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24/06/2008 - 12:42

As drogas e o coração

As drogas ilícitas são aquelas substâncias químicas cuja produção, distribuição, comercialização e consumo são proibidos e constituem crime. Infelizmente, estão em permanente expansão. A Organização das Nações Unidas divulgou recentemente que 4,7% da população mundial, com idade entre 12 e 64 anos, faz uso de alguma droga ilícita.

Aqui no Brasil, na mesma faixa de idade, o relatório de 2005 da mesma ONU, revelou que a incidência é de 0,7% com tendência a aumentar, concentrando-se entre os mais jovens. Os estados do Sul e Sudeste registram maior número de consumidores.

Essas drogas (cocaína, crack, morfina, heroína, anfetamina, ecstasy, maconha, andrógenos e anabolizantes) têm ação cardiovascular, em graus variados. Podem levar à Hipertensão Arterial e à Crise Hipertensiva, a Arritmias Cardíacas, ao Infarto, à Embolia Pulmonar, à Endocardite Infecciosa, à Depressão Respiratória, à Morte Súbita, entre inúmeras outras complicações. No cérebro, sabe-se que, no mínimo, oito sistemas neurotransmissores estão definitivamente implicados nas ações dessas drogas.

Na sala de emergência de qualquer hospital nesse imenso país, o médico pode encontrar dificuldades no diagnóstico, uma vez que freqüentemente são ocultados os fatos, em razão das implicações legais e do estigma decorrente do uso dessas substâncias criminalizadas. Os médicos devem atuar sempre com elevado grau de suspeição para fechar o diagnóstico correto e seguro, pois o conseqüente tratamento guarda importantes peculiaridades, inclusive no que se refere à prevenção e ao tratamento da abstinência, ou seja, a falta da droga no organismo. A família do paciente deve sempre auxiliar com informações para que vidas sejam salvas.

O sucesso das tentativas para reduzir o avanço do consumo das drogas ilícitas dependerá de investimentos e medidas enérgicas nos vários níveis da comunidade nacional e internacional, estabelecendo inclusive bloqueios econômicos a países produtores e também àqueles que funcionam como entrepostos ou corredores para as drogas.

Na outra ponta, onde encontramos os indivíduos susceptíveis, geralmente estudantes e jovens, devemos proporcionar educação e proteção eficientes, “blindando-os” às investidas dos “vermes” traficantes. Para estes, não deverá haver tolerância ou clemência. Tal qual identificamos e exterminamos vetores de outras doenças (mosquitos, barbeiro, parasitas etc) a eles dispensaremos igual tratamento, em qualquer extrato social em que se encontrem, serpenteando-se em “sandálias de dedo” ou desfilando em “Rolls-Royce”, sob a tolerância de autoridades corruptas e inescrupulosas, estado bandido dentro do estado legal, ali colocadas pelo poder econômico do próprio tráfico.

A Sociedade Brasileira de Cardiologia – SBC – quer se unir aos homens de bem para fazer este alerta em comemoração ao Dia Internacional de Combate às Drogas.

. Por: Lázaro Fernandes de Miranda,Diretor da Sociedade Brasileira de Cardiologia

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