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Indústria lidera número de acidentes no trabalho no Brasil

O maior número de auxílios-doença por acidente de trabalho, com incapacitação temporária, é concedido no setor de indústria de transformação.

Brasília - Dados levantados pelo Serviço Social da Indústria (Sesi) sobre acidentes no ambiente do trabalho demonstram que, em 2005, do total de 491.711 ocorrências, 229.114 referem-se ao setor da indústria. São 37% na indústria de transformação, 5,9% na construção e 3,1% em outras áreas. O índice de acidentes na indústria é de aproximadamente três acidentes de trabalho para cada 100 trabalhadores ao ano. A cada dia útil ocorrem 833 acidentes na indústria brasileira, ou 104 por hora.

Segundo o 'Acidentes de Trabalho: custos previdenciários e dias de trabalho perdidos', realizado na Bahia pelo Ministério da Saúde e Universidade Federal do Estado, no ano de 2000 o maior número de auxílios-doença por acidente de trabalho, com incapacitação temporária, foi concedido também, em primeiro lugar, para a indústria de transformação, com 17,4%; seguido do comércio, alojamento e alimentação, com 15,5%.

Como diminuir um índice tão elevado de acidentes no setor da indústria? A resposta para essa pergunta está na criação de políticas específicas e segmentadas e no desenvolvimento de ações como, por exemplo, o 'Projeto Saúde e Segurança no Trabalho para Micro e Pequenas Empresas', resultado de trabalho conjunto entre Sebrae e Sesi. O objetivo do projeto é orientar as empresas no atendimento às exigências legais em relação a programas de saúde ocupacional e segurança.

Marlize Stinghen, proprietária da Incatex Indústria de Acabamento Têxtil Ltda., localizada em Jaraguá do Sul (SC), é uma das empresárias que participou da 'Oficina de Boas Práticas de Gestão em Saúde e Segurança no Trabalho', do projeto Sebrae/Sesi. "Durante o curso pude avaliar que a minha empresa está no caminho certo, com 95% das exigências legais de saúde e segurança no trabalho atendidas. Ainda em janeiro, com o apoio do Sesi, vou oferer aos meus funcionários a ginástica laboral", diz.

Entre as outras ações do projeto está à construção de um site com todas as informações voltadas para o tema 'saúde e segurança no trabalho'. Na página existe um link específico para o setor da indústria. Clicando no espaço, o empresário irá encontrar informações para cada segmento da indústria. São mais de 30 segmentos: fabricação de produtos alimentícios e bebidas; fabricação de produtos de madeira; metalurgia básica; pesca; transporte terrestre e outros. A página já está disponível no site do Sesi (http://www.sesi.org.br/sstmicroepequena) e, em breve, estará no portal do Sebrae.

Indústria Sustentável - Outra importante iniciativa é o 'Sesi - Indústria Saudável'. Nas indústrias, a Instituição atua por meio de unidades móveis ou em consultórios fixos no local de trabalho com o apoio de mais de 45 mil profissionais espalhados pelo País, entre médicos do trabalho, engenheiros do trabalho e técnicos de segurança.

O Sesi atendeu em 2005, um total de 14.734 empresas, e 866.021 trabalhadores. No entanto, o sistema efetua um total de 4,8 milhões de consultas médicas ao ano, em todas as áreas de atendimento. Dentro desses números 54,3% são de micro e pequeno porte; 43,7% de médio porte; e 2,0% de grande porte.

Durante o trabalho de visita dos técnicos do Sesi às indústrias foram observados alguns problemas que os empresários enfrentam em decorrência dos acidentes, como a ausência dos trabalhadores e a queda na produção, além do sofrimento que acidentes e doenças profissionais ocasionam aos trabalhadores.

"Persiste a noção de que a empresa incorre em gastos com ações de saúde e segurança no trabalho, não os considerando como um investimento para que a empresa aumente sua produção e para que os operários tenham melhor qualidade de vida", explica o gerente-executivo de Saúde e Segurança no Trabalho do Sesi, Fernando Coelho.

Ele explica que os donos das pequenas indústrias reclamam da dificuldade de cumprir as exigências feitas pelo Ministério do Trabalho e pela Previdência. "O cumprimento das exigências legais transformou-se, no Brasil, num procedimento formal, no qual as empresas se preocupam em atendê-las mesmo que isso não necessariamente resulte em melhoria nas condições de trabalho e na redução da quantidade de acidentes. O regime legal precisa ser reformulado no País, pois não tem sido satisfatório nem para as empresas, nem para o governo", afirma.| Por Regina Xeyla/Sebrae

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