Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

20/06/2023 - 08:37

China apesar da política de autossuficiência mantém apetite por importações de soja


No entanto, não é suficiente para absorver a alta produtividade do Brasil, Argentina e Estados Unidos.

Impulsionada pela demanda da China há algumas décadas, a produção de soja no Brasil vem crescendo. De fato, o país sul-americano deve colher 155 milhões de toneladas em 2023, 11% a mais que o recorde anterior, informa a BRS Bulk .

Segundo o USDA, os EUA, segundo maior exportador deste grão depois da China, também deverão ter uma forte colheita na campanha 2023/24, o que leva a agência a prever a produção mundial de soja dos principais fornecedores (Brasil, EUA e Argentina) cerca de 11% superior ao anterior.

Mas a China olha para dentro — A demanda do país asiático por esse grão está altamente correlacionada com a de ração animal e os produtores de carne suína estão enviando sinais positivos, pois sua produção disparou em 2023 para atingir o nível mais alto dos últimos cinco anos. No entanto, relatórios sugerem que o Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China deseja reduzir a dependência da China de alimentos estrangeiros e incentivar a produção doméstica, um desenvolvimento que veio obscurecer as perspectivas para a demanda chinesa de importação de soja. Isso levanta a questão de saber se o mercado global de soja deve esperar o sustento da China no futuro.

A China é altamente dependente de suprimentos estrangeiros e, apesar da crescente demanda doméstica e das tentativas de reduzir o teor de proteína de soja na ração animal, o país está longe de cortar drasticamente as importações.

Prova disso é o último relatório publicado pelo Departamento de Agricultura dos EUA, que prevê que as importações chinesas de soja ficarão em 100 milhões de toneladas durante a campanha 2023-24. O número implica um pequeno aumento em relação aos 98 milhões de toneladas (mt) da temporada anterior, mas 7% a mais do que na temporada 2016-17, antes da peste suína africana reduzir significativamente o rebanho de suínos chineses. E apesar das projeções da temporada atual estarem um pouco acima do pico de 2020-21 de 99,7 mt, é justo dizer que a demanda da China continua forte.

Mas é o suficiente? A China importou 12,02 milhões de toneladas de soja em maio, o que representa um forte aumento de 24% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Segundo a Administração Geral das Alfândegas da China, as importações de soja nos primeiros cinco meses do ano atingiram um mínimo de 4.231 toneladas, o que representa um aumento de 11,2% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Mas há preocupação. As margens de esmagamento (muitas vezes usadas como um indicador da saúde da demanda chinesa por soja) são muito baixas, até mesmo negativas. No entanto, esse grão continuará sendo uma opção mais acessível durante o segundo semestre, período em que os preços da carne suína tendem a aumentar.

Enquanto isso, para o resto do mundo, a questão é se o apetite da China é suficiente para compensar o rápido crescimento da oferta. Dado que o país asiático tem sido o principal impulsionador da demanda, a maioria dos participantes do mercado continua contando com ele para salvar o mundo dos graneleiros, e parece que pelo menos este ano isso está acontecendo.

Enquanto para a BRS Bulk a forte demanda de importação da China não é suficiente para absorver o excesso de oferta de grãos, o que pode criar um sentimento negativo no mercado de transporte marítimo de granéis, os volumes de comércio não são a única influência determinante no setor, e a concorrência que pode surgir do Brasil atrasos nas exportações na bacia do Atlântico podem beneficiar graneleiros.

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira