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07/06/2023 - 08:04

Custo da cesta básica diminui em 11 capitais, diz Dieese


O salário necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.652,09 ou 5,04 vezes o mínimo reajustado para R$ 1.320,00 em maio.

Entre abril e maio, o valor do conjunto dos alimentos básicos diminuiu em 11 das 17 capitais onde o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no dia 06 de junho (terça-feira), realiza mensalmente a Pesquisa da Cesta Básica de Alimentos. As quedas mais importantes ocorreram em Brasília (-1,90%) e Campo Grande (-1,85%). As altas foram observadas em Salvador (1,42%), Curitiba (1,41%) e Belém (1,37%). São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 791,82), seguida de Porto Alegre (R$ 781,56), Florianópolis (R$ 765,13) e do Rio de Janeiro (R$ 749,76). Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 553,76), João Pessoa (R$ 580,95) e Recife (R$ 587,13).

A comparação dos valores da cesta, entre maio de 2022 e maio de 2023, mostrou que 14 capitais tiveram aumento de preço, com variações que oscilaram entre 0,98%, em Aracaju, e 7,03%, em Fortaleza. Outras três cidades apresentaram queda: Recife (-1,47%), Curitiba (-1,38%) e Florianópolis (-0,90%). Nos cinco primeiros meses do ano, o custo da cesta básica aumentou em 11 capitais, com destaque para as taxas de Aracaju (6,28%), Belém (4,75%) e Salvador (4,14%). As quedas variaram entre -4,24%, em Belo Horizonte, e -0,40%, no Rio de Janeiro.

Salário necessário de R$ 6.652,09 ou 5,04 vezes o mínimo reajustado para R$ 1.320,00 — Com base na cesta mais cara, que, em maio, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em maio de 2023, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.652,09 ou 5,04 vezes o mínimo reajustado para R$ 1.320,00. Em abril, o valor necessário era de R$ 6.676,11 e correspondeu a 5,13 vezes o piso mínimo, que era de R$ 1.302,00. Em maio de 2022, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.535,40 ou 5,40 vezes o valor vigente na época, que era R$ 1.212,00.

Cesta versus salário mínimo — Com o aumento do salário mínimo de R$ 1.302,00 para R$ 1.320,00, em maio de 2023, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica diminuiu de 114 horas e 59 minutos, em abril, para 113 horas e 19 minutos, em maio. Na comparação com maio de 2022, a jornada média foi de 120 horas e 52 minutos. Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em média, em maio de 2023, 55,68% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos. Em abril, antes do reajuste do salário mínimo, o percentual da renda líquida comprometido foi de 56,51%. Em maio de 2022, o percentual era de 59,39%.

Comportamento dos preços dos produtos da cesta: . O preço do óleo de soja baixou em todas as capitais. Os recuos variaram entre -14,30%, em Aracaju, e -2,42%, em Goiânia. Em 12 meses, o movimento foi de queda em todas as cidades, com destaque para as taxas de Belo Horizonte (-39,90%), Campo Grande (-36,01%) e Rio de Janeiro (-35,74%). Houve redução do preço nacional e internacional da soja. A demanda enfraquecida no mercado interno influenciou a diminuição dos preços praticados no varejo.

. Houve queda do preço médio do quilo da carne bovina de primeira em 14 cidades. As quedas ficaram entre -3,09%, em Natal, e -0,10%, no Rio de Janeiro. As elevações foram registradas em Campo Grande (1,84%), João Pessoa (1,47%) e Curitiba (1,35%). Em 12 meses, todas as cidades tiveram diminuição do valor médio, com destaque para São Paulo (-9,47%). A oferta interna de carne foi maior, mesmo com o aumento das exportações, mas a demanda continuou enfraquecida por causa dos altos preços praticados no varejo.

