Vendas online de bebidas vão avançar 34% até 2026

As vendas online de bebidas, que tiveram alta expressiva nos tempos da pandemia, seguirão crescendo nos próximos anos nos 16 principais mercados do planeta. A estimativa é da principal empresa de pesquisa do setor de bebidas a nível global, a britânica IWSR.

Segundo o estudo, divulgado nessa segunda-feira pela empresa, nos próximos quatro anos, as vendas online de bebidas terão um acréscimo da ordem de US$ 10 bilhões, atingindo a cifra de US$ 40 bilhões em 2026.

Em termos percentuais, isso vai significar um crescimento de 34% para o período 2021-2026, após a alta de 12% em 2019 – último ano de normalidade — e a de 43% em 2020, já em tempos pandêmicos.

— O Brasil vai dar uma contribuição chave para o crescimento total das vendas do e-commerce de bebidas —ressalta o estudo, que destaca ainda o México e a Nigéria — país cuja população deve ultrapassar a do Brasil ainda esse ano — como mercados de crescimento mais acelerado para a venda de bebidas online.

O estudo enfocou Austrália, Brasil, Canadá, China, Colômbia, França, Alemanha, Itália, Japão, México, Países Baixos, Nigéria, África do Sul, Espanha e Estados Unidos.—Depois da aceleração forte ao longo da pandemia, o e-commerce de bebidas alcoólicas vai ter crescimento mais moderado nos próximos anos. Ainda assim, esse será um canal fundamental para o setor— disse Guy Wolfe, gerente de Insights Estratégicos da ISWR Drinks Market Analysis. —Quase todo o volume de ganhos da venda de bebidas no varejo (off-trade) virá do e-commerce—.

O crescimento mais moderado tem como causa principal o aumento do custo de vida observado em todos os mercados pesquisados, uma tendência que deve prevalecer nos próximos anos.

Whisky e tequila em alta — As bebidas destiladas terão o maior peso no aumento das vendas do período. Tirando o baijiu que, graças ao peso do mercado chinês, será o destaque, o whisky e os destilados de agave terão as melhores performances entre as categorias, graças à performance no mercado americano.

É esperada uma alta de 16% nas vendas online de whisky e de 30% nas de tequila e mezcal nos EUA. Os destilados mexicanos continuarão a ser puxados pelos produtos premium, que vivem um momento de boom no mercado americano.

De modo geral, os americanos serão os maiores responsáveis pelo acréscimo de valor nas vendas de bebidas online, mas os chineses continuarão na liderança entre os maiores usuários desse canal.

Os consumidores brasileiros de bebidas se revelaram entre os mais ansiosos na pesquisa. Ao lado dos americanos e chineses, eles são os mais dispostos a pagar um preço mais alto para ter suas bebidas chegando em casa em até uma hora depois do pedido.

O padrão brasileiro foi, certamente, impactado pelo sucesso do aplicativo Zé Delivery, da Ambev, que atingiu 4 milhões de consumidores ativos no terceiro trimestre de 2022, mantendo a base mesmo depois da reabertura dos bares.

No cômputo geral, a conveniência será um drive de vendas importante. Além disso, os consumidores estão bem mais dispostos a formar estoques do que no ano passado.

— Adaptar-se à situação econômica corrente – com custo de vida mais alto – é o que vai assegurar às marcas de bebidas um crescimento em suas operações de e-commerce. Ainda existem oportunidades consideráveis no comércio de bebidas no espaço digital — disse Wolfe.

No Brasil, após a explosão de vendas durante a pandemia, a Cachaçaria Nacional — maior empresa de vendas oline de cachaça — espera fechar o mercado com um crescimento de 10% em relação ao ano passado. | www.cachacarianacional.com.br