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20/12/2022 - 08:26

PMEs: o que esperar do cenário econômico em 2023


Definido quem será o presidente do Brasil a partir de 2023, começam as apostas em relação ao cenário econômico brasileiro para os próximos anos, mantendo em suspenso as expectativas de empresários, investidores e empreendedores não apenas em território nacional, mas mundo afora. E em um país continental como o nosso, é preciso atentar também para as definições para governador em 12 estados. Mas os atores desse palco regional, nacional e mundial não devem considerar apenas as definições aqui no Brasil, visto que o contexto global é bastante volátil.

É um momento de transformação no cenário geopolítico global, com guerra na Europa que, contradizendo as expectativas iniciais, perdura por quase oito meses, além da crise do gás natural e discussões sobre o futuro da democracia no mundo. Mas voltando ao Brasil e ao pós-eleições, o que podemos esperar da economia para as grandes empresas, as PMEs, startups e, mais especificamente, fintechs?

Para as fintechs e startups em geral, a palavra de ordem é fechar as contas e garantir a sustentabilidade dos negócios, evitando que o capital externo represente a única solução na hora de equalizar os números. O drive das startups é a inovação, o fazer diferente para oferecer novas alternativas de produtos e serviços para as pessoas, a sociedade e assim deve permanecer. E uma gestão financeira responsável não inviabiliza esse princípio de negócios.

Os governantes eleitos – deputados estaduais e federais, senadores, governadores e presidente – têm um cenário extremamente desafiador pela frente. É preciso desatar os nós econômicos. Lidar com a alta dos juros, a elevação dos gastos públicos e ainda encontrar alternativas para manter o amparo social indispensável para aqueles que necessitam por exemplo, do Auxílio Brasil, mas com uma postura fiscal austera.

O impacto da chamada PEC Kamikaze, que permitiu a liberação de gastos do governo federal para a criação de novos benefícios sociais às vésperas das eleições, terá impacto no ano de 2023. Ela adicionou um custo de R$ 41,2 bilhões para as contas públicas, rompendo o teto de gastos, definido em lei no ano de 2016. Com o rompimento deste teto, as principais consequências da PEC devem ser o crescimento da inflação em 2023, o aumento da taxa de juros estrutural da economia, déficit, queda da bolsa e alta ainda maior do dólar.

O motor para o aquecimento da economia não pode ser sustentado apenas por uma política assistencial, mas sim por outras alternativas que garantam a expansão no longo prazo para que empresários e empreendedores tenham condições de seguir com suas estratégias de negócios e contribuir com o crescimento do país. Vale lembrar que as PMEs respondem por mais de 70% dos empregos criados no Brasil em 2022. E tratá-las com a devida atenção (em vez de sufocá-las, como alguns governantes fazem) significa gerar mais postos de trabalho.

Para começar, facilitar o acesso ao crédito para pequenas empresas e médias empresas é crucial para a retomada da economia no Brasil. Outro ponte importante é a retomada das reformas administrativa e tributária, que também são essenciais para as pequenas empresas, melhorando o ambiente de negócios.

O cenário doméstico deve, ao lado do panorama internacional, guiar as decisões daqueles responsáveis por implementar políticas públicas responsáveis em um país que figura entre as dez maiores economias do mundo.

Empresários e empreendedores lidam com cenários desafiadores aqui e fora, a exemplo dos provocados pela situação na Europa, que vivencia seu maior desafio desde a Segunda Guerra Mundial. Como afirma o economista Thomas Friedman, a invasão russa da Ucrânia é a primeira guerra global, que pode ser acompanhada, a qualquer momento, pelas redes sociais e com um smartphone na mão. E sabemos que os efeitos e impactos alcançaram os diversos cantos do mundo em pouco tempo.

A certeza que fica é a de que é preciso planejamento para pensar (e repensar constantemente) o futuro, estratégias cada vez mais assertivas e investimentos de longo prazo. Empreender tem se mostrado uma alternativa para aqueles que assim desejam (ou que não viram outra solução), mas que precisam dispor de uma dose extra de resiliência e adaptação como nos mostrou a pandemia da Covid-19, cujos efeitos ainda enfrentamos.

A necessidade de enfrentar os desafios da existência e sobrevivência impulsionam o ser humano desde sempre e não há dúvidas quanto a isso. E boas ideias aliadas ao ecossistema da inovação com seus diversos agentes (aceleradoras, startups, fundos de venture capital, entre outros) movem os empreendedores a alcançar propósitos em comum e que beneficiem o maior número de pessoas.

Enquanto construímos o futuro, não podemos descuidar do presente. É preciso acompanhar e cobrar daqueles em quem depositamos a nossa confiança e expectativas nas urnas. Os novos governantes devem transformar em realidade as condições necessárias para que grandes empresas, microempresários e startups consigam levar adiante seus negócios: entregando produtos e serviços, mantendo e gerando novos postos de trabalho e cumprindo com suas obrigações tributárias, que se revertem em recursos para os investimentos tão necessários para o desenvolvimento do nosso país.

. Por: Felipe Avelar, fundador e CEO da startup Finplace [www.finplace.com.br], fintech que conecta de forma gratuita empresas que precisam de crédito com instituições financeiras. Foi por dez anos vice-presidente de operações do Grupo Credit Brasil e possui grande experiência no segmento de crédito para PMEs.

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