. O preço do açúcar refinado continuou em alta em 14 das 17 capitais. As maiores elevações ocorreram em Aracaju (7,71%), Belo Horizonte (6,51%) e Brasília (4,89%). As taxas negativas foram observadas em Belém (-1,22%), Natal (-0,47%) e Rio de Janeiro (-0,46%). Em 12 meses, houve queda em 14 capitais, com destaque para Natal (-7,96%), Recife (-7,40%) e Campo Grande (- 6,70%). As altas foram observadas em Aracaju (2,20%) e Porto Alegre (0,44%). Em Belo Horizonte, o preço não variou. A menor oferta de açúcar, apesar de maio ser o primeiro mês de safra, se deu por causa das chuvas, que dificultaram o transporte da cana, e do alto preço praticado pelos produtores.

O preço do tomate aumentou em 14 das 17 capitais, entre abril e maio, com destaque para as taxas de Vitória (12,75%), Belo Horizonte (10,59%) e Belém (9,90%). As quedas mais expressivas foram registradas em Campo Grande (-8,13%) e João Pessoa (-5,27%). Em 12 meses, o preço médio subiu em dez cidades, com taxas entre 2,67%, em Goiânia, e 27,81%, no Rio de Janeiro. As retrações mais importantes ocorreram em Recife (-34,78%) e Aracaju (-13,48%). A oferta continuou menor e por isso os preços aumentaram no varejo.

. O preço do leite integral apresentou alta em 14 capitais e a manteiga, em 10. No caso do leite, as maiores elevações mensais ocorreram em Belém (4,80%) e Fortaleza (3,77%). Para a manteiga, os destaques foram Salvador (2,87%), Curitiba (2,58%) e Recife (2,53%). Em 12 meses, o valor médio do leite acumulou aumentos em todas as cidades, com taxas entre 7,70%, em Vitória, e 24,19%, em Recife. O preço da manteiga também subiu em todas as cidades e as variações acumuladas oscilaram entre 1,33%, em Vitória, e 24,42%, em Belém.

A entressafra do leite reduziu a oferta no campo e elevou o preço dos derivados Rio de Janeiro Em maio de 2023, o custo da cesta básica da cidade do Rio de Janeiro apresentou diminuição de 0,13% em relação a abril deste ano. A cesta da capital fluminense foi a quarta mais cara do país, com valor de R$ 749,76. Em 2023, a variação foi negativa em 0,40%. Em comparação com maio de 2022, a cesta aumentou 3,62%. Entre abril e maio de 2023, dez dos treze produtos que compõem a cesta básica tiveram diminuição nos preços médios: a batata (-13,74%), o óleo de soja (-9,34%), o café em pó (-2,05%), a manteiga (-1,86%), a banana (-1,26%), o feijão preto (-0,98%), o arroz agulhinha (-0,50%), o açúcar refinado (-0,46%), o pão francês (-0,39%) e a carne bovina de primeira (-0,10%). A farinha de trigo manteve o preço médio do mês anterior e apresentaram aumento o tomate (7,55%) e o leite integral (3,70%). No acumulado dos últimos 12 meses, foram registradas elevações nos preços emsete dos 13 produtos da cesta: o tomate (27,81%), a banana (22,62%), a farinha de trigo (14,32%), o leite integral (12,33%), o arroz agulhinha (11,73%), a manteiga (6,49%) e o pão francês (5,40%). Apresentaram variações negativas o óleo de soja (-35,74%), a batata (-18,39%), o café em pó (-6,78%), o açúcar refinado (-5,69%), a carne bovina de primeira (-4,05%) e o feijão preto (-1,70%).

Rio de Janeiro — Em maio de 2023, o trabalhador do município do Rio de Janeiro, remunerado pelo salário mínimo de R$ 1.302,00, precisou trabalhar 124 horas e 58 minutos para adquirir a cesta básica e, em abril de 2023, 126 horas e 52 minutos. Em maio de 2022, quando o salário mínimo era de R$ 1.212,00, o tempo de trabalho necessário foi de 131 horas e 20 minutos. Considerando o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o mesmo trabalhador precisou comprometer, no quinto mês de 2023, 61,41% da remuneração para adquirir os produtos da cesta básica, que é suficiente para alimentar um adulto durante um mês. Em abril de 2023, este percentual foi 61,494% e em maio de 2022, 64,54%.

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