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29/04/2023 - 08:26

Consumo de calçados deve aumentar mais de 3% em 2023


Conforme projeções da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), em 2023, o crescimento do setor deve se dar pelo mercado interno, que absorvendo mais de 85% das vendas de calçados deve consumir entre 754 e 757 milhões de pares (altas entre 3% e 3,4% ante 2022), crescimento que ainda situa o mercado interno cerca de 7% abaixo do nível prévio à pandemia. A projeção foi anunciada ontem, dia 25, durante o evento Análise de Cenários, realizado pela entidade no formato digital.

O evento iniciou com a apresentação do doutor em Economia e consultor setorial Marcos Lélis, que falou sobre o cenário macroeconômico internacional e nacional. Segundo ele, a inflação mundial elevada nas principais economias, o ajuste de estoques nos Estados Unidos, a redução dos preços dos fretes internacionais e a retomada da China após um período de restrições provocado pela política de covid zero devem impactar nas exportações brasileiras. — A valorização do real diante do dólar, resultado da alta taxa de juros praticada no Brasil e da queda dos juros nos Estados Unidos, também deve ter impacto nos resultados das exportações — disse.

A economia brasileira, por sua vez, deve crescer 0,9% em 2023, depois de um crescimento mais expressivo, de 2,9% no ano passado. —O Brasil, já falamos em outras oportunidades, tem um teto de crescimento provocado pelas dificuldades estruturais, de falta de investimentos públicos e privados. Hoje, operamos com a taxa de juros elevada, o que dificulta e encarece ainda mais o crédito — ressaltou Lélis. O endividamento das famílias, ainda em padrões muito elevados, de 78,3%, também deve impactar no crescimento da economia nacional.

Exportações perdem força — A coordenadora de Inteligência de Mercado da Abicalçados, Priscila Linck, destacou que, diferente do ano passado, em que o crescimento foi impulsionado pelas exportações de calçados, em 2023 o incremento será resultado do aumento do consumo interno. Para o ano, segundo a economista, existe um cenário de choque de desvalorização cambial, somado à redução do custo do frete internacional, beneficiando as exportações asiáticas, a retomada forte da China, o ajuste de estoques nos Estados Unidos e a desaceleração internacional provocada pela inflação. “O real valorizado torna o produto brasileiro mais caro para o comprador internacional, ao mesmo tempo em que a queda no valor dos fretes internacionais favorecem a retomada das exportações da China. Já nos Estados Unidos, nosso principal destino no exterior, o varejo comprou mais do que foi consumido ao longo de 2022. Agora, o varejo local deve realizar um ajuste de estoques e, consequentemente, diminuir suas importações totais”, explicou.

Neste cenário, segundo Priscila, as exportações de calçados devem cair entre 6,7% e 9,1% em 2023 — para entre 129 milhões e 132,4 milhões de pares — , ainda assim ficando acima dos níveis pré-pandemia, em 2019. —Desta forma, compondo a queda nas exportações e o crescimento no mercado interno, devemos encerrar o ano com uma produção de calçados entre 1% a 1,7% maior do que em 2022, com a soma de aproximadamente 860 milhões de pares produzidos — projetou Priscila.

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