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08/12/2022 - 08:21

Juros e endividamento impactam vendas de cimento, diz SNIC


O volume de vendas em novembro totalizou 5,4 milhões de toneladas, uma retração de 0,8% em relação ao mesmo mês do ano passado, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC).

No acumulado do ano (janeiro a novembro), os números também foram negativos alcançando 58,5 milhões de toneladas, uma queda de 2,5% comparado ao mesmo período do ano passado.

A política monetária restritiva no país que elevou a Selic a 13,75%, dificulta o financiamento imobiliário e desloca investimentos para ativos financeiros. Os lançamentos imobiliários continuam em queda de 8,5% até setembro (CBIC), em comparação com o mesmo período de 2021. Já as vendas imobiliárias permaneceram estáveis, com leve crescimento de 0,1%. Esse movimento, de redução de lançamentos, faz com que o estoque de imóveis diminua e consequentemente pioram as perspectivas de vendas de cimento.

Outro fator importante é o desempenho do programa Casa Verde Amarela, que registrou recuo até setembro nos lançamentos em 26,2% e nas vendas em 9,3%, ante mesmo período do ano passado. O programa participa hoje no total dos empreendimentos imobiliários com 34% dos lançamentos, quando antes chegou a 60%.

Se por um lado a boa recuperação do emprego, com a taxa de desocupação recuando para 8,3%, o menor nível desde maio/2015, por outro a renda não teve o mesmo desempenho, com salários inferiores ao período anterior a pandemia. O impacto se reflete na retração de 6,6% nas vendas de materiais de construção até outubro de 2022 e no alto endividamento da população, que estacionou em nível recorde.

Para reverter esse desempenho será necessário ampliar os investimentos na construção civil, já sinalizado pelo futuro governo, no desenvolvimento urbano e de infraestrutura. Assim, é imprescindível impulsionar os programas habitacionais e a inclusão do pavimento de concreto como opção nas licitações de ruas e rodovias, por ser um método construtivo de maior durabilidade, mais econômico, que exerce o menor impacto ambiental e ainda traz conforto e segurança para os usuários.

— Em um mês tradicionalmente forte em vendas para o setor, a comercialização de cimento segue negativamente afetada pela Copa do Mundo, somada as incertezas em relação aos rumos da economia, juros altos e forte endividamento das famílias, projetando uma queda de cerca de 2% em 2022 — disse Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC.

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