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17/06/2008 - 10:06

Embrapa adota novo modelo de licenciamento para maior participação no mercado de grãos

O novo modelo de licenciamento de cultivares de milho, sorgo e milheto da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), formalizado no final de maio com a assinatura do convênio com a Fundação Triângulo de Pesquisa e Desenvolvimento, empresa com sede em Uberaba-MG, promete maior agilidade no caminho entre as demandas apresentadas pelo mercado e o desenvolvimento de novos produtos pela pesquisa, além de uma maior presença das cultivares BRS no mercado brasileiro de grãos.

De um modelo com mais de 20 anos de existência onde a Embrapa gerava a tecnologia e empresas nacionais se encarregavam da comercialização, o convênio estabelece agora a participação de um conglomerado de empresas sementeiras nas fases finais de avaliação das cultivares, custeando atividades de pesquisa e sinalizando os pesquisadores para as exigências do mercado. Em compensação, essas empresas terão o direito de exclusividade por prazos determinados para multiplicação e comercialização dos produtos.

“O novo modelo dará oportunidades para empresas nacionais no mercado de sementes, exercendo um papel regulador e assegurando a soberania nacional em termos de material genético”, reforça Vera Maria Carvalho Alves, chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG). “Temos a expectativa de angariarmos mais recursos nas fases finais da pesquisa e uma maior aproximação dos pesquisadores com o mercado”, completa Derli Prudente Santana, chefe-adjunto de Comunicação e Negócios da Empresa.

Vinte e seis empresas devem participar do novo modelo com o objetivo de dobrar a participação das cultivares da Embrapa no mercado de híbridos em médio prazo, conforme a expectativa do gerente da Embrapa Transferência de Tecnologia (Brasília-DF), José Roberto Rodrigues Peres. No mercado de variedades de milho, a Embrapa detém mais de 90% dos materiais comercializados, sendo um dos destaques a BR 106, lançada em 1986 e que ocupa a posição de variedade mais plantada no país.

ORGANOGRAMA – O tripé pesquisa, transferência da tecnologia e comercialização das cultivares de milho e sorgo, será coordenado, respectivamente, pela Embrapa Milho e Sorgo, Embrapa Transferência de Tecnologia e Fundação Triângulo de Pesquisa e Desenvolvimento. O grupo de empresas que compõem a Fundação irá apontar, nas fases finais de avaliação das linhagens, expectativas de produtores quanto à performance desejada para as cultivares, como maior precocidade, produtividade, rusticidade e outras características agronômicas, como resistência a pragas e doenças.

“A participação da iniciativa privada dará a oportunidade à pesquisa para atender estas demandas com maior agilidade. Um melhor posicionamento das cultivares no mercado também é um dos objetivos, meta fundamentada na excelência do conhecimento dos pesquisadores da Embrapa que atuam em melhoramento genético”, explica o gerente do Escritório de Negócios do Triângulo Mineiro da Embrapa Transferência de Tecnologia, Camilo Plácido Vieira.

Etapas do melhoramento genético serão otimizadas - De acordo com José Avelino Santos Rodrigues, pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, novas ferramentas e investimento em tecnologia serão as marcas do novo modelo de licenciamento. Especialista na área de melhoramento genético da cultura do sorgo, Avelino antecipa que o empresariado deverá investir na parte tecnológica, como em mecanização, para que os resultados cheguem mais rápido no campo. “Híbridos devem ser lançados com mais regularidade, atendendo com mais rapidez demandas de diversos perfis de produtores”, esclarece.

Outro ponto observado pelo pesquisador é uma necessidade de adaptação dos pesquisadores e da equipe de suporte no desenvolvimento de cultivares. “Teremos que estabelecer prioridades e otimizar nossa eficiência”, diz. O dinamismo da agricultura – força motriz do desenvolvimento de cultivares – também trará respostas mais rápidas da biotecnologia, segundo o pesquisador. “O desenvolvimento de produtos resistentes a estresses bióticos e abióticos, além de incrementos na produtividade, serão constantemente demandados. Materiais que estão na gaveta devem receber incentivos para chegarem ao mercado o mais rápido possível”, sinaliza.

O pesquisador Paulo Evaristo de Oliveira Guimarães, da área de melhoramento genético da cultura do milho, traça um paralelo entre o antigo e o atual modelo de licenciamento. “Nosso programa de melhoramento busca o desenvolvimento de cultivares produtivas e inovadoras, com características de resistência a pragas e doenças, tolerância aos estresses, eficiência no uso de nutrientes e maior qualidade nutricional. Produtos originados destas linhas de pesquisa têm forte apelo comercial e social, portanto, estão em consonância com as demandas do mercado e da sociedade”, diz. | Por: Grão em Grão/Embrapa

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