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26/11/2022 - 07:18

A importância dos patógenos em materiais de propagação de plantas e no solo


As plantas cultivadas estão sujeitas a doenças causadas por fungos, bactérias, vírus e nematóides. Para que as doenças ocorram e causem danos, há necessidade dos agentes causais (patógenos) se estabelecerem nos hospedeiros suscetíveis (plantas) e que o ambiente (principalmente umidade relativa, água livre na superfície das plantas e temperatura) sejam favoráveis. Todas as partes das plantas estão sujeitas a serem colonizadas pelos patógenos (raízes, hastes, folhas e frutos). Essas doenças podem ocorrer em todos os estádios fenológicos das culturas (semeadura, germinação, emergência, fases vegetativa e reprodutiva e colheita). Para que a doença se estabeleça na planta é necessário que o patógeno sobreviva entre as safras ou estações do ano. Entre os principais meios de sobrevivência dos patógenos estão os materiais de propagação e suas atividades ou “dormência” no solo.

A utilização de materiais de propagação (sementes, mudas, tubérculos, toletes, rizomas, etc.) livres de patógenos ou adequadamente tratados e o plantio em áreas livres de patógenos no solo são importantes medidas de manejo integrado de doenças. Uma das medidas de manejo de doenças é o tratamento dos materiais de propagação, com produtos químicos ou biológicos, mas também pelo tratamento térmico. O tratamento pode ser feito em escala industrial ou nas propriedades rurais (“on farm”). Os tratamentos químico e biológico podem controlar patógenos presentes nos materiais de propagação ou no solo.

Trabalho recente, “Quantificação de perdas” publicado na Revista Cultivar – Grandes Culturas (no. 282, novembro de 2022), páginas 08 a 14, de autoria de J.O. Menten, J. C. Machado e C. S. Siqueira, mostrou que cada 1% de incidência de patógenos em sementes de soja causa de 1 a 2% de redução na produtividade (rendimento). Uma das razões das perdas causadas pelos patógenos associados às sementes é a redução do estande, que pode ser causada tanto por patógenos associados às sementes, como espécies de Colletotrichum, Phomopsis, Stenocarpella, etc. como por patógenos infestantes do solo, como Pythium, Phytophthora, etc. Existem patógenos, como espécies de Rizoctonia, Macrophomina, Sclerotinia e Fusarium, que podem estar presentes tanto nos materiais de propagação como no solo.

Como sementes e mudas são insumos agrícolas, sujeitos a regulamentação, é importante que sejam submetidas a testes de sanidade adequados, que informem as espécies detectadas e a incidência/severidade. É importante que sejam estabelecidos padrões de sanidade, que definam a tolerância máxima de cada patógeno em cada material de propagação. Para isto, há necessidade de pesquisa e experimentação de qualidade, além de ensino e treinamento, fundamentais para formação adequada de profissionais competentes.

. Por: José Otávio Menten, Engenheiro Agrônomo, Professor Sênior USP/Esalq e Presidente do CCAS (Conselho Científico Agro Sustentável). | CCAS — O Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) é uma organização da Sociedade Civil, criada em 15 de abril de 2011, com domicilio, sede e foro no município de São Paulo-SP, com o objetivo precípuo de discutir temas relacionados à sustentabilidade da agricultura e se posicionar, de maneira clara, sobre o assunto. O CCAS é uma entidade privada, de natureza associativa, sem fins econômicos, pautando suas ações na imparcialidade, ética e transparência, sempre valorizando o conhecimento científico. Os associados do CCAS são profissionais de diferentes formações e áreas de atuação, tanto na área pública quanto privada, que comungam o objetivo comum de pugnar pela sustentabilidade da agricultura brasileira. São profissionais que se destacam por suas atividades técnico-científicas e que se dispõem a apresentar fatos, lastreados em verdades científicas, para comprovar a sustentabilidade das atividades agrícolas. A agricultura, por sua importância fundamental para o país e para cada cidadão, tem sua reputação e imagem em construção, alternando percepções positivas e negativas. É preciso que professores, pesquisadores e especialistas no tema apresentem e discutam suas teses, estudos e opiniões, para melhor informação da sociedade. Não podemos deixar de lembrar que a evolução da civilização só foi possível devido à agricultura. É importante que todo o conhecimento acumulado nas Universidades e Instituições de Pesquisa, assim como a larga experiência dos agricultores, seja colocado à disposição da população, para que a realidade da agricultura, em especial seu caráter de sustentabilidade, transpareça. | Website: http://agriculturasustentavel.org.br e, redes sociais.

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