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07/01/2023 - 06:49

Eu nasci há poucos anos atrás


Raul Seixas, um dos ícones da música nacional, compôs e cantou várias músicas de sucesso que se consagraram e foram imortalizadas, sendo ouvidas por diversas gerações, até os dias de hoje.

Uma das mais belas canções de Raul Seixas é a intitulada “Eu nasci há 10 mil anos atrás”, lançada nos idos de 1976. Nela o músico narra a história de uma pessoa simples, que viveu vários fatos, desde os mais marcantes até os mais corriqueiros.

Dizia ele que viu cristo ser crucificado: “O amor nascer e ser assassinado; Que bebeu vinhos com as mulheres da taberna, que com a queda de uma pedra quebrou sua perna”.

Eu, nascido há bem menos tempo, poderia contar vários eventos vistos e vividos nos meus 55 anos de vida, que chamam especial atenção para o nosso mundo político.

Eu vi um Brasil ser governado por militares, a pedido de pessoas que temiam o comunismo. E, após anos, caracterizaram referido regime como Ditadura, clamando pelo sufrágio direto, pela democracia, e, corolariamente pela liberdade de imprensa, expressão e pensamentos.

Vi o Presidente General João Batista Figueredo dizer a respeito do partido que hoje governa o Brasil: “Vocês querem, então vou reconhecer ‘esse’ sindicato como Partido (PT). Mas não esqueçam que um dia ‘esse’ partido chegará ao poder e lá estando, tudo fará para instituir o Comunismo. Nesse dia, vocês vão querer tirá-los de lá. E para tirá-los de lá, será à custa de muito Sangue Brasileiro.”

Hoje, vejo em todo o país, manifestantes lutarem pela Liberdade de Expressão, sendo avessos ao Presidente da República (daquele partido), que há poucos dias assumira o Governo.

Milhares de pessoas reunidas nas portas dos quartéis militares, exercendo e visando salvaguardar o direito de expressarem suas opiniões, agasalhado pela Magna Carta.

Li uma carta publicada pelas Forças Armadas em defesa do povo e da liberdade de manifestação.

Acompanhei o Ministério da Defesa pedir uma auditoria nas urnas eletrônicas, visando maior transparência e correção no processo Eleitoral.

Eu vi, assisti e atentei os julgamentos da maior Corte de Justiça do país, com discursos enfáticos contra censura, em respeito à Constituição Federal, chamada de Constituição Cidadã, por prever, antes das divisões e atribuições dos Poderes da República, os direitos e garantias individuais, tidas como cláusulas pétreas, logo, imutáveis.

Em seus votos, disseram os Ministros: - “Cala Boca Já Morreu” (M. Carmem Lucia - ADI 4815);

- “A censura é a mordaça da liberdade. Quem gosta de censura é ditador. A liberdade não é só um direito, é o pressuposto para o exercício de todos os direitos.” (M. Carmem Lucia – 2018);

- Quanto às críticas dos meios de comunicação às autoridades: “Essas críticas, quando emitidas com base no interesse público, não se traduzem em abuso de liberdade de expressão, e dessa forma não devem ser suscetíveis de punição. Essa liberdade é, na verdade, um dos pilares da democracia brasileira” (M. Celso de Melo – ADPF 130-DF);

- “Quem não quer ser criticado, quem não quer ser satirizado, fica em casa...Não se ofereça ao público... Querer evitar isto por uma ilegítima intervenção estatal na liberdade de expressão é absolutamente inconstitucional.” (M. Alexandre de Moraes, em 2018;)

Agora vejo, partindo da mesma alta Corte de Justiça, a chamada última trincheira da cidadania, jornalistas sendo censurados, as mídias sociais que compõem a fonte de renda destes profissionais, sendo desmonetizadas, bloqueio de contas bancárias e sigilo dos processos (inquéritos) contra os acusados.

Eu vi gente e autoridades chamando o presidente Bolsonaro de coveiro e genocida;

Eu vi a vedação de chamar Lula de “descondenado”;

Um candidato pela justiça ser ressuscitado;

Eu vejo uma liberdade de expressão aniquilada;

Uma censura seletiva, manifestações amaldiçoadas;

Referendo de armas ser desrespeitado;

Eu vi que, para Lula, cidadãos devem andar desarmados;

Este direito pertence, exclusivamente, para os ladrões;

O novo presidente e seus asseclas, no poder, aprisionados;

Não podem sair nas ruas sem serem humilhados e vaiados;

E vejo o candidato derrotado aplaudido e ovacionado.

Se Raul Seixas vivo fosse, não precisaria ter vivido há dez mil anos atrás, já que nestes últimos anos haveria muito material para suas canções, infelizmente com tristes histórias.

Tenho dito!!!

. Por: Bady Curi Neto, advogado fundador do Escritório Bady Curi Advocacia Empresarial, ex-juiz do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) e professor universitário

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