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21/03/2023 - 08:32

Unidos do Vale do Silício, sua nota é???


Voltei do Vale logo recentemente e quero dividir com vocês o que pude “aferir da temperatura” dos VC’s e dos investidores anjo, após passar o período de carnaval por lá.

Então aproveitando o clima carnavalesco.

Sabemos que o momento é de incerteza e ajustes, com as “baterias” atravessando o samba enredo e alegorias cada vez mais enxutas e de pouca riqueza.

Tirando uma foto dos últimos cinco anos: ▪ Primeiro vivemos uma janela de bonança “pré-Covid”, o que ajudou a criar um contexto de desperdícios e ineficiências, com empresas imaginando que teriam uma demanda sempre crescente, portanto, correram para ter recursos prontos a bordo;

▪Já durante o Covid, organizações receberam o digital “goela abaixo”, como única solução de sobrevivência, fortalecendo suas áreas de tecnologia, turbinando a automação de processos operacionais e evidenciando enormes lacunas de desperdício;

▪ E agora, pós-Covid, as gorduras ficam escancaradas, especialmente nas “alas” impactadas pelas incertezas de como deve ser o novo status-quo do híbrido, quando ele finalmente se configurar.

“Eis as notas”: Apurando o desfile como um todo, o resultado é que estamos vivendo um ciclo de retração. No último trimestre de 2022, os investimentos de VC’s em startups caiu 65% quando comparado ao trimestre anterior e representa a menor quantidade de investimentos desde 2013. Ou seja, a dificuldade para acessar fundos pelas startups no ano passado, agora parece também refletir no atual esforço de atrair limited partners para criação dos fundos.

Um outro dado significativo veio da Tiger Global Management, o maior portfólio de investimentos em startups dos EUA: em 2021 e 2022 o fundo conseguiu alcançar seu target de investimentos em torno de 12.7 bilhões de dólares, no entanto, para 2023, seu target foi reduzido pela metade, em torno de 5 a 6 bilhões.

Em paralelo, o mercado de capitais vem sofrendo também com o impacto do mesmo fenômeno, criando um déficit de liquidez, que por sua vez, reflete nos atuais portfólios, estrangulando a possibilidade dos fundos expandirem suas posições em ativos de maior risco e baixa capacidade de conversão.

Isso tudo resulta em grandes ajustes e mais cautela nas avaliações e seleções de fundos de investimento e startups. A tendência é pela busca de gestores de fundos mais experientes, com resultados que deem sustentação aos retornos prometidos, juntamente com uma seleção mais criteriosa das startups, seus times e o product/market fit. Empreendedores agora precisam ter uma posição de tração consolidada para vislumbrar a possibilidade de captar novos recursos.

No final, tal qual a escola de samba, o empreendedor precisa focar em harmonia, sincronização, consistência, assertividade, evolução e ousadia, para “não deixar o samba morrer” e desfilar sua agremiação na avenida para tirar no mínimo nota 9, e isso diante de jurados exigentes e criteriosos.

. Por: Robert Janssen, presidente da Assespro-RJ e vice-presidente Deputy Chairman do WITSA.

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