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19/06/2008 - 09:50

Projeto de Sisal busca novas tecnologias

Um projeto de fibra de sisal em matriz de Polipropileno (PP), desenvolvido na Bahia pelo Núcleo de Polímeros do Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia (Cimatec) está atestando, em escala piloto, a viabilidade industrial deste compósito com 60% de PP e 40% de sisal – e também demonstrando, via testes de aplicação, como transformar esta formulação em móveis (cadeiras, carteiras escolares), artefatos como painéis para a indústria automotiva, peças para aparelhos eletrodomésticos, contêineres e outros.

O Cimatec é um dos parceiros do Projeto Sisal-Apex, executado pelo Sindicado das Indústrias de Fibras Vegetais do Estado da Bahia (Sindifibras) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e suporte técnico do Promo – Centro Internacional de Negócios da Bahia. De acordo com os pesquisadores Manuel Alpire e Zora Ionara, o sisal estaria apresentando melhores propriedades mecânicas e térmicas e um custo competitivo em relação a cargas minerais particuladas usadas como enchimento.

“O projeto pretende investir na promoção dos novos usos para fibra de sisal, visando a exportação de produtos de maior valor agregado, e o compósito de PP e sisal poderá ser o futuro enviromental friendly (ambientalmente correto) para a indústria automobilística”, comenta o gerente do Projeto Sisal-Apex e analista de comércio exterior do Promo, Rafael do Prado Ribeiro.

Segundo o Cimatec, no aspecto econômico, a vantagem seria acentuada porque não é necessário usar o mesmo sisal beneficiado para cordoaria, mas apenas os resíduos do beneficiamento, hoje com cotação bem abaixo do valor da fibra. De resíduo a subproduto, passaria a gerar renda nos municípios do semi-árido baiano, onde o sisal é cultivado.

Segundo Wilson Andrade, presidente do Sindifibras, outra ação complementar do Projeto Sisal-Apex é a busca de recursos internacionais para pesquisas. “Já se conseguiu aprovar um projeto para substituição do cimento amianto em caixas d’água e telhas “tipo Eternit” junto ao Fundo Comum de Commodities (CFC), em Amsterdam, no valor total de US$ 700 mil.

Outro projeto que também já foi aprovado na Food and Agriculture Organization (FAO) e está em exame no CFC, no valor de US$1,0 milhão, é destinado a pesquisas que viabilizarão o uso do liquido do sisal, hoje não aproveitado, e que representa 70 % do peso da planta”, finaliza Andrade.

A Apex-Brasil e o Sindifibras trabalham em parceria desde 2005 para aumentar as exportações brasileiras de derivados do sisal, buscando alternativas para a agregação de valor ao produto. O sisal tem grande importância na economia de regiões do semi-árido nordestino, onde cerca de 700 mil pessoas vivem da extração do produto.

O compósito de sisal e polipropileno é uma excelente opção para agregar valor às exportações. A Ford, por exemplo, está desenvolvendo peças para sua linha de carros, como caixa de retrovisor, coluna lateral do vidro, forros de portas e teto, porta-trecos, entre outros.

De acordo com o Sindifibras, cada carro produzido pode usar até 40 quilos de sisal no futuro, com produtos mais leves, recicláveis, mais baratos e mais fortes. As quatro qualidades que todo produto busca. | Por: Sindifibras/Apex Brasil

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