Marfrig registra lucro líquido de R$ 4,2 bilhões em 2022

Receita líquida da companhia bate recorde: R$ 131 bilhões, alta de 53% em relação a 2021. Ebitda ajustado atinge R$ 12,7 bilhões, margem Ebitda é de 9,8%. Fluxo de caixa operacional é positivo em R$ 9,3 bilhões. Operação América do Sul da Marfrig gera receita líquida de R$ 27,6 bilhões, avanço de 22,6% em relação ao ano anterior.

A Marfrig (B3:MRFG3 e ADR Nível 1: MRRTY), líder global em produção de hambúrgueres e uma das maiores empresas de carne bovina do mundo, apresentou hoje à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) seus resultados fiscais relativos a 2022 – os números consolidam as informações contábeis e financeiras das Operações América do Sul e América do Norte da companhia e os da BRF, uma das maiores produtoras globais de alimentos, controlada pela Marfrig desde abril de 2022.

A diversificação geográfica das operações, a ampliação de portfólio de produtos e a consolidação das informações financeiras da BRF garantiram o recorde em receita líquida em 2022: R$ 131 bilhões, aumento de 53% em relação ao ano anterior. No período, a proteína bovina — foco das operações da Marfrig na América do Sul e na América do Norte — representou 61% da receita líquida total da companhia. Produtos derivados de proteínas de aves e suínos – mercados nos quais a BRF está entre as líderes globais – tiveram uma participação de 32% das vendas.

O lucro líquido atingiu R$ 4,2 bilhões e o Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) ajustado ficou em R$ 12,7 bilhões . A margem Ebitda ajustada foi de 9,8% e o fluxo de caixa operacional chegou a 9,3 bilhões de reais. Esses resultados permitiram que a Marfrig antecipasse o pagamento de R$ 1,1 bilhão em dividendos a seus acionistas.

— O ano de 2022 foi um marco na história da Marfrig. A companhia se consolidou mais uma vez como maior produtora global de hambúrgueres graças a investimentos relevantes, mostrou a importância de sua diversificação geográfica e aumentou a participação de produtos de alto valor agregado em seus resultado — diz Marcos Molina dos Santos, controlador e presidente do Conselho de Administração da Marfrig. —Além disso, a aquisição do controle da BRF, líder na produção de alimentos e dona de algumas das marcas mais admiradas do país, foi um movimento estratégico importantíssimo, que evidencia nosso olhar de longo prazo—.

A consolidação da BRF contribuiu de forma significativa para o aumento e a maior diversificação dos mercados consumidores atendidos. No atual cenário, os Estados Unidos aparecem como o maior mercado da Marfrig, com uma participação de 42% das receitas líquidas totais. Na sequência, estão o Brasil, com 22%, a China e Hong Kong, com 11%, o Oriente Médio, com 6%, e o Japão e a Europa, cada um com 4%.

No ano passado, os investimentos da Marfrig no segmento de bovinos foi de 2,7 bilhões de reais. O destaque foi a conclusão de uma nova fábrica de hambúrgueres em Bataguassu, no Mato Grosso do Sul, com capacidade de produção de até 24 000 toneladas por ano e cujo foco é atender a demanda crescente do mercado de food service. A unidade, inaugurada em agosto, possui 7.850 metros quadrados e é considerada uma das plantas mais modernas do mundo.

Também em 2022, a companhia concluiu a ampliação de Tacuarembó, no Uruguai. Com isso, aumentou sua capacidade de abate de 3 700 para 4 200 cabeças/dia e reforçou sua liderança no país. No Brasil, foram feitos investimentos de expansão da área de desossa de Várzea Grande, no Mato Grosso. Na Operação América do Norte, a Marfrig investiu em processos de automação na unidade em Liberal, no Kansas. No mercado de proteína vegetal, a PlantPlus Foods – foodtech criada por Marfrig e pela americana ADM – adquiriu a canadense Sol Cuisine, fortalecendo sua atuação na América do Norte.

Ao mesmo tempo em que investiu na ampliação de suas atividades e no aumento da produtividade, a Marfrig manteve sua política de disciplina e sustentabilidade financeira. Os movimentos de liability management realizados ao longo do ano foram essenciais para garantir a redução do endividamento bruto e a melhoria da geração de caixa, com a recompra e o cancelamento de mais de 320 milhões de dólares em bonds.

Operação América do Sul da Marfrig — A Operação América do Sul: composta por 23 plantas de abate e de industrializados no Brasil, Argentina, Uruguai e Chile – foi o grande destaque em 2022. A operação registrou receita líquida de 27,6 bilhões de reais. Trata-se de um avanço de 22,6% em relação ao ano anterior. O resultado é explicado pelo aumento de 14,2% no preço médio total de vendas e, principalmente, pelo incremento de 23,6% no preço médio, em dólares, das exportações.

O Ebitda ajustado da operação atingiu R$2,3 bilhões, um crescimento de 157% em bases anuais. A margem Ebitda ajustada alcançou 8,4%, e o lucro bruto foi de R$ 3,7 bilhões, 93% maior na mesma base de comparação.

As exportações representaram 58% da receita total da América do Sul, crescimento de seis pontos percentuais quando comparados ao desempenho de 2021, sendo que 75% das vendas internacionais tiveram como destino China e Hong Kong.

