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04/05/2023 - 07:34

Selic em 13,75% desacelera excessivamente a economia, avalia CNI


Indústria considera equivocada a decisão de manter as taxas de juros elevadas. Selic está há mais de um ano em patamar alto o suficiente para contrair a atividade econômica e desacelerar a inflação.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) considera equivocada a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, pela manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano, e espera que, com a continuidade do movimento de desaceleração da inflação, o Copom inicie na próxima reunião o processo de redução da Selic.

O presidente de CNI, Robson Andrade, afirma que a Selic está há mais de um ano em patamar alto o suficiente para contrair a atividade econômica e desacelerar a inflação. Atualmente, a taxa de juros real, que desconsidera os efeitos da inflação, está em 8,1% ao ano. São exatos 4,1 pontos percentuais acima da taxa de juros neutra, aquela que não estimula nem desestimula a atividade econômica.

— A Selic em 13,75% ao ano está em um nível que restringe excessivamente a atividade econômica. É mais do que suficiente para garantir a manutenção da trajetória de desaceleração da inflação nos próximos meses. E, volto a dizer o que disse no Senado há poucos dias: as empresas estão tomando crédito a mais de 30% e o setor produtivo não aguenta pagar esse nível de juros —afirma Robson Andrade.

As altas taxas de juros foram um dos fatores mais importantes para a desaceleração da atividade econômica observada no final de 2022. No último trimestre no ano passado, o PIB encolheu 0,2% na comparação com o trimestre anterior. Como esse nível foi mantido nos primeiros meses de 2023, a Selic continua restringindo significativamente a atividade econômica e as expectativas do Boletim Focus do BC indicam alta do PIB de apenas 1% em 2023 em relação a 2022.

Além disso, a CNI entende que é fundamental levar em consideração os eventos adversos relacionados a grandes empresas varejistas no Brasil sobre o mercado de crédito. Esses acontecimentos têm levado ao aumento de provisões por parte dos bancos e reduzido a oferta, tornando o crédito mais caro. Os efeitos na economia são equivalentes a um aumento da Selic.

— Neste momento, a manutenção da taxa de juros é desnecessária para combater a inflação e apenas impõe riscos adicionais para atividade econômica— avalia o presidente da CNI.

A Firjan também emitiu nota sobre a manutenção da Selic: — Manter taxa de juros elevada é um dos principais problemas enfrentados pelos setores da economia, diz Firjan. Nesse contexto, é fundamental aprovar o novo arcabouço fiscal, garantindo a sustentabilidade da dívida pública e sem aumento da carga tributária.

A Firjan considera que a manutenção da taxa de juros no patamar de 13,75% ao ano é um dos principais problemas enfrentados por importantes setores da economia, dado o consequente enfraquecimento da demanda e a deterioração das condições de crédito. De fato, a insatisfação com a taxa de juros elevada voltou a se destacar como maior entrave à atividade industrial e alcançou, no primeiro trimestre de 2023, o maior nível da Sondagem Industrial desde 2009.

Entretanto, a Firjan reitera que a alta taxa de juros ainda reflete as expectativas para a inflação, que seguem acima da meta, e as inseguranças em relação ao equilíbrio das contas públicas.

Nesse contexto, é fundamental que o novo arcabouço fiscal seja aprovado, de forma a garantir a sustentabilidade da dívida pública e sem aumento de carga tributária. O setor produtivo precisa de um ambiente de negócios favorável ao investimento e a geração de empregos. Não há espaço para atalhos, é preciso ter compromisso com as mudanças estruturais essenciais para o desenvolvimento socioeconômico—conclui a Firjan em nota.

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