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19/06/2008 - 10:02

O grau de investimento e os novos desafios do Brasil

Coroando as mudanças na condução da política econômica que vêm sendo realizadas desde a adoção do Plano Real, que incluem a adoção do câmbio flutuante, superávit primário e rígido controle da inflação dentro das metas estabelecidas pelo Banco Central, o Brasil foi reconhecido como porto seguro para investimentos estrangeiros. Primeiramente, pelo upgrade dado pela agência Standard & Poor’s, logo seguido pelo anúncio da Fitch Ratings, ambos concedendo o grau de investimento ao país.

A maioria dos setores da economia brasileira já contava com o selo de grau de investimento, principalmente do setor privado, onde bancos, empresas de mineração, energia, alta tecnologia, além de fundos de private equity, já vinham sendo alvo do ingresso de capital estrangeiro.

Contudo, muito do capital disponível nos mercados mundiais e concentrados, principalmente, em seguradoras, fundos de pensão e de investimento, ainda não ingressava no país, pois não obstante o setor privado do Brasil já contar com avaliação positiva do mercado, faltava o atestado de que o setor público brasileiro também poderia ser considerado como cumpridor de suas obrigações, o que implicava na reunião de diversos fatores, entre eles as reservas de capital, a capacidade de saldar dívidas, controle da inflação, aumento do poder de compra da população, aumento da classe média, disponibilidade de crédito, fortalecimento do mercado de capitais, além da estabilidade política e consolidação das instituições democráticas.

Todos os fatores acima enumerados foram alcançados nos últimos anos no Brasil e são reflexos da continuidade das políticas e reformas implementadas no país nos últimos 15 anos. Importante destacar que o Brasil foi o país que mais rápido subiu de um nível a outro de classificação de risco quando comparado com os outros países latino-americanos que, hoje, contam com o grau de investimento (México e Chile), mostrando a rapidez com que a economia brasileira está se adequando para ocupar lugar de destaque no cenário internacional.

A previsão é de que com a obtenção do grau de investimento, dado por duas das três mais importantes agências de classificação de risco, passem a ingressar no país recursos na casa dos bilhões de dólares, que serão destinados a todos os setores da economia, tornando-a mais dinâmica, gerando maior arrecadação de impostos e criando mais empregos.

Vale lembrar que o Brasil, tanto para a Standard & Poor’s quanto para a Fitch Ratings, ainda se encontra no primeiro degrau do grau de investimento, o que requer certa dose de precaução, já que qualquer abalo nas políticas econômicas que vêm sendo adotadas pode fazer com que o país siga o destino de Colômbia e Uruguai, que também obtiveram o grau de investimento, mas não souberam se manter dentro dos parâmetros estabelecidos pelas agências de risco como necessários para a atração de recursos externos.

A obtenção do grau de investimento foi um grande marco para a atribulada economia brasileira, o que, todavia, não pode ser de imediato comemorado, já que os fundamentos econômicos devem ser mantidos e expandidos, para que, num primeiro momento, o Brasil mantenha o status de receptor de recursos, migrando, após, para o chamado “grau de negócios”, termo adotado por economistas para descrever um ambiente favorável às práticas empresariais aonde o Brasil chegará com a simplificação da carga tributária, flexibilização da legislação trabalhista e diminuição da burocracia para a prática comercial no país, o que consolidará sua colocação de destaque no mercado global.

. Por: Rafael Villac Vicente de Carvalho é advogado da área empresarial e representante do Peixoto e Cury Advogados em Nova York - [email protected]

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