— A Operação América do Sul fez movimentos estratégicos muito relevantes no ano passado, com a inauguração da planta de hambúrguer em Bataguassu, no Mato Grosso, e a expansão da produção no Uruguai, onde somos líderes do setor— diz Rui Mendonça, CEO da Operação América do Sul. —Iniciamos 2023 com uma estrutura ainda mais robusta para capturar oportunidades de crescimento e ampliar os mercados de exportação para os nossos produtos—.

Operação América do Norte da Marfrig — Em 2022, a Operação América do Norte, representada pela National Beef, registrou uma receita líquida de US$ 11,9 bilhões. Ebitda ajustado atingiu US$ 1,3 bilhão e a margem Ebitda ajustada da operação foi de 11,1%.

No ano, o volume total de vendas da Operação América do Norte foi recorde: 2,1 milhões de toneladas. Isso representou um crescimento de 2,3% na comparação com 2021. As vendas no mercado doméstico nos Estados Unidos representam 89% desse total. Os principais mercados premium internacionais, como Japão e Coreia do Sul, foram destinos de aproximadamente 60% do volume total de vendas.

A receita líquida da operação também atingiu seu maior patamar histórico — US$ 11,9 bilhões — crescimento anual de 1,7% –, um cenário explicado pelo maior volume de vendas e maior preço médio de exportações (11,2% a mais do que em 2021), que compensaram o menor preço médio no mercado doméstico.

Avanços ESG — A Marfrig está na vanguarda do setor nas temáticas que envolvem o ESG (ambiental, social e governança). Em 2022, foi a empresa brasileira de proteína animal mais reconhecida por prêmios e rankings independentes internacionais. Entre os reconhecimentos conquistados em 2022 está a presença da companhia no Global Child Forum Benchmark (GCFB) -- maior referência mundial na aferição do progresso e dos processos de empresas relacionados aos direitos das crianças. No último ano, a pontuação da Marfrig no GCFB avançou 27 pontos percentuais, o que a colocou entre as quatro companhias que mais evoluíram no período. A Marfrig recebeu pontuação 7.3 em uma escala máxima de 10, tornando-se a empresa brasileira mais bem pontuada no relatório e superando a pontuação média geral da indústria de Alimentos, Bebidas e Cuidados Pessoais, que foi 4.4. Também na comparação com 2021, a Marfrig evoluiu em todos os quesitos: local de trabalho, mercado, comunidade e meio ambiente. Em 2022, a metodologia do relatório passou a considerar um novo pilar, o de Governança, no qual a Marfrig obteve nota máxima.

Por meio do Programa Marfrig Verde+, a Marfrig alcançou, em 2022, 100% de monitoramento por satélite dos fornecedores diretos e 73% de controle de fornecedores indiretos no bioma Amazônia e 72% dos fornecedores indiretos no Cerrado. O monitoramento e controle da cadeia de fornecedores de gado – tanto direta quanto indireta – é um dos maiores desafios enfrentados pelo setor de proteína animal em todo o mundo.

A política da Marfrig, nesse quesito, baseia-se na inclusão: não basta identificar e excluir produtores que infringem as normas ambientais e sociais estabelecidas. É preciso fazer um trabalho para que eles se integrem à cadeia de forma absolutamente legal e sustentável. Em 2022, a companhia reintegrou mais de 2 500 fazendas em sua cadeia de valor – em todos os casos, após apoio técnico e financeiro, esses produtores passaram a operar em conformidade com os compromissos assumidos pela Marfrig.

Por políticas como essa, no último ano, a Marfrig foi a empresa de proteína bovina mais bem colocada no ranking Coller FAIRR Protein Producer Index. A companhia subiu quatro posições na classificação geral, do 7º para o 3º lugar, melhor resultado desde seu ingresso na lista da organização. A Marfrig também é a única classificada como de baixo risco entre as 11 empresas de proteína bovina. A FAIRR é uma iniciativa que reúne investidores do mundo todo, com 70 trilhões de dólares sob gestão, que analisa a atuação de empresas produtoras de proteínas, de diferentes países, com base em critérios ambientais, sociais e de governança.

Pelo segundo ano consecutivo, a Marfrig integra a 17ª carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3 – a Bolsa de Valores do país. O ISE é uma ferramenta de análise comparativa da performance das empresas de capital aberto, sob o aspecto das práticas de governança, ambientais e sociais. A companhia também está no Índice de Carbono Eficiente (ICO2) da B3, cuja carteira reúne ações de companhias que adotam medidas eficientes para reduzir as emissões de gases de efeito estufa procedentes de suas operações.

Em novembro, a Marfrig anunciou, juntamente com Itaú Unibanco, Rabobank, Santander, Suzano e Vale, a criação da Biomas, empresa dedicada às atividades de restauração, conservação e preservação de florestas no Brasil. O objetivo da iniciativa é, ao longo de 20 anos, atingir uma área total restaurada e protegida de 4 milhões de hectares de matas nativas em diferentes biomas brasileiros, como Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado. Essa área é equivalente ao território da Suíça ou do estado do Rio de Janeiro. A Biomas deve 2 milhões de hectares de áreas degradadas, a partir do plantio de aproximadamente 2 bilhões de árvores nativas, em um modelo de negócios em larga escala. A iniciativa também conservará e preservará 2 milhões de hectares.