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13/06/2008 - 09:53

Valores humanistas são essenciais


A expressão é de Kant, mas o educador D. Lourenço de Almeida Prado, homenageado aos 97 anos de idade, 46 dos quais dedicados à direção do Colégio de São Bento, repete até hoje: “O homem só é homem pela educação.” E acrescenta enfaticamente que, na sua formação, é fundamental prestigiar os valores humanistas.

O desenvolvimento científico e tecnológico avança velozmente, este será o século do conhecimento, mas devemos recordar uma expressão muito feliz de Norbert Wiener, um dos pais da cibernética: “Deve-se dar ao homem o que é do homem e dar à máquina o que é da máquina.” Ou seja, é preciso evitar a robotização dos seres humanos. Ou a própria vida humana deixará de ter sentido.

Concordamos com o ex-ministro João Paulo dos Reis Velloso, que acaba de coordenar mais um Fórum Nacional de Economia, no BNDES. Sob o signo da incerteza, para tornar o Brasil ainda mais desenvolvido deve-se adotar a estratégia da economia criativa, voltada à inovação, reconhecendo que vivemos a era do conhecimento. Este considerado sob todas as formas: educação superior, pesquisa e desenvolvimento, tecnologias genéricas e específicas, engenharias de produto e de processo, métodos modernos de management, design e marca.

Sendo certo que a economia internacional sofre abalos visíveis, comandados pela crise americana, a solução está na valorização do conhecimento, inclusive nos estamentos sociais de baixa renda. Todos têm direito, por exemplo, à inclusão digital, que não pode ser reservada apenas às classes mais elevadas. É uma realidade com a qual trabalham o MEC, o Ministério das Comunicações e as Secretarias Estaduais de Educação, empenhados na colocação de computadores nas escolas. Só o Rio de Janeiro acaba de distribuir 31 mil deles, num esforço admirável, que certamente será acompanhado do necessário treinamento de professores e especialistas, além do fornecimento da indispensável manutenção.

Na inauguração do Colégio Estadual José Leite Lopes, no Rio, foi muito debatido o emprego de Tecnologias de Informação (TI). O presidente da Oi Futuro, Luiz Eduardo Falco, parceiro na constituição do Núcleo Avançado em Educação (Nave), abordou o tema. Há condições para que o Brasil se coloque entre os cinco primeiros do mundo em matéria de TI, setor que alcançará cerca de 110 bilhões de dólares de faturamento, em 2010. Tudo isso somente será viável com uma educação de boa qualidade.

Se a inovação integra a estratégia básica das empresas, sobra razão aos que defendem a existência, hoje, de um novo processo na educação, reformulando o modelo de escola. O magister dixit é o símbolo de um tempo atrasado, quando era comum a existência do aluno passivo, tomando nota dos discursos do mestre ou do que ele colocava no quadro-negro, de forma unilateral. É verdade que isso ainda ocorre, mas o salto tecnológico vai-se acentuar quando a relação ensino-aprendizagem for enriquecida pelo uso adequado da instrumentação moderna, característica da sociedade do conhecimento. Repetindo João Paulo Velloso, na aplaudida conferência que assistimos, “conhecimento com valores humanistas”. É por aí o caminho.

. Por: Arnaldo Niskier da Academia Brasileira de Letras e presidente do CIEE/RJ | Contato: [email protected]

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