para gestão das operações logísticas, como o TMS (Transport Management System) e o WMS (Warehouse Management System), utilizados por 76% e 87%, respectivamente. Quando se trata das principais práticas operacionais para lidar com as novas exigências, 58% afirmou que utiliza vendas por meio de marketplaces de terceiros. Já 16% pretende adotar essa estratégia nos próximos dois anos.

Para Julianelli, a colaboração e a tecnologia são cada vez mais mandatórias para a sobrevivência das empresas, enfatizando que a crise sanitária é o marco atual para uma nova estruturação das cadeias, cuja busca é pela melhoria no nível de serviço e por novas práticas operacionais.

— A tecnologia é umaliado importante. Os investimentos têm foco em atender, principalmente, as expectativas de serviço das gerações Y e Z, que se encontravam perifericamente no mercado de consumo, mas, agora, atingiram idade e poder de compra. Eles nasceram multiconectados, com uma percepção diferente da passagem de tempo e exigindo uma agilidade maior de resposta às demandas. Toda informação chega instantaneamente e eles não entendem porque uma compra online demora o prazo de 10 dias para ser entregue. Querem receber no mesmo dia ou no dia seguinte. Ou seja, as empresas precisam repensar suas estruturas para viabilizar economicamente esse patamar de serviço, pois se o consumidor não for atendido, vai procurar o concorrente — conclui Julianelli.